quarta-feira, 26 de abril de 2017

Fé para o Reavivamento



A fé é a chave que abre a porta do poder de Deus: “Pela fé caíram os muros de Jericó...” (Hebreus 11:30). Em todo o trabalho de reavivamento, um dos requisitos básicos indispensáveis é a fé viva, cheia de vigor: “... tudo é possível ao que crê”. (Marcos 9:23). 
O homem que Deus usa ouve uma voz vinda dos céus. Deus lhe dá uma promessa. Não uma das promessas gerais da Palavra escrita, que se aplicam a tantos e tantos de seus filhos. Uma mensagem definida, inequívoca, gravada diretamente em seu coração. É possível que certa promessa bíblica com a qual você já esteja familiarizado, de repente chame sua atenção de tal maneira que você venha a lançar-se num novo trabalho para Deus, deixe-me sugerir que antes de tudo você faça a si mesmo estas perguntas: “Tenho uma promessa direta de Deus? Deus falou comigo?”. 
Foi justamente essa certeza divina que habilitou os profetas antigos a se dirigirem ao povo e declarar: “Assim diz o Senhor”. Todavia, enquanto Deus não nos houver enviado, faremos melhor se permanecermos prostrados de rosto em terra, dedicados à oração, a fim de que o Senhor não precise dizer: “Não mandei esses profetas, todavia eles foram correndo; não lhes falei, todavia profetizaram” (Jeremias 23:21). 
Por outro lado, quando um homem tiver ouvido a voz de Deus, então “... se tardar, espera-o porque certamente virá, não tardará” (Habacuque 2:3). E mesmo que se passem muitos anos, no tempo certo Deus cumprirá a sua Palavra.

terça-feira, 25 de abril de 2017

A ORIGEM DO "CREMOS" DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL






Imagens cedida pelo CEMP - Centro de Estudos do Movimento Pentecostal da CPAD

O "Cremos" é uma declaração de fé concisa e sintetizada, que equivale aos Credos elaborados e presentes na Grande Tradição Cristã.

Sua origem nas Assembleias de Deus no Brasil remonta ao ano de 1938, quando o missionário norte-americano Theodoro Stohr, que atuava no interior de São Paulo, na edição do Mensageiro da Paz da segunda quinzena de outubro, p. 2, publicou um artigo traduzido por ele, sob o título "Em que crêem os pentecostais (no evangelho integral)", onde um "Cremos" foi citado. As razões para a publicação do artigo de Sthor foram as constantes difamações, e as concepções errôneas acerca do movimento pentecostal.

A partir da 1ª edição de junho de 1969, p. 3, o "Cremos" passou a ser publicado no jornal Mensageiro da Paz. Na ocasião, o pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos era o diretor de publicações da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus) e diretor do Mensageiro da Paz, função assumida em 10 de janeiro de 1969, ao substituir o jornalista Emílio Conde.

Os motivos e a decisão (ou resolução oficial) para a publicação do "Cremos" no Mensageiro da Paz até o momento são desconhecidos.

Entre as décadas de 60 a 80 houve várias discussões em torno da elaboração, no âmbito da CGADB, de um Credo assembleiano. As tentativas esbarravam sempre na postura reacionária de alguns obreiros, que alegavam ser um Credo coisa da igreja Católica e das igrejas protestantes Históricas e Reformadas.

Acredito que esta postura reacionária está diretamente associada com o antagonismo e resistência à educação teológica formal, que por décadas imperou nas Assembleias de Deus no Brasil.

Particularmente, sou a favor não apenas de um Credo nas Assembleias de Deus no Brasil, mas, de um documento mais amplo (Confissão de Fé), para minimizar a crise de identidade doutrinária que nos assola.

O "Cremos" contido no artigo de T. Stohr, em questões doutrinárias declara o seguinte:

"[...] O nosso fundamento é a fé, na salvação pela obra expiatória de Jesus Cristo, como nosso substituto no calvário. Igualmente, o movimento pentecostal não admite o fanatismo das predestinações e salvação incondicional; mas, se adstringe à Palavra de Deus, aceitando e pregando a salvação pelo sangue de Jesus; e o batismo no Espírito Santo; a cura divina, e a anunciação da segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Aceitamos a santa inspiração das Escrituras; reconhecemos a degradação moral e espiritual do homem, pelo pecado; sabemos, sim, que todos estavam destituídos da glória de Deus, mas que, aos que aceitam o sacrifício de Cristo e buscam o arrependimento, Deus tem feito participantes das bênçãos perdidas pela desobediência. Cremos em um único Deus verdadeiro, manifesto em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo: todos, com o mesmo poder, a mesma glória e majestade, porém, com ofícios diferentes. Quanto aos mandamentos do Evangelho, cremos e praticamos o batismo de imersão, não como uma ordenança salvadora, mas, sim, como um ato de obediência, fé e testemunho público e raso, da transformação que em nós se operou, bem como da nossa disposição de sepultar a velha criatura. Cremos na ceia do Senhor, em cuja presença participamos do pão e do vinho, anunciando a Sua vinda (1 Co. 11:26). Cremos que a unção com azeite, nos enfermos, em nome do Senhor, lhes traz cura física (Tg 5.14-15; Mc 6.15-18). Cremos, sobretudo, no novo nascimento, como obra divina e sobrenatural, a qual transforma o pecador, num homem são, dando-lhe poder para viver de modo puro e agradável a Deus, em Cristo. Cremos na vida santa dos discípulos (mesmo contemporâneos nosso) [...]."

O atual "Cremos" das Assembleias de Deus no Brasil, publicado no Mensageiro da Paz desde 1969, afirma:

Cremos,

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29);

2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17);

3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9);

4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus (Rm 3.23 e At 3.19);

5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8);

6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor. (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9);

7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12);

8) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15);

9)
 No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade (1Co 12.1-12);

11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda — visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16, 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14);

12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10);

13)
 No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15);

14)
 E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46

(Fonte: www.cpad.com.br)

Fica aqui registrado os meus sinceros agradecimentos ao pastor Isael de Araújo (Chefe do CEMP - Centro de Estudos do Movimento Pentecostal da CPAD) pelas preciosíssimas informações históricas que me passou, e pela gentiliza do envio das imagens.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

As profecias de Balaão:

NÚMEROS Capítulos  22—25 

1. Quem é Balaão? Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio Eufrates (22:5). Seus poderes sobrenaturais eram altamente estimados pelos moabitas e pelos midianitas (22:6). E um dos mais misteriosos e estranhos personagens da Bíblia. Era profeta de Deus
ou meramente um adivinho em cuja boca o Senhor colocou suas palavras? Tinha certa comunhão com Deus (22:8-12), sabia algo da justiça divina (Miquéias 6:5), e algo sobre a vida além-túmulo (23:10), ouvia os ditos de Deus, via "a visão do Todo-poderoso" (24:4), e não falaria o que Deus não lhe dissesse (22:18). Por outro lado, parece que às vezes buscava agouros ou sinais a respeito do futuro (24:1). Daí se infere que tinha dom de profecia, mas seu conhecimento de Deus estava obscurecido, em certa medida, pelos conceitos pagãos.

2. Balaão vacila: Capítulo 22. Balaque temia os israelitas e de acordo com os midianitas enviou a Balaão a mensagem de que viesse a fim de amaldiçoar a Israel. Assim sucede muitas vezes que o adversário procura encontrar um crente com o intuito de usá-lo contra o avanço do povo de Deus. No princípio Balaão se nega a ir com a delegação de Balaque porque Deus lhe havia proibido amaldiçoar a Israel, pois era o povo bendito. Mas ao ver a segunda delegação composta de personagens importantes, de novo perguntou a Deus, pois desejava amaldiçoar a Israel para receber o pagamento de Balaque. Desta vez Deus lhe deu permissão para acompanhar os mensageiros do rei, mas sob a condição de que faria o que o Senhor lhe ordenasse.

Surgem algumas perguntas quanto ao incidente em que o anjo do Senhor estorvava a viagem do profeta. Mudou Deus de idéia ao permitir que Balaão acompanhasse a segunda delegação moabita quando o havia advertido de que não fosse com a primeira? Depois, arrependeu-se Deus de haver-lhe dado permissão e por isso enviou o anjo para detê-lo? A resposta encontra-se em 23:19. Parece que não era a vontade diretiva de Deus que Balaão fosse com eles, mas tão-só a sua vontade permissiva. Provavelmente permitiu que Balaão acompanhasse os moabitas para demonstrar a Balaque o caráter singular de Israel e o poder divino para frustrar toda adivinhação contra o povo de Deus. Balaão foi repreendido porque interpretou a permissão divina de ir com os príncipes como se fosse permissão de amaldiçoar a Israel. Ele foi motivado pelo dinheiro de Balaque.

Em segundo lugar, como é possível que a jumenta de Balaão falasse? O animal não é capaz de falar nem de raciocinar. É evidente que foi um milagre de Deus. Se Satanás podia falar por meio da serpente no Éden, acaso Deus não pode falar por uma jumenta? Em todo o incidente, Deus ensina a Balaão que só lhe é permitido falar o que ele próprio transmite.

3.  As profecias de Balaão: Capítulos 23 e 24. Balaão profetizou quatro vezes prognosticando a prosperidade futura de Israel e a destruição de seus inimigos. As profecias de Balaão são as seguintes:
a) Israel não era apenas uma nação entre outras muitas nações, mas "um povo que habita à parte" (Bíblia de Jerusalém). Gozaria da
grande bênção de ter uma descendência numerosa (23:7-10).
b)  Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem os homens, portanto abençoaria a Israel dando-lhe força irresistível para derrotar seus inimigos. Deus não via o mal em Israel, pois via os israelitas através do pacto, e as maldições e adivinhações não surtiriam efeito contra o seu povo (23:18-24).

Os crentes podem lançar mão das promessas de Números 23:21 e 23. Deus vê seu povo não tal como é, mas através da justiça provida por seu Filho. Com os justos as maldições dos espíritas e adivinhos não têm poder.

c)  Israel se estenderia amplamente e obteria domínio irresistível sobre as nações inimigas (24:3-9).

d)  Levantar-se-ia em futuro longínquo um rei brilhante em Israel que conquistaria Moabe e Edom. Amaleque seria arruinado eterna­mente e inclusive a Síria pereceria (24:15-24).

A quem se refere a "estrela que procederá de Jacó" e o "cetro que subirá de Israel"? Muitos estudiosos da Bíblia crêem que o rei Davi cumpriu esta profecia pois ele conquistou Moabe e Edom (II Samuel 8:2, 14). Outros estudiosos julgam que a profecia se refere primeiro a Davi e depois ao Messias, Jesus Cristo. Neste contexto a "estrela" significa um governador brilhante. Comenta uma nota da Bíblia de Jerusalém: "A estrela é, no antigo Oriente, sinal de um Deus e, por conseqüência, de um rei divinizado." Através dos séculos a igreja cristã tem interpretado a profecia como messiânica.
4.  O ensino de Balaão: Capítulo 25. Ao fracassar em seu intento de prejudicar a Israel mediante a maldição, Balaão recorreu a outro estratagema. Aconselhou Balaque a induzir os israelitas a participar das festas religiosas dos midianitas e a cometer fornicação com eles (Apocalipse 2:14). Sabia que Deus julgaria essa falta de santidade e assim Balaão conseguiria seu propósito perverso. A ação enérgica de Finéias deteve a mortandade resultante e conseguiu para ele e seus descendentes a promessa do sumo sacerdócio.
5.  Lições práticas:
a) Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei mas viola seu espírito. Não falaria o que Deus não lhe dissesse, mas queria fazer o mal. Quis que Deus mudasse de idéia e lhe permitisse fazer sua própria vontade. Então, não podendo amaldiçoar ao povo de Deus por palavra, procurou prejudicá-lo ensinando os midianitas a colocar tropeços diante deles.
b) Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja negociar com seu dom: "Amou o prêmio da injustiça" (II Pedro 2:15).
c)   Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má influência dos mestres insinceros que procuram fazer avançar a causa
da igreja aconselhando-a a fazer aliança com o mundo e os mundanos (31:16; Apocalipse 2:14).
d)   O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o conhecimento de Deus se não estiver acompanhado do sincero desejo de obedecer-lhe. Balaão desejava morrer a morte dos retos, mas não queria viver uma vida reta. Em conseqüência, morreu nas mãos dos israelitas na guerra contra Midiã (31:8).
e)  Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos de Deus nem contra seu povo. Além disso, Deus faz que a ira do homem0  louve (Salmo 76:10).

Rerison Brazão:


sábado, 8 de abril de 2017

Distinção entre o arrebatamento e a segunda vinda

Apocalipse 19.7-9 revela que a consumação da união entre Cris­to e a igreja precede a segunda vinda. Em muitas passagens, como Mateus 25.1-13,22.1-14 e Lucas 12.35-41, o Rei é visto no papel do Noi­vo na Sua vinda, indicando que o casamento já se realizou. Esse aconte­cimento, da mesma maneira, requer um período de tempo e torna im­possível que o arrebatamento e a manifestação sejam acontecimentos simultâneos. Embora a extensão do período não esteja sendo verificada nessa discussão, faz-se necessário um intervalo entre o arrebatamento e a revelação.
   Distinção entre o arrebatamento e a segunda vinda.

 Devemos obser­var várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras. A existência de dois planos separados é mais bem per­cebida pelas muitas contraposições encontradas nas Escrituras entre os dois acontecimentos.


1)    A translação compreende a retirada dos cren­tes, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifesta­ção do Filho.
2)    Na translação os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra.
3)    Na translação Cristo vem bus­car Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele retorna com a noiva.
4)    A translação resulta na retirada da igreja e na instauração da tribula­ção, enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino milenar.
5)    A translação é iminente, enquanto a segunda vinda é prece­dida por uma multidão de sinais.
6)    A translação traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é acompanhada por uma men­sagem de julgamento.     
7)    A translação está relacionada ao plano para a igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.
8)    A translação é um mistério, enquanto a segunda vinda é prevista em ambos os testamentos.
9)    Na translação os crentes são julgados, enquanto na segunda vinda os gentios e Israel são julga­dos.
10) A translação deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma mudança na criação.
11) Na translação os gentios não são afetados, enquanto na segunda vinda são julgados.
12) Na translação as alianças de Israel não são cumpridas, enquanto na segunda vinda todas as alianças são cumpridas.
13) A translação não tem relação par­ticular com o plano de Deus para o mal, enquanto na segunda vinda o mal é julgado.
14) É dito que a translação ocorrerá antes do dia da ira, enquanto a segunda vinda se segue a ele.
15) A translação é apenas para os crentes, enquanto a segunda vinda tem efeito sobre todos os homens.
16) A expectativa da igreja em relação à translação é "perto está o Senhor" (Fp 4.5), enquanto a expectativa de Israel em relação à segunda vinda é "o reino está próximo" (Mt 24.14).
17) A expectativa da igreja na translação é ser levada à presença do Senhor, enquanto a expectativa de Israel na segunda vinda é ser levado ao reino. (W. E. Blackstone, Jesus is coming, p. 75-80) Essas e outras contraposições que poderiam ser apresentadas apóiam a alega­ção de que se trata de dois planos diferentes que não podem ser unifi­cados num só.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó

 Capítulo 33. Pouco antes de subir ao monte Nebo para contemplar a terra prometida e morrer, Moisés abençoou as tribos de Israel. Convocou-as, exceto a de Simeão e profetizou poeticamente as bênçãos que elas receberiam ao estabele­cer-se em Canaã. A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó contrastam muito entre si. Jacó sintetizou a história da conduta de seus filhos,  que às vezes foi triste e humilhante.   Moisés,  pelo

contrário, passa por alto os pecados deles e apresenta a graça que Deus revelou a seu favor.
Como se explica a diferença entre as duas bênçãos, uma vez que ambas se referem às tribos de Israel? Um comentarista, C. H. Mackintosh, observa: "Jacó contempla seus filhos do ponto de vista pessoal; Moisés os vê segundo a relação que existe com o Senhor em virtude do concerto.

Convém notar que as bênçãos se concretizariam com a colocação de cada tribo na terra de Canaã tal como foi dividida mais tarde. Com olho profético, o velho dirigente viu a terra prometida e a localização posterior de cada tribo. Também se relacionam as bênçãos de cada tribo com a necessidade ou função de cada uma delas. Para Rúben, que havia perdido a primogenitura, Moisés pediu a multiplicação de seus filhos. Judá teria grande poder; seria como o que toma a dianteira nas ações militares contra os inimigos de Israel. Levi recebeu o sacerdócio e o ministério de consultar ao Senhor em paga por seu zelo pela causa do Senhor na ocasião em que Moisés decretou a morte dos impenitentes adoradores do bezerro de ouro. Moisés contemplou a tranqüilidade futura de Benjamim ao habitar nos montes. Acerca das tribos de José, Efraim e Manasses, foi profetizada a fertilidade de sua terra e também sua grande força semelhante à de um búfalo. Zebulom e Issacar prosperariam em empresas comerciais nas costas do mar. Dã seria valente e forte como um leão jovem que chega à plenitude de suas forças. Naftali receberia uma terra fértil na região do mar da Galiléia. De Aser, Moisés profetizou grande abundância de oliveiras e segurança.

 O segredo para receber todas as bênçãos encontra-se no incomparável Deus de Jesurum. Os israelitas alcança­riam vitória sobre seus inimigos porque Deus lha concederia. Quando Israel se colocava nos braços eternos, esses mesmos braços o conduziam pelo campo de batalha e o utilizavam para executar o juízo divino contra os corrompidos cananeus.

A morte de Moisés: Capítulo 34. Como parte da recompensa por sua fidelidade, Deus permite a Moisés contemplar a terra prometida do topo do monte Nebo. Mas por sua desobediência no incidente das águas de Meribá, não se lhe permite entrar naquela terra. Demonstra que embora Moisés seja libertador, não é o libertador por excelência, pois não pôde alcançar para seu povo a vitória final. Não obstante, não houve profeta antes nem depois em Israel como ele. Deus levou o espírito de Moisés consigo e sepultou o corpo em um lugar desconhe­cido dos israelitas. Se o lugar de seu sepultamento fosse conhecido, o povo o teria convertido em um santuário idolatra. Muitos crêem que Josué escreveu este último capítulo como tributo final a Moisés.

Não entrou Moisés, nunca, na terra prometida? Não o vemos mais

nas páginas das Sagradas Escrituras? Sim, vemo-lo na Palestina falando com Cristo no monte da Transfiguração. Quão apropriado era conceder-lhe esta honra! Moisés havia tido uma grande parte na preparação da vinda e obra daquele cujo ministério foi prefigurado pelo grande líder de Israel.

domingo, 26 de março de 2017

Não confunda indiferença com fidelidade

Por 

Não defender o evangelho contra as heresias para não “brigar” com ninguém pode parecer um exercício espiritual louvável. Porém, essa atitude pode muito bem mascarar uma indiferença com as coisas espirituais. Devemos separar dois extremos: sair falando sem cautela contra tudo e contra todos e calar-se diante do erro quando a bíblia ordena a batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos.
                Paulo ensina que no Tribunal de Cristo prestaremos contas a Deus pelo que fizermos aqui na terra, sejam coisas boas ou coisas más. Esse julgamento é restrito aos salvos. Não se relaciona com a salvação ou condenação eternas. Paulo afirma que receberemos um galardão por toda obra que fizermos para Deus, porém alguns não receberão nada e escaparão como por um triz. Alguns, de forma tola, se contentam em escapar por um triz do que se esforçar para ganhar o galardão prometido. Na verdade, essa atitude é um diagnóstico da vida espiritual de alguém que é indiferente às coisas relacionadas a fé. Um sintoma de uma vida espiritual próspera é a fome e a sede por Deus. Essa fome é vista em Paulo “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar por vossas almas, ainda que amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2 Co 12.15). Moisés tinha fome da presença de Deus “Então disse: Se tua presença não for conosco, não nos faça subir daqui.” (Ex 33.15).
              O crente em Cristo não pode ser indiferente diante do pecado e da distorção do evangelho. O primeiro e também o último ato público de Jesus foi expulsar do templo aqueles que estavam distorcendo o sentido verdadeiro da casa do Senhor. Jesus não foi indiferente, ao contrário foi enérgico, ao ponto de açoitá-los fisicamente. João batista, o predecessor de Cristo, também era zeloso pela causa do evangelho. Assim como o profeta Elias denunciou o pecado das autoridades e das seitas religiosas da sua época. Ele era categórico e sem rodeios “E naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: arrependei-vos, porque é chegado o Reino de Deus.” (Mt 3.1,2).
             A bíblia não ensina que devemos atacar quem é contra a nossa fé. Na verdade há momentos que a ocasião demanda uma atitude mais branda e em outra uma atitude mais enérgica. O que o Senhor não tolera é a indiferença. A indiferença é a falta de interesse, cuidado, descaso. É a pessoa que diz “tanto faz”. Ela não conhece a situação espiritual do mundo e da igreja hoje porque não se interessa. Ela não entende porque os crentes estão tão preocupados em combater o “falso” evangelho porque ela está “por fora” de tudo. Indiferença não se confunde com fidelidade. Ser fiel é está alistado na batalha sempre alerta.

sábado, 25 de março de 2017

Nosso trabalho mais importante


Quanto mais estudo a Palavra de Deus, mais fico conven­cido de que o trabalho prioritário da Igreja é ganhar os homens perdidos para Cristo.


Entre outras há quatro passagens que claramente decla­ram estas verdades, além de qualquer dúvida.
Considerando primeiro o lado de Deus, aprendemos que "... Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1 Timóteo 1:15), e "... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Portanto, o propósito principal da vinda de Cristo ao mundo foi buscar e salvar os perdidos. Não era uma missão de serviço social nem tão pouco de reforma, mas de salvação e regeneração.

O lado humano é: “... lhes abrir os olhos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus" (Atos 26:18). Os seus olhos precisam ser abertos para que vejam a luz. Estão sob o poder de Satanás e, portanto, é necessário que sejam libertos e levados a Deus. Esta foi a missão de Paulo.
O resumo claro da missão do crente se encontra em Atos 15:14, onde se diz que Deus visitou os gentios "para tomar dentre eles um povo para o seu nome". É isto que Deus tem feito durante os mais de mil e novecentos anos passados. É este o trabalho do Espírito Santo hoje. Ele está constituindo o corpo de Cristo, sua Igreja. De todas as raças e línguas do mundo inteiro está chamando uma grande multidão.

Ora, se é o propósito de Deus visitar os gentios e se a missão do Espírito Santo no mundo é esta, então é a vontade de Deus que cooperemos com Ele. Se Ele opera por intermé­dio de instrumentos humanos, devemos fazer a nossa parte e pregar o evangelho.
Há pessoas que procuram fugir da responsabilidade de ganhar almas dizendo que "um semeia e o outro ceifa". Muito bem, suponhamos que você semeie uma horta e no outono chegue alguém e venda-a, dizendo:

Ora, meu amigo, você já fez a sua parte, realmente semeou, e agora chegou o tempo da ceifa. Começarei a colher, aproveitarei todas as verduras e frutas que você plantou. Um planta, como você sabe, e outro colhe.

Claro que não — você exclama. — Não pode ser assim! Plantei esta para mim mesmo. Você está querendo dizer que eu vou deixar que você colha todo o fruto do meu trabalho? Eu o colherei por mim mesmo.

Portanto, segundo o seu argumento a explanação de que "um planta e outro colhe", vale somente na esfera espiritual. Que absurdo!

Deus declara enfaticamente que é a sua vontade que todos os seus servos dêem frutos.
"Eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos" (João 15:16).
Às vezes sou eu que planto, mas outras vezes sou eu que ceifo também.
Se ganhar almas é o trabalho mais importante da Igreja é natural concluir que Satanás fará todo o possível para nos desviar dele e nos convencer a fazer outra coisa. E assim acontece.
Milhares se entregam aos serviços sociais, quer sejam de instrução, filantropia e outras coisas. Mas o serviço social não é salvação; e reforma não é regeneração. O primeiro trata da vida presente, e a salvação, da eternidade.

Devemos começar no ponto certo. O homem que recebe a salvação logo se modificará e se reformará. Não é nosso trabalho melhorar o mundo. Este é o trabalho do Estado. Nossa missão é construir a Igreja. Não é somente o exterior do copo e da bandeja, mas o interior que o Mestre deseja limpar. O serviço social é suficiente para algumas pessoas, mas ai dos servos de Deus que foram chamados para um trabalho mais alto e ficaram satisfeitos com este serviço! O Evangelho não tem perdido o seu poder. Então, por que perder tempo?


Multidões estão se dando ao que comumente se chama o trabalho da igreja. Trabalham realizando concertos e outras coisas semelhantes; servem em diversos comitês; pertencem a muitas organizações, e, assim, se esgotam e pensam que estão verdadeiramente servindo a Deus; mas não gastam nem cinco minutos numa reunião dedicada a levar almas a Cristo.

quinta-feira, 16 de março de 2017

“...da sua boca saía se com uma aguda espada”.


 Bíblia nos ensina que não podemos ser discípulos de Jesus Cristo se não temos uma ingestão regular da Palavra de Deus. Em certa ocasião, Jesus disse aos seus seguidores: "Se vocês permane­cerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus dis­cípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jo 8.31,32). Quando olhamos a história da igreja cristã, descobrimos que o denominador comum de todo grande homem e mulher de Deus é que eles conheciam as Escrituras e passavam tempo de modo consistente e regular com o Senhor na sua Palavra

.Ap 19.15. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regará com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus TodA


I. “...da sua boca saía se com uma aguda espada”. Esta espada (herebh) é a Palavra de Deus personificada (2Ts 2.8). Esta espada expressa seu poder tanto físico como moral: no sentido físico seu efeito é visível por aquilo que já demonstramos acima; no sentido moral aquilo que se segue.

1. Na América do Norte viveram há mais de 150 anos atrás, dois homens que se conheciam. Um era crente, o outro não.
(a) O crente, Edward Jonatan, casou-se com uma moça crente, e no seu lar predominava a leitura da Bíblia e a oração. Esta família teve durante 150 anos 729 descendentes dos quais 300 se tornaram pregadores da Palavra, 65 professores em escolas superiores, 13 catedráticos, 3 deputados e um vice-presidente da nação.

(b) O não crente, Max Junkers, casou- uma moça atéia e viveram conforme o seu ideal. Durante os 150 anos a família teve 1.026 descendentes, dos quais 300 morreram prematuramente, 100 foram condenados a prisão, 190 eram prostitutas, 100 alcoólatras.

Se numa reunião na igreja perguntássemos: "Quantos crêem na Bíblia de capa a capa?", provavelmente todos levantariam a mão. Entretanto, se perguntássemos: "Quantos a lêem regularmente de capa a capa?", poderíamos não obter sequer uma resposta. Parece que somos culpados de estar mais interessados em defender a Pa­lavra de Deus do que em estudá-la.

segunda-feira, 13 de março de 2017

A NATUREZA DA DOUTRINA

 A NATUREZA DA DOUTRINA
A doutrina cristã (a palavra "doutrina" significa "ensino" ou "instrução") pode definir-se assim: as verdades fundamentais da Bíblia dispostas em forma sistemática. Este estudo chama-se comumente: "teologia", ou seja, "um tratado ou um discurso racional acerca de Deus". (Os dois termos serão usados alternadamente nesta seção.) A teologia ou a doutrina assim se descreve: a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o homem. Trata de tudo quanto se relaciona com Deus e com os propósitos divinos.
Por que descrevemos a teologia ou a doutrina como sendo uma "ciência"? A ciência é a disposição sistemática e lógica de fatos comprovados. A teologia é chamada ciência porque consiste em fatos relacionados com Deus e com as coisas de ordem divina, apresentadas de uma maneira lógica e ordenada.
Qual é a conexão entre a teologia e a religião? Religião vem da palavra latina "ligare" que significa "ligar"; religião representa as atividades que "ligam" o homem a Deus numa determinada relação. A teologia é o conhecimento acerca de Deus. Assim a religião é a prática, enquanto a teologia é o conhecimento. A religião e a teologia devem coexistir na verdadeira experiência cristã; porém, na prática, às vezes, se acham distanciadas, de tal maneira que é possível ser teólogo sem ser verdadeiramente religioso, e por outro lado a pessoa pode ser verdadeiramente religiosa sem possuir um conhecimento sistemático doutrinário.
"Se conheces estas coisas, feliz serás se as observas", é a mensagem de Deus ao teólogo. "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tim. 2:15), é a mensagem de Deus ao homem espiritual.
Qual é a diferença entre doutrina e dogma? Doutrina é a revelação da verdade como se encontra nas Escrituras; dogma é a declaração do homem acerca da verdade quando apresentada em um credo.
 Esperamos confiadamente que a teologia ou doutrina encontre o lugar que merece no pensamento e na educação religiosa.
Para um ser imortal, a verdade acerca de Deus, do destino humano e do caminho para a vida eterna, nunca pode ser de pouca importância.
Todos os homens que raciocinam devem tomar em consideração essas coisas. São perguntas tão antigas quanto a própria raça humana e só podem ser esquecidas quando a raça houver submergido na idiotice ou houver perdido a imagem de Deus.
"Assim como o homem pensa no seu oração, assim ele é. Toda a existência do homem gira em torno do que pensa, especialmente do que pensa acerca de Deus"
 David S. Clarke

quarta-feira, 1 de março de 2017

A prova suprema


— Amas-me?
A pergunta era surpreendente. O pequeno grupo, assenta­do ao redor do fogo, na praia do mar da Galiléia, olhou depressa para quem falava. Ele fitava os olhos em um só, esperando a resposta. Era bem cedo de manhã e a luz vinda do oriente despertava as trevas da noite. Além do barulho das ondas da praia, ouvia-se somente o grito ocasional de alguma ave do mar, que quebrava o silêncio da manhã.
Durante toda aquela comprida noite os homens lançaram as suas redes sem resultado algum. Ao amanhecer o novo dia apareceu na praia uma figura misteriosa. O desânimo e a fadiga deram lugar ao medo. Esforçando os olhos, penetra­ram a cerração da manhã e, finalmente, reconheceram o que no princípio parecia um fantasma.
— É o Senhor!
No mesmo instante, Pedro — com o seu grande coração cheio de remorsos e de uma devoção quase sobrenatural — jogou-se na água, e com os esforços de seus grandes braços logo chegou à praia. Os outros seguiram-no. A rede foi recolhida. As brasas ardiam, e os peixes assavam. Nenhuma palavra foi dita até que o próprio Mestre fez um simples convite: "Vinde e comei".
Sentaram-se e alimentaram-se. Todos guardavam silên­cio. Temor e reverência faziam com que ficassem calados. E, finalmente, Jesus quebrou o silêncio com as palavras de nosso texto:
AMAS-ME?
É a Pedro que ele se dirige, o grande e impulsivo Pedro; o discípulo que tão recentemente o negara, que "saiu e chorou amargamente". Agora vai ser posto à prova. Precisa fazer uma confissão tríplice da sua devoção por causa da tríplice negação. Seria provado pela mais alta norma, "a suprema prova".
— Simão, filho de Jonas, amas-me?
Ele está procurando o amor mais sublime e não somente o amor emocional. Mas Pedro não mais confia em si mesmo. Falhou uma vez; poderia falhar de novo. Portanto, com medo de fazer a confissão mais nobre, Simão usou uma palavra que significava o mero amor emocional ou simpatia pessoal:
— Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. (Em grego a
palavra não é a mesma que Jesus usou.)
Outra vez é feita a mesma pergunta. A resposta também é a mesma. Então o Mestre aceita as palavras de Pedro, compreendendo que Pedro não estava disposto a confessar o amor que ele desejava, e pela terceira vez pergunta:
— Simão, filho de Jonas, tu me amas?
Pedro, o grande e nobre Pedro, com o seu coração que­brantado por grande tristeza, por ver que o Senhor duvidava dele, replicou, com o coração pulsando e os lábios tremendo:
— Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo.
Temos chamado esta pergunta de "PROVA SUPREMA". Mas considerando todos os fatos, será que foi a prova mais alta de devoção e lealdade, a mais importante confissão que os lábios humanos podem proferir? Não haverá uma maior ainda? Será que Jesus errou? A vida de Pedro não parece indicar nenhum erro nisso. Jesus não parece pensar assim. De fato, ele estava disposto a basear tudo nesta simples pergunta. Sabia o que estava fazendo, sabia que estava fazendo a pergunta mais importante de todas as línguas.
Hoje em dia, depois de transcorridos dezenove séculos, podemos ainda considerar esta pergunta a "PROVA SUPRE­MA" de nossa vida espiritual.
Há três coisas na frase 'Tu me amas?”que provam que ela é a "prova suprema":

1) A Prova Suprema do Discípulo

Dia após dia, através dos séculos, Jesus Cristo tem chamado homens e mulheres ao seu encontro, não pela força, nem pelo medo, mas pelo amor. Satanás estaria bem contente por ver Jesus possuir os reinos do mundo, contanto que estivesse sujeito a ele. Mas Jesus sabia que não era a vontade do Pai forçar os homens a obedecê-Lo.
Não! Ele atrai, não obriga; dirige, não constrange; os homens devem escolhê-lo voluntariamente; devem ser ga­nhos pelo amor. Esta união seria mais íntima, mais forte, a mais durável do que uma obediência forçada poderia ser.
O amor o trouxera ao mundo; o amor levou-o a morrer pela raça humana perdida e o amor atrairia os homens e as mulheres a ele. Qualquer voto de fidelidade poderia ser mais simples do que a prova que ele escolheu — "Tu me amas?"

2) A Prova Suprema da Conduta

Não é mais necessário fazer a velha pergunta acerca de nossa atitude para com as coisas mundanas: "É pecado fazer isto?" ou "Pode o crente fazer isto?" Simplesmente aplicamos a "prova suprema" a todas as nossas ações.
A questão não é se é certo ou errado participar de diversões duvidosas. O homem que se torna cheio do Espírito de Deus e saturado com o amor de Cristo, deseja viver e agradar ao que ganhou as afeições do seu coração. Dessa forma, não há lugar para o pecado, não há lugar para o mundo, e ele não tem desejo algum por estas coisas em que as pessoas não salvas se deleitam. Será que o homem prejudicará as pessoas que verdadeiramente ama? Certamente não. Portanto, a "prova suprema" de tudo é o amor.

3) A Prova Suprema do Serviço

O incentivo do serviço verdadeiro é o "amor" e não a "obrigação". O seguidor do Senhor Jesus Cristo serve a seu Mestre porque o ama, e não por obrigação.
Que foi que levou David Brainerd aos índios selvagens do grande deserto? Que foi que o levou a deixar sua casa aos vinte e quatro anos de idade e habitar sozinho no coração dos grandes bosques do interior. O que foi que o fez prosseguir mês após mês — mesmo depois de ser vítima da tuberculose, estar fraco e doente como resultado da falta de alimentação, das longas viagens a cavalo e das muitas noites passadas na matas suportando chuvas torrenciais — à procura dos índios para lhes dizer que Deus os amava de tal maneira que deu o seu Filho, seu único Filho, para morrer por eles? O que, pergunto? Obrigação? Longe de nós tal pensamento! Ne­nhum homem se sente obrigado a tal vida. Não! Era "amor". David Brainerd amava ao Senhor e manifestou o seu amor.
Assim também fizeram Judson, Livingstone, Morrison, Taylor, Carey, e todos os grandes missionários do passado. Sim, meu irmão, e assim será com você, se verdadeiramente o ama. Você provará isso por serviço prestado voluntaria­mente com alegria. Até dará a sua vida se necessário for. Você o ama?

Se Jesus Cristo aparecesse em nosso meio neste momen­to, e pessoalmente nos apresentasse a pergunta 'Tu me amas?”a cada um de nós, qual seria a nossa resposta? Como responderíamos a ele? Como seríamos analisados! Será que procuraríamos escapar às suas perguntas? Ou será que verdadeiramente amamos a Jesus Cristo? "Nós o amamos", declarou João. Você o ama? Eu o amo?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A FÉ DA MULHER CANANÉI


O capítulo 15 do evangelho de Mateus registra a história da mulher cananéia. De fato, ela parecia estar no lugar errado e na hora errada, mas recebeu um poderoso milagre do Senhor. Sua história terminou registrada como a de uma mulher de grande fé. O texto de Jeremias 29.13 tipifica a fé da mulher cananéia: "Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração". A história completa dessa mulher vinda de Canaã é contada em Mateus 15.21-28:
            Saindo daquele lugar, Jesus retirou-se para a região de Tiro e de Sidom. Uma mulher cananéia, natural dali, veio a ele, gritando: "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemo­ninhada e está sofrendo muito".
            Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: "Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós".
            Ele respondeu: "Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel".
            A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: "Senhor, ajuda-me!"
            Ele respondeu: "Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos".
            Disse ela, porém: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos".
            Jesus respondeu: "Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja". E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.

            Ao ler essa passagem de Mateus, vemos que os discípulos ha­viam se tornado muito religiosos, mesmo convivendo com Jesus. Já possuíam uma série de regras e de programações. Jesus e os discípulos estavam indo para o noroeste da Judéia, à região pagã conhecida como Tiro. Jesus queria um tempo de descanso e de privacidade. O texto paralelo no evangelho de Marcos diz que Jesus havia entrado numa casa para se esconder e ficar sozinho com os discípulos (v. Mc 7.24). Não era um dia no qual o Mestre estava ao ar livre, ministrando às massas que regularmente se reuniam para ouvi-lo.
TENTANDO ENTRAR SEM CREDENCIAIS
            Mas, naquele momento de descanso, uma mulher cananéia encontrou Jesus e pediu-lhe ajuda. Veio com muitas desvantagens. Primeiramente, era mulher. No Israel daqueles dias, as mulheres deveriam permanecer caladas e um pouco distantes. Segundo, era cananéia, de ascendência grega. Não fazia parte do rebanho de Israel; não tinha as credenciais necessárias. Não fazia parte dos doze, nem dos setenta, nem dos quinhentos; não tinha se­quer parte com o povo de Deus.
            Os israelitas desprezavam quem não pertencia à sua linha­gem de sangue ou de raça. Chamavam todos os outros povos e nações de gentios e, às vezes, até de cães! Os israelitas referiam-se a esses povos como pagãos que não conheciam a Deus.
            A mulher também estava no lugar errado e na hora errada. Jesus não estava pregando nem liderando uma cruzada. Jesus se retirava para um descanso. E desnecessário dizer que a mulher viu-se em terrível desvantagem, enquanto reunia coragem para se aproximar de Jesus e pedir-lhe uma bênção. Mas continuou assim mesmo, gritando: "Senhor, Filho de Davi, tem misericór­dia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito" (v. 22).
O PROBLEMA EXIGE UMA RESPOSTA
            Sabe por que ela gritava? A mulher tinha um problema terrí­vel em casa. Sua filha sofria terrivelmente em função de posses­são demoníaca. Era uma tortura para a mulher, pois sentia a dor da filha e não podia fazer nada sobre o problema. Então, desco­briu que Jesus estava naquela região. Quando existe um proble­ma na vida, o Senhor o usa para que possamos clamar: "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim" e pedir sua presença. Alguns ficam muito amargurados e tristes quando passam por provações. Mas Deus permite que as provações aconteçam para nos fazer glorificar o nome de Jesus.
            Há quem pense: gostaria de ter nascido em algum outro lugar ou numa família diferente. Outros acreditam: se não tivesse sofrido tan­to abuso em minha infância, seria uma pessoa feliz- Sentem amargu­ra no coração por aquilo que são, pelo local onde cresceram e onde estão. Mas veja o que essa mulher fez durante a tempestade que se abateu sobre sua vida. Foi buscar Jesus e começou a que­brar as regras da religiosidade. Ela não disse: "Jesus é judeu, e eu sou uma mulher pagã; não tem nada a ver comigo". Ela foi até Jesus porque sua filha estava sofrendo.
            Ainda que sua família esteja bem, sua vizinhança e sua cida­de podem estar sofrendo terríveis ataques demoníacos. Nações inteiras estão debaixo do governo autoritário de Satanás; o Se­nhor deseja transformá-las de uma vez por todas.
continua ! 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

As críticas de Miriã e Aarão. NM Capítulo 12




É muito desagradável a um líder encontrar deslealdade entre seus seguidores, mas gravíssimo quando os desleais são os subalternos mais chegados a ele. Diz-se que Miriã foi a instigadora da crítica, pois somente ela foi castigada (12:10). Embora Miriã e Aarão falassem contra Moisés por causa da mulher estrangeira com quem ele se casara, o motivo verdadeiro encontra-se em 12:2. Não estavam contentes com ocupar o segundo posto em Israel; à semelhança de muitos perturbadores, esqueceram-se de que Deus os escutava.
Moisés era muito humilde e não se defendeu. Estava tão ocupado servindo a Deus que não prestou atenção aos ataques desferidos contra ele próprio. Sempre se manifestou zeloso por defender a honra do Senhor, mas deixava que Deus vingasse a sua causa. Primeiro o

Senhor falou no tabernáculo a Aarão e a Miriã indicando-lhes que Moisés era superior a todos os demais profetas (12:6-8). O grande líder era "fiel em toda a minha casa", ou seja, em governar a nação escolhida. Deus não falou por meio de visões ou sonhos como falava a outros profetas, mas falou-lhe "cara a cara", isto é com intimidade, como um amigo fala a outro (Êxodo 33:11). Somente Moisés viu a "semelhança do Senhor" não como uma forma divina mas como "alguma evidência inequívoca de sua presença gloriosa"4 (Êxodo 33:20-23), pois Deus é espírito, invisível e sem forma (Deuteronômio 4:12, 15; João 1:18; Colossenses 1:15). A seguir Deus feriu Miriã com a lepra. A intercessão de Moisés foi recompensada com a cura de Miriã, porém ela teve de ser expulsa do arraial por sete dias, como uma advertência de quão grave é criticar os servos do Senhor (II Pedro 2:10-12; Salmo 105:15; Hebreus 13:7).