sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O mundo sem uma Bíblia: Abraão Lincoln


O mundo sem uma Bíblia! Parece difícil de acreditar. Não há registro de quaisquer escritos inspirados antes dos dias de Moisés. Dos escritos contidos na Bíblia, temos registrado, e distintamente registrado - que: “Moisés escreveu todas as Palavras do Senhor” (Ex.24.4); o Espírito do Senhor falou por Davi (2Sm.23.1-2); Lucas escreveu seu evangelho (Lc.1.1-40); João escreveu seu evangelho e o Apocalipse (João 20. 30-31 / Ap.1. 2).

Apesar de existirem homens santos naqueles dias primitivos, com os quais Deus se comunicava verbalmente, não encontramos registros de que qualquer deles fosse inspirado a escrever a Palavra de Deus, ou colocar a Palavra de Deus na forma escrita. Em muitos casos, quando agradou a Deus fazer a sua vontade conhecida, fê-lo verbalmente, de maneira direta e pessoal, como foi com Adão (Gn. 2.16); Caim (Gn. 4.6); Noé (Gn. 6.13); Abraão (Gn.12.1-3); Isaque (Gn. 26.2-5); Jacó (Gn.28.13) e (Jó. 40.1-3).

Pela comunicação verbal Deus instruiu o homem acerca de muitas Leis, que posteriormente foram incorporadas ao Pentateuco, como o sábado (Gn.2.3) e o casamento (Gn.2.24). Instruções verbais acerca de oferta e sacrifício também foram dadas ao povo (Gn.4.4-7). Dessa forma vemos que desde o principio o homem possuiu, mesmo sem a Palavra escrita, o conhecimento de Deus e suas Leis.

Entretanto, devemos ter em mente que além de revelações verbais havia outras duas testemunhas independentes acerca da existência de Deus; a natureza – ou as obras de Deus – (Sl.19.1-3 / Rm.1.19-20), e a consciência – (Rm.2.14-15). Essas duas testemunhas eram imperfeitas porque a natureza somente nos ensina que há um Deus, mas não diz quem ele é; por outro lado, a valiosa dádiva da consciência pode ser abusada até a ponto de se tornar-se inativada (1Tm.4.2).

Acerca das comunicações verbais, deve-se dizer que eram dirigidas a algumas pessoas privilegiadas que andavam com Deus ou aqueles para os quais Deus tinha uma mensagem especial. Conseqüentemente, havia necessidade de uma revelação mais ampla, clara e de forma que todos a pudessem receber. Essa revelação deveria ser escrita como é a Bíblia, a Palavra de Deus, viva e que permanece para sempre (1Pe.1.13). Ela não somente revela a existência de um criador, mas diz quem é Ele e o que espera de nós.

domingo, 14 de outubro de 2018

O problema do uso da alegoria na interpretação da bíblia



Alegoria pode ser conceituada como uma expressão figurada de um pensamento ou sentimento. O método alegórico de interpretação usa a alegoria para descobrir um sentido oculto em um texto procura descobrir algo que através de uma leitura superficial não foi possível obter. Muitos escritores procuram utilizar uma linguagem subliminar em seus escritos para que somente o leitor mais atento perceba o que está oculto nas entrelinhas. Mas, com relação a bíblia até que ponto esse sentido oculto existe, até que ponto é saudável utilizar esse método em sua interpretação?

                 Uso de ilustrações

                      Usar o método alegórico não é a mesma coisa de usar ilustrações. O uso de uma ilustração é recomendável na exposição da bíblia, pois ela contribui para a fixação do conteúdo. Um excelente exemplo de ilustração temos em Natã quando confrontou Davi “E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, apresentando-se ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico possuía muitíssimas ovelhas e vacas.Mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha crescido com ele e com seus filhos; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para assar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a ele.” (2 Sm 12.1-4). Natã usou essa ilustração para confrontar o pecado de Davi e obteve êxito. A ilustração não procura descobrir um sentido oculto no texto bíblico, antes, é um recurso didático para fixar o conteúdo de uma mensagem.

             Uso de aplicações

                Aplicar um texto à nossa realidade também não é a mesma coisa de usar o método alegórico na interpretação da bíblia. A aplicação de um texto também é saudável na medida em que “traduz” um acontecimento ou versículo bíblico para a época em que vivemos. No entanto, até mesmo na aplicação devemos tomar cuidado para não inventarmos aplicações que não tem nenhuma relação com a passagem. Por exemplo, no episódio em que Davi peca com Bate seba podemos extrair diversas aplicações: o perigo do comodismo; Como o pecado se desenvolve; um pecado conduz a outro pecado etc. A aplicação não procura “descobrir” um sentido da bíblia em que ninguém vê. 

           Uso de alegorias

           O problema em usar o método alegórico na interpretação da bíblia é porque eu posso imaginar o que eu quiser e com certeza darei um jeito para que a minha imaginação se encaixe com a bíblia. Quando os autores bíblicos a escreveram eles foram inspirados por Deus. O espírito santo tinha um propósito específico no relato bíblico, o sentido é único, não existe sentido oculto em que somente os mais espirituais e mais inteligentes descobrem. O uso de simbolismos deve ser limitado pela própria bíblia. Nós sabemos que o tabernáculo tinha elementos simbólicos porque a própria bíblia diz que assim era, não foi alguém superespiritual que descobriu ou que Deus lhe revelou. Uma alegoria bem conhecida atribuída a Orígenes e que procura interpretar a parábola do bom samaritano é esta: “O homem que estava descendo pelo caminho é Adão. Jerusalém é o paraíso, e Jericó é o mundo. Os salteadores são os poderes hostis. O sacerdote é a Lei, o levita são os profetas, e o samaritano é Cristo. As feridas são a desobediência, o animal é o corpo do Senhor, a [estalagem], que aceita todos os que desejam entrar, é a Igreja. (…) O hospedeiro da estalagem é o cabeça da Igreja, que foi confiada aos cuidados dele. E o fato de que o samaritano prometeu voltar representa a segunda vinda do Salvador.” Veja que essa interpretação não tem fundamento algum. Foi Orígenes que imaginou essa interpretação e atribuiu esse significado ao texto.

           Conclusão

           O texto bíblico tem apenas um sentido, o sentido pelo qual o espírito santo tinha em mente quando inspirou os autores da bíblia. Qualquer interpretação oculta de uma passagem bíblica pode revelar arrogância e oportunismo do intérprete.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A falsa e a verdadeira interpretação da parábola:




Antes de iniciarmos, deve-se dis­pensar especial atenção a um prin­cípio fundamental, qual seja: a parábola precisa ser considerada no todo, como algo que ilustra ou real­ça alguma verdade central, obriga­ção ou princípio no governo divino, e as suas diferentes partes somente servem, em certo sentido, para cres­cer e se desenvolver. è de suma im­portância procurar saber com certe­za a real esfera de ação e o objeto da parábola.

Além do mais, é necessário exa­minar com cuidado e observar a re­lação da parábola com o ambiente em que foi produzida e com a situa­ção dos seus ouvintes, a fim de que se chegue o mais próximo possível da verdade que ela revela. Lisco diz: "Para que a parábola seja explicada e aplicada, primeiramente precisa­mos examinar sua relação com o que a precede e a segue, e descobrir, com base nisso, antes de qualquer outra coisa, a sua idéia principal. Enquan­to não chegarmos a esse ponto cen­tral, a esse cerne da parábola, da maneira mais precisa e conclusiva — para isso examinando de modo aten­to e reiterado o assunto e as circuns­tâncias dessa parábola—, nem pre­cisamos nos ocupar do significado de qualquer de seus integrantes, uma vez que cada um deles só pode ser corretamente compreendido toman­do por base esse ponto central.

O objetivo principal da parábola pode ser deduzido com base numa exposição mais genérica ou mais es­pecífica, quando não do objetivo pri­mordial do narrador, que se pode depreender quer da abertura, quer da conclusão. Por exemplo, observe o que vem antes e depois da parábo­la da Vinha do Senhor e da do Rico e Lázaro. Quanto a esse aspecto, uma leitura atenta do capítulo "The settingof parables" ["O ambiente das parábolas"], de Ada R. Habershon, ajudará o leitor.

Muito já se escreveu sobre a in­terpretação da parábola. Ela tem sofrido bastante com as várias interpretações errôneas. Tomemos primeiro as más interpretações. Quanto abuso tem havido no uso das parábolas! Muitos são culpados de aplicar certas parábolas de for­ma artificial e de forçar um signifi­cado que os seus autores jamais so­nharam! Há dois extremos que de­vem ser evitados na interpretação da parábola. Um extremo é dar-lhe muita importância —o outro é atribuir-lhe pouca importância. Cumming, em seu livro Lectures [Preleções], tratou desse erro duplo desta forma:

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Parábola: Uma Lição Para a Vida




"Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei" (SI 119.18)
A Bíblia tem alguma coisa diferente de todos os outros livros deste mundo.

A sua preservação por tantos séculos e a sua divulgação, sendo aceita e
apreciada por tantas pessoas de classes, condições e profissões diferentes. Reis,
filósofos, poetas, estadistas, sacerdotes, médicos, publicanos, pescadores, etc.
escreveram, um no deserto de Sinai, outro no palácio de Jerusalém, outro junto ao rio da
Babilônia, outro na cadeia de Roma, outro na Ilha de Patmos. Há um período de quase
1.600 anos entre o primeiro e o último escritor. Os materiais apresentados são: história,
genealogia, lei, ética, profecia, ciência, higiene, economia, política e regras para a
conduta pessoal. Tudo isto forma uma unidade, expondo o plano de Deus na salvação
dos pecadores.

Gênesis é o começo das coisas. Apocalipse, a consumação.

De Gênesis a Malaquias - A Salvação necessária, prometida e tipificada.

Os quatro Evangelhos - A Salvação realizada.

De Atos a Apocalipse - A Salvação aplicada e consumada.

Na exposição da mensagem de Deus, a Bíblia usa linguagem figurada ou
simbólica, que pode ser entendida pelo contexto ou pela comparação doutras passagens
no mesmo assunto.

Muitas figuras de retórica estão no texto bíblico, tornando a idéia enfática,
mantendo sempre a clareza do pensamento. A Bíblia é assim um livro de metáforas,
símiles, alegorias, tipos, símbolos, etc.

Metáfora - Um objeto tomado por outro - "O Cordeiro de Deus".

Símile- Comparação- "Sou como o pelicano no deserto" (SI 102.6a).

Metonímia - Uma coisa tomada por outra, com relação de:
a) Causa pelo efeito - "Têm Moisés e os profetas" (Lc 16.29b).
b) Efeito pela causa - "Duas nações há no teu ventre" (Gn 25.23a).

Hipérbole - Aumento ou diminuição exagerada da realidade das coisas, "...faço
nadar o meu leito...com as minhas lágrimas" (SI 6.6).

Ironia - Pensamento com sentido oposto ao significado literal, "...o homem é
como um de nós, sabendo o bem e o mal" (Gn 3.22b).

Antropomorfismo - Atribuição a Deus das faculdades humanas: "O Senhor
cheirou o suave cheiro" (Gn 8.21a).

Tipo - Alguma pessoa, coisa ou cerimônia que se refere a eventos futuros.

Símbolo - Algum objeto material representando verdades espirituais.

Alegoria - Aplicação alegórica de histórias verídicas ou exposição dum
pensamento sob forma figurada.

Exemplos de alegorias: No primeiro caso, está a história dos dois filhos de
Abraão, Ismael e Isaque, como os dois concertos da lei e da graça (Gl 4.22,23). No
segundo caso, vem a história da vinha que foi trazida do Egito (SI 80.8-10); e a das duas
águias e a videira (Ez 17.3-10). Há várias outras nos profetas. O livro de Cantares é uma
alegoria representando o amor de Cristo para a sua igreja.

Parábola - Uma narrativa em que as pessoas e fatos correspondem às verdades
morais e espirituais.

Rerison Brazão: