domingo, 26 de março de 2017

Não confunda indiferença com fidelidade

Por 

Não defender o evangelho contra as heresias para não “brigar” com ninguém pode parecer um exercício espiritual louvável. Porém, essa atitude pode muito bem mascarar uma indiferença com as coisas espirituais. Devemos separar dois extremos: sair falando sem cautela contra tudo e contra todos e calar-se diante do erro quando a bíblia ordena a batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos.
                Paulo ensina que no Tribunal de Cristo prestaremos contas a Deus pelo que fizermos aqui na terra, sejam coisas boas ou coisas más. Esse julgamento é restrito aos salvos. Não se relaciona com a salvação ou condenação eternas. Paulo afirma que receberemos um galardão por toda obra que fizermos para Deus, porém alguns não receberão nada e escaparão como por um triz. Alguns, de forma tola, se contentam em escapar por um triz do que se esforçar para ganhar o galardão prometido. Na verdade, essa atitude é um diagnóstico da vida espiritual de alguém que é indiferente às coisas relacionadas a fé. Um sintoma de uma vida espiritual próspera é a fome e a sede por Deus. Essa fome é vista em Paulo “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar por vossas almas, ainda que amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2 Co 12.15). Moisés tinha fome da presença de Deus “Então disse: Se tua presença não for conosco, não nos faça subir daqui.” (Ex 33.15).
              O crente em Cristo não pode ser indiferente diante do pecado e da distorção do evangelho. O primeiro e também o último ato público de Jesus foi expulsar do templo aqueles que estavam distorcendo o sentido verdadeiro da casa do Senhor. Jesus não foi indiferente, ao contrário foi enérgico, ao ponto de açoitá-los fisicamente. João batista, o predecessor de Cristo, também era zeloso pela causa do evangelho. Assim como o profeta Elias denunciou o pecado das autoridades e das seitas religiosas da sua época. Ele era categórico e sem rodeios “E naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: arrependei-vos, porque é chegado o Reino de Deus.” (Mt 3.1,2).
             A bíblia não ensina que devemos atacar quem é contra a nossa fé. Na verdade há momentos que a ocasião demanda uma atitude mais branda e em outra uma atitude mais enérgica. O que o Senhor não tolera é a indiferença. A indiferença é a falta de interesse, cuidado, descaso. É a pessoa que diz “tanto faz”. Ela não conhece a situação espiritual do mundo e da igreja hoje porque não se interessa. Ela não entende porque os crentes estão tão preocupados em combater o “falso” evangelho porque ela está “por fora” de tudo. Indiferença não se confunde com fidelidade. Ser fiel é está alistado na batalha sempre alerta.

sábado, 25 de março de 2017

Nosso trabalho mais importante


Quanto mais estudo a Palavra de Deus, mais fico conven­cido de que o trabalho prioritário da Igreja é ganhar os homens perdidos para Cristo.


Entre outras há quatro passagens que claramente decla­ram estas verdades, além de qualquer dúvida.
Considerando primeiro o lado de Deus, aprendemos que "... Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1 Timóteo 1:15), e "... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Portanto, o propósito principal da vinda de Cristo ao mundo foi buscar e salvar os perdidos. Não era uma missão de serviço social nem tão pouco de reforma, mas de salvação e regeneração.

O lado humano é: “... lhes abrir os olhos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus" (Atos 26:18). Os seus olhos precisam ser abertos para que vejam a luz. Estão sob o poder de Satanás e, portanto, é necessário que sejam libertos e levados a Deus. Esta foi a missão de Paulo.
O resumo claro da missão do crente se encontra em Atos 15:14, onde se diz que Deus visitou os gentios "para tomar dentre eles um povo para o seu nome". É isto que Deus tem feito durante os mais de mil e novecentos anos passados. É este o trabalho do Espírito Santo hoje. Ele está constituindo o corpo de Cristo, sua Igreja. De todas as raças e línguas do mundo inteiro está chamando uma grande multidão.

Ora, se é o propósito de Deus visitar os gentios e se a missão do Espírito Santo no mundo é esta, então é a vontade de Deus que cooperemos com Ele. Se Ele opera por intermé­dio de instrumentos humanos, devemos fazer a nossa parte e pregar o evangelho.
Há pessoas que procuram fugir da responsabilidade de ganhar almas dizendo que "um semeia e o outro ceifa". Muito bem, suponhamos que você semeie uma horta e no outono chegue alguém e venda-a, dizendo:

Ora, meu amigo, você já fez a sua parte, realmente semeou, e agora chegou o tempo da ceifa. Começarei a colher, aproveitarei todas as verduras e frutas que você plantou. Um planta, como você sabe, e outro colhe.

Claro que não — você exclama. — Não pode ser assim! Plantei esta para mim mesmo. Você está querendo dizer que eu vou deixar que você colha todo o fruto do meu trabalho? Eu o colherei por mim mesmo.

Portanto, segundo o seu argumento a explanação de que "um planta e outro colhe", vale somente na esfera espiritual. Que absurdo!

Deus declara enfaticamente que é a sua vontade que todos os seus servos dêem frutos.
"Eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos" (João 15:16).
Às vezes sou eu que planto, mas outras vezes sou eu que ceifo também.
Se ganhar almas é o trabalho mais importante da Igreja é natural concluir que Satanás fará todo o possível para nos desviar dele e nos convencer a fazer outra coisa. E assim acontece.
Milhares se entregam aos serviços sociais, quer sejam de instrução, filantropia e outras coisas. Mas o serviço social não é salvação; e reforma não é regeneração. O primeiro trata da vida presente, e a salvação, da eternidade.

Devemos começar no ponto certo. O homem que recebe a salvação logo se modificará e se reformará. Não é nosso trabalho melhorar o mundo. Este é o trabalho do Estado. Nossa missão é construir a Igreja. Não é somente o exterior do copo e da bandeja, mas o interior que o Mestre deseja limpar. O serviço social é suficiente para algumas pessoas, mas ai dos servos de Deus que foram chamados para um trabalho mais alto e ficaram satisfeitos com este serviço! O Evangelho não tem perdido o seu poder. Então, por que perder tempo?


Multidões estão se dando ao que comumente se chama o trabalho da igreja. Trabalham realizando concertos e outras coisas semelhantes; servem em diversos comitês; pertencem a muitas organizações, e, assim, se esgotam e pensam que estão verdadeiramente servindo a Deus; mas não gastam nem cinco minutos numa reunião dedicada a levar almas a Cristo.

quinta-feira, 16 de março de 2017

“...da sua boca saía se com uma aguda espada”.


 Bíblia nos ensina que não podemos ser discípulos de Jesus Cristo se não temos uma ingestão regular da Palavra de Deus. Em certa ocasião, Jesus disse aos seus seguidores: "Se vocês permane­cerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus dis­cípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jo 8.31,32). Quando olhamos a história da igreja cristã, descobrimos que o denominador comum de todo grande homem e mulher de Deus é que eles conheciam as Escrituras e passavam tempo de modo consistente e regular com o Senhor na sua Palavra

.Ap 19.15. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regará com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus TodA


I. “...da sua boca saía se com uma aguda espada”. Esta espada (herebh) é a Palavra de Deus personificada (2Ts 2.8). Esta espada expressa seu poder tanto físico como moral: no sentido físico seu efeito é visível por aquilo que já demonstramos acima; no sentido moral aquilo que se segue.

1. Na América do Norte viveram há mais de 150 anos atrás, dois homens que se conheciam. Um era crente, o outro não.
(a) O crente, Edward Jonatan, casou-se com uma moça crente, e no seu lar predominava a leitura da Bíblia e a oração. Esta família teve durante 150 anos 729 descendentes dos quais 300 se tornaram pregadores da Palavra, 65 professores em escolas superiores, 13 catedráticos, 3 deputados e um vice-presidente da nação.

(b) O não crente, Max Junkers, casou- uma moça atéia e viveram conforme o seu ideal. Durante os 150 anos a família teve 1.026 descendentes, dos quais 300 morreram prematuramente, 100 foram condenados a prisão, 190 eram prostitutas, 100 alcoólatras.

Se numa reunião na igreja perguntássemos: "Quantos crêem na Bíblia de capa a capa?", provavelmente todos levantariam a mão. Entretanto, se perguntássemos: "Quantos a lêem regularmente de capa a capa?", poderíamos não obter sequer uma resposta. Parece que somos culpados de estar mais interessados em defender a Pa­lavra de Deus do que em estudá-la.

segunda-feira, 13 de março de 2017

A NATUREZA DA DOUTRINA

 A NATUREZA DA DOUTRINA
A doutrina cristã (a palavra "doutrina" significa "ensino" ou "instrução") pode definir-se assim: as verdades fundamentais da Bíblia dispostas em forma sistemática. Este estudo chama-se comumente: "teologia", ou seja, "um tratado ou um discurso racional acerca de Deus". (Os dois termos serão usados alternadamente nesta seção.) A teologia ou a doutrina assim se descreve: a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o homem. Trata de tudo quanto se relaciona com Deus e com os propósitos divinos.
Por que descrevemos a teologia ou a doutrina como sendo uma "ciência"? A ciência é a disposição sistemática e lógica de fatos comprovados. A teologia é chamada ciência porque consiste em fatos relacionados com Deus e com as coisas de ordem divina, apresentadas de uma maneira lógica e ordenada.
Qual é a conexão entre a teologia e a religião? Religião vem da palavra latina "ligare" que significa "ligar"; religião representa as atividades que "ligam" o homem a Deus numa determinada relação. A teologia é o conhecimento acerca de Deus. Assim a religião é a prática, enquanto a teologia é o conhecimento. A religião e a teologia devem coexistir na verdadeira experiência cristã; porém, na prática, às vezes, se acham distanciadas, de tal maneira que é possível ser teólogo sem ser verdadeiramente religioso, e por outro lado a pessoa pode ser verdadeiramente religiosa sem possuir um conhecimento sistemático doutrinário.
"Se conheces estas coisas, feliz serás se as observas", é a mensagem de Deus ao teólogo. "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tim. 2:15), é a mensagem de Deus ao homem espiritual.
Qual é a diferença entre doutrina e dogma? Doutrina é a revelação da verdade como se encontra nas Escrituras; dogma é a declaração do homem acerca da verdade quando apresentada em um credo.
 Esperamos confiadamente que a teologia ou doutrina encontre o lugar que merece no pensamento e na educação religiosa.
Para um ser imortal, a verdade acerca de Deus, do destino humano e do caminho para a vida eterna, nunca pode ser de pouca importância.
Todos os homens que raciocinam devem tomar em consideração essas coisas. São perguntas tão antigas quanto a própria raça humana e só podem ser esquecidas quando a raça houver submergido na idiotice ou houver perdido a imagem de Deus.
"Assim como o homem pensa no seu oração, assim ele é. Toda a existência do homem gira em torno do que pensa, especialmente do que pensa acerca de Deus"
 David S. Clarke

quarta-feira, 1 de março de 2017

A prova suprema


— Amas-me?
A pergunta era surpreendente. O pequeno grupo, assenta­do ao redor do fogo, na praia do mar da Galiléia, olhou depressa para quem falava. Ele fitava os olhos em um só, esperando a resposta. Era bem cedo de manhã e a luz vinda do oriente despertava as trevas da noite. Além do barulho das ondas da praia, ouvia-se somente o grito ocasional de alguma ave do mar, que quebrava o silêncio da manhã.
Durante toda aquela comprida noite os homens lançaram as suas redes sem resultado algum. Ao amanhecer o novo dia apareceu na praia uma figura misteriosa. O desânimo e a fadiga deram lugar ao medo. Esforçando os olhos, penetra­ram a cerração da manhã e, finalmente, reconheceram o que no princípio parecia um fantasma.
— É o Senhor!
No mesmo instante, Pedro — com o seu grande coração cheio de remorsos e de uma devoção quase sobrenatural — jogou-se na água, e com os esforços de seus grandes braços logo chegou à praia. Os outros seguiram-no. A rede foi recolhida. As brasas ardiam, e os peixes assavam. Nenhuma palavra foi dita até que o próprio Mestre fez um simples convite: "Vinde e comei".
Sentaram-se e alimentaram-se. Todos guardavam silên­cio. Temor e reverência faziam com que ficassem calados. E, finalmente, Jesus quebrou o silêncio com as palavras de nosso texto:
AMAS-ME?
É a Pedro que ele se dirige, o grande e impulsivo Pedro; o discípulo que tão recentemente o negara, que "saiu e chorou amargamente". Agora vai ser posto à prova. Precisa fazer uma confissão tríplice da sua devoção por causa da tríplice negação. Seria provado pela mais alta norma, "a suprema prova".
— Simão, filho de Jonas, amas-me?
Ele está procurando o amor mais sublime e não somente o amor emocional. Mas Pedro não mais confia em si mesmo. Falhou uma vez; poderia falhar de novo. Portanto, com medo de fazer a confissão mais nobre, Simão usou uma palavra que significava o mero amor emocional ou simpatia pessoal:
— Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. (Em grego a
palavra não é a mesma que Jesus usou.)
Outra vez é feita a mesma pergunta. A resposta também é a mesma. Então o Mestre aceita as palavras de Pedro, compreendendo que Pedro não estava disposto a confessar o amor que ele desejava, e pela terceira vez pergunta:
— Simão, filho de Jonas, tu me amas?
Pedro, o grande e nobre Pedro, com o seu coração que­brantado por grande tristeza, por ver que o Senhor duvidava dele, replicou, com o coração pulsando e os lábios tremendo:
— Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo.
Temos chamado esta pergunta de "PROVA SUPREMA". Mas considerando todos os fatos, será que foi a prova mais alta de devoção e lealdade, a mais importante confissão que os lábios humanos podem proferir? Não haverá uma maior ainda? Será que Jesus errou? A vida de Pedro não parece indicar nenhum erro nisso. Jesus não parece pensar assim. De fato, ele estava disposto a basear tudo nesta simples pergunta. Sabia o que estava fazendo, sabia que estava fazendo a pergunta mais importante de todas as línguas.
Hoje em dia, depois de transcorridos dezenove séculos, podemos ainda considerar esta pergunta a "PROVA SUPRE­MA" de nossa vida espiritual.
Há três coisas na frase 'Tu me amas?”que provam que ela é a "prova suprema":

1) A Prova Suprema do Discípulo

Dia após dia, através dos séculos, Jesus Cristo tem chamado homens e mulheres ao seu encontro, não pela força, nem pelo medo, mas pelo amor. Satanás estaria bem contente por ver Jesus possuir os reinos do mundo, contanto que estivesse sujeito a ele. Mas Jesus sabia que não era a vontade do Pai forçar os homens a obedecê-Lo.
Não! Ele atrai, não obriga; dirige, não constrange; os homens devem escolhê-lo voluntariamente; devem ser ga­nhos pelo amor. Esta união seria mais íntima, mais forte, a mais durável do que uma obediência forçada poderia ser.
O amor o trouxera ao mundo; o amor levou-o a morrer pela raça humana perdida e o amor atrairia os homens e as mulheres a ele. Qualquer voto de fidelidade poderia ser mais simples do que a prova que ele escolheu — "Tu me amas?"

2) A Prova Suprema da Conduta

Não é mais necessário fazer a velha pergunta acerca de nossa atitude para com as coisas mundanas: "É pecado fazer isto?" ou "Pode o crente fazer isto?" Simplesmente aplicamos a "prova suprema" a todas as nossas ações.
A questão não é se é certo ou errado participar de diversões duvidosas. O homem que se torna cheio do Espírito de Deus e saturado com o amor de Cristo, deseja viver e agradar ao que ganhou as afeições do seu coração. Dessa forma, não há lugar para o pecado, não há lugar para o mundo, e ele não tem desejo algum por estas coisas em que as pessoas não salvas se deleitam. Será que o homem prejudicará as pessoas que verdadeiramente ama? Certamente não. Portanto, a "prova suprema" de tudo é o amor.

3) A Prova Suprema do Serviço

O incentivo do serviço verdadeiro é o "amor" e não a "obrigação". O seguidor do Senhor Jesus Cristo serve a seu Mestre porque o ama, e não por obrigação.
Que foi que levou David Brainerd aos índios selvagens do grande deserto? Que foi que o levou a deixar sua casa aos vinte e quatro anos de idade e habitar sozinho no coração dos grandes bosques do interior. O que foi que o fez prosseguir mês após mês — mesmo depois de ser vítima da tuberculose, estar fraco e doente como resultado da falta de alimentação, das longas viagens a cavalo e das muitas noites passadas na matas suportando chuvas torrenciais — à procura dos índios para lhes dizer que Deus os amava de tal maneira que deu o seu Filho, seu único Filho, para morrer por eles? O que, pergunto? Obrigação? Longe de nós tal pensamento! Ne­nhum homem se sente obrigado a tal vida. Não! Era "amor". David Brainerd amava ao Senhor e manifestou o seu amor.
Assim também fizeram Judson, Livingstone, Morrison, Taylor, Carey, e todos os grandes missionários do passado. Sim, meu irmão, e assim será com você, se verdadeiramente o ama. Você provará isso por serviço prestado voluntaria­mente com alegria. Até dará a sua vida se necessário for. Você o ama?

Se Jesus Cristo aparecesse em nosso meio neste momen­to, e pessoalmente nos apresentasse a pergunta 'Tu me amas?”a cada um de nós, qual seria a nossa resposta? Como responderíamos a ele? Como seríamos analisados! Será que procuraríamos escapar às suas perguntas? Ou será que verdadeiramente amamos a Jesus Cristo? "Nós o amamos", declarou João. Você o ama? Eu o amo?