quarta-feira, 26 de abril de 2017

Fé para o Reavivamento



A fé é a chave que abre a porta do poder de Deus: “Pela fé caíram os muros de Jericó...” (Hebreus 11:30). Em todo o trabalho de reavivamento, um dos requisitos básicos indispensáveis é a fé viva, cheia de vigor: “... tudo é possível ao que crê”. (Marcos 9:23). 
O homem que Deus usa ouve uma voz vinda dos céus. Deus lhe dá uma promessa. Não uma das promessas gerais da Palavra escrita, que se aplicam a tantos e tantos de seus filhos. Uma mensagem definida, inequívoca, gravada diretamente em seu coração. É possível que certa promessa bíblica com a qual você já esteja familiarizado, de repente chame sua atenção de tal maneira que você venha a lançar-se num novo trabalho para Deus, deixe-me sugerir que antes de tudo você faça a si mesmo estas perguntas: “Tenho uma promessa direta de Deus? Deus falou comigo?”. 
Foi justamente essa certeza divina que habilitou os profetas antigos a se dirigirem ao povo e declarar: “Assim diz o Senhor”. Todavia, enquanto Deus não nos houver enviado, faremos melhor se permanecermos prostrados de rosto em terra, dedicados à oração, a fim de que o Senhor não precise dizer: “Não mandei esses profetas, todavia eles foram correndo; não lhes falei, todavia profetizaram” (Jeremias 23:21). 
Por outro lado, quando um homem tiver ouvido a voz de Deus, então “... se tardar, espera-o porque certamente virá, não tardará” (Habacuque 2:3). E mesmo que se passem muitos anos, no tempo certo Deus cumprirá a sua Palavra.

terça-feira, 25 de abril de 2017

A ORIGEM DO "CREMOS" DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL






Imagens cedida pelo CEMP - Centro de Estudos do Movimento Pentecostal da CPAD

O "Cremos" é uma declaração de fé concisa e sintetizada, que equivale aos Credos elaborados e presentes na Grande Tradição Cristã.

Sua origem nas Assembleias de Deus no Brasil remonta ao ano de 1938, quando o missionário norte-americano Theodoro Stohr, que atuava no interior de São Paulo, na edição do Mensageiro da Paz da segunda quinzena de outubro, p. 2, publicou um artigo traduzido por ele, sob o título "Em que crêem os pentecostais (no evangelho integral)", onde um "Cremos" foi citado. As razões para a publicação do artigo de Sthor foram as constantes difamações, e as concepções errôneas acerca do movimento pentecostal.

A partir da 1ª edição de junho de 1969, p. 3, o "Cremos" passou a ser publicado no jornal Mensageiro da Paz. Na ocasião, o pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos era o diretor de publicações da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus) e diretor do Mensageiro da Paz, função assumida em 10 de janeiro de 1969, ao substituir o jornalista Emílio Conde.

Os motivos e a decisão (ou resolução oficial) para a publicação do "Cremos" no Mensageiro da Paz até o momento são desconhecidos.

Entre as décadas de 60 a 80 houve várias discussões em torno da elaboração, no âmbito da CGADB, de um Credo assembleiano. As tentativas esbarravam sempre na postura reacionária de alguns obreiros, que alegavam ser um Credo coisa da igreja Católica e das igrejas protestantes Históricas e Reformadas.

Acredito que esta postura reacionária está diretamente associada com o antagonismo e resistência à educação teológica formal, que por décadas imperou nas Assembleias de Deus no Brasil.

Particularmente, sou a favor não apenas de um Credo nas Assembleias de Deus no Brasil, mas, de um documento mais amplo (Confissão de Fé), para minimizar a crise de identidade doutrinária que nos assola.

O "Cremos" contido no artigo de T. Stohr, em questões doutrinárias declara o seguinte:

"[...] O nosso fundamento é a fé, na salvação pela obra expiatória de Jesus Cristo, como nosso substituto no calvário. Igualmente, o movimento pentecostal não admite o fanatismo das predestinações e salvação incondicional; mas, se adstringe à Palavra de Deus, aceitando e pregando a salvação pelo sangue de Jesus; e o batismo no Espírito Santo; a cura divina, e a anunciação da segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Aceitamos a santa inspiração das Escrituras; reconhecemos a degradação moral e espiritual do homem, pelo pecado; sabemos, sim, que todos estavam destituídos da glória de Deus, mas que, aos que aceitam o sacrifício de Cristo e buscam o arrependimento, Deus tem feito participantes das bênçãos perdidas pela desobediência. Cremos em um único Deus verdadeiro, manifesto em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo: todos, com o mesmo poder, a mesma glória e majestade, porém, com ofícios diferentes. Quanto aos mandamentos do Evangelho, cremos e praticamos o batismo de imersão, não como uma ordenança salvadora, mas, sim, como um ato de obediência, fé e testemunho público e raso, da transformação que em nós se operou, bem como da nossa disposição de sepultar a velha criatura. Cremos na ceia do Senhor, em cuja presença participamos do pão e do vinho, anunciando a Sua vinda (1 Co. 11:26). Cremos que a unção com azeite, nos enfermos, em nome do Senhor, lhes traz cura física (Tg 5.14-15; Mc 6.15-18). Cremos, sobretudo, no novo nascimento, como obra divina e sobrenatural, a qual transforma o pecador, num homem são, dando-lhe poder para viver de modo puro e agradável a Deus, em Cristo. Cremos na vida santa dos discípulos (mesmo contemporâneos nosso) [...]."

O atual "Cremos" das Assembleias de Deus no Brasil, publicado no Mensageiro da Paz desde 1969, afirma:

Cremos,

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29);

2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17);

3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9);

4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus (Rm 3.23 e At 3.19);

5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8);

6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor. (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9);

7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12);

8) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15);

9)
 No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade (1Co 12.1-12);

11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda — visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16, 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14);

12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10);

13)
 No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15);

14)
 E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46

(Fonte: www.cpad.com.br)

Fica aqui registrado os meus sinceros agradecimentos ao pastor Isael de Araújo (Chefe do CEMP - Centro de Estudos do Movimento Pentecostal da CPAD) pelas preciosíssimas informações históricas que me passou, e pela gentiliza do envio das imagens.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

As profecias de Balaão:

NÚMEROS Capítulos  22—25 

1. Quem é Balaão? Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio Eufrates (22:5). Seus poderes sobrenaturais eram altamente estimados pelos moabitas e pelos midianitas (22:6). E um dos mais misteriosos e estranhos personagens da Bíblia. Era profeta de Deus
ou meramente um adivinho em cuja boca o Senhor colocou suas palavras? Tinha certa comunhão com Deus (22:8-12), sabia algo da justiça divina (Miquéias 6:5), e algo sobre a vida além-túmulo (23:10), ouvia os ditos de Deus, via "a visão do Todo-poderoso" (24:4), e não falaria o que Deus não lhe dissesse (22:18). Por outro lado, parece que às vezes buscava agouros ou sinais a respeito do futuro (24:1). Daí se infere que tinha dom de profecia, mas seu conhecimento de Deus estava obscurecido, em certa medida, pelos conceitos pagãos.

2. Balaão vacila: Capítulo 22. Balaque temia os israelitas e de acordo com os midianitas enviou a Balaão a mensagem de que viesse a fim de amaldiçoar a Israel. Assim sucede muitas vezes que o adversário procura encontrar um crente com o intuito de usá-lo contra o avanço do povo de Deus. No princípio Balaão se nega a ir com a delegação de Balaque porque Deus lhe havia proibido amaldiçoar a Israel, pois era o povo bendito. Mas ao ver a segunda delegação composta de personagens importantes, de novo perguntou a Deus, pois desejava amaldiçoar a Israel para receber o pagamento de Balaque. Desta vez Deus lhe deu permissão para acompanhar os mensageiros do rei, mas sob a condição de que faria o que o Senhor lhe ordenasse.

Surgem algumas perguntas quanto ao incidente em que o anjo do Senhor estorvava a viagem do profeta. Mudou Deus de idéia ao permitir que Balaão acompanhasse a segunda delegação moabita quando o havia advertido de que não fosse com a primeira? Depois, arrependeu-se Deus de haver-lhe dado permissão e por isso enviou o anjo para detê-lo? A resposta encontra-se em 23:19. Parece que não era a vontade diretiva de Deus que Balaão fosse com eles, mas tão-só a sua vontade permissiva. Provavelmente permitiu que Balaão acompanhasse os moabitas para demonstrar a Balaque o caráter singular de Israel e o poder divino para frustrar toda adivinhação contra o povo de Deus. Balaão foi repreendido porque interpretou a permissão divina de ir com os príncipes como se fosse permissão de amaldiçoar a Israel. Ele foi motivado pelo dinheiro de Balaque.

Em segundo lugar, como é possível que a jumenta de Balaão falasse? O animal não é capaz de falar nem de raciocinar. É evidente que foi um milagre de Deus. Se Satanás podia falar por meio da serpente no Éden, acaso Deus não pode falar por uma jumenta? Em todo o incidente, Deus ensina a Balaão que só lhe é permitido falar o que ele próprio transmite.

3.  As profecias de Balaão: Capítulos 23 e 24. Balaão profetizou quatro vezes prognosticando a prosperidade futura de Israel e a destruição de seus inimigos. As profecias de Balaão são as seguintes:
a) Israel não era apenas uma nação entre outras muitas nações, mas "um povo que habita à parte" (Bíblia de Jerusalém). Gozaria da
grande bênção de ter uma descendência numerosa (23:7-10).
b)  Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem os homens, portanto abençoaria a Israel dando-lhe força irresistível para derrotar seus inimigos. Deus não via o mal em Israel, pois via os israelitas através do pacto, e as maldições e adivinhações não surtiriam efeito contra o seu povo (23:18-24).

Os crentes podem lançar mão das promessas de Números 23:21 e 23. Deus vê seu povo não tal como é, mas através da justiça provida por seu Filho. Com os justos as maldições dos espíritas e adivinhos não têm poder.

c)  Israel se estenderia amplamente e obteria domínio irresistível sobre as nações inimigas (24:3-9).

d)  Levantar-se-ia em futuro longínquo um rei brilhante em Israel que conquistaria Moabe e Edom. Amaleque seria arruinado eterna­mente e inclusive a Síria pereceria (24:15-24).

A quem se refere a "estrela que procederá de Jacó" e o "cetro que subirá de Israel"? Muitos estudiosos da Bíblia crêem que o rei Davi cumpriu esta profecia pois ele conquistou Moabe e Edom (II Samuel 8:2, 14). Outros estudiosos julgam que a profecia se refere primeiro a Davi e depois ao Messias, Jesus Cristo. Neste contexto a "estrela" significa um governador brilhante. Comenta uma nota da Bíblia de Jerusalém: "A estrela é, no antigo Oriente, sinal de um Deus e, por conseqüência, de um rei divinizado." Através dos séculos a igreja cristã tem interpretado a profecia como messiânica.
4.  O ensino de Balaão: Capítulo 25. Ao fracassar em seu intento de prejudicar a Israel mediante a maldição, Balaão recorreu a outro estratagema. Aconselhou Balaque a induzir os israelitas a participar das festas religiosas dos midianitas e a cometer fornicação com eles (Apocalipse 2:14). Sabia que Deus julgaria essa falta de santidade e assim Balaão conseguiria seu propósito perverso. A ação enérgica de Finéias deteve a mortandade resultante e conseguiu para ele e seus descendentes a promessa do sumo sacerdócio.
5.  Lições práticas:
a) Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei mas viola seu espírito. Não falaria o que Deus não lhe dissesse, mas queria fazer o mal. Quis que Deus mudasse de idéia e lhe permitisse fazer sua própria vontade. Então, não podendo amaldiçoar ao povo de Deus por palavra, procurou prejudicá-lo ensinando os midianitas a colocar tropeços diante deles.
b) Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja negociar com seu dom: "Amou o prêmio da injustiça" (II Pedro 2:15).
c)   Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má influência dos mestres insinceros que procuram fazer avançar a causa
da igreja aconselhando-a a fazer aliança com o mundo e os mundanos (31:16; Apocalipse 2:14).
d)   O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o conhecimento de Deus se não estiver acompanhado do sincero desejo de obedecer-lhe. Balaão desejava morrer a morte dos retos, mas não queria viver uma vida reta. Em conseqüência, morreu nas mãos dos israelitas na guerra contra Midiã (31:8).
e)  Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos de Deus nem contra seu povo. Além disso, Deus faz que a ira do homem0  louve (Salmo 76:10).

Rerison Brazão:


sábado, 8 de abril de 2017

Distinção entre o arrebatamento e a segunda vinda

Apocalipse 19.7-9 revela que a consumação da união entre Cris­to e a igreja precede a segunda vinda. Em muitas passagens, como Mateus 25.1-13,22.1-14 e Lucas 12.35-41, o Rei é visto no papel do Noi­vo na Sua vinda, indicando que o casamento já se realizou. Esse aconte­cimento, da mesma maneira, requer um período de tempo e torna im­possível que o arrebatamento e a manifestação sejam acontecimentos simultâneos. Embora a extensão do período não esteja sendo verificada nessa discussão, faz-se necessário um intervalo entre o arrebatamento e a revelação.
   Distinção entre o arrebatamento e a segunda vinda.

 Devemos obser­var várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras. A existência de dois planos separados é mais bem per­cebida pelas muitas contraposições encontradas nas Escrituras entre os dois acontecimentos.


1)    A translação compreende a retirada dos cren­tes, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifesta­ção do Filho.
2)    Na translação os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra.
3)    Na translação Cristo vem bus­car Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele retorna com a noiva.
4)    A translação resulta na retirada da igreja e na instauração da tribula­ção, enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino milenar.
5)    A translação é iminente, enquanto a segunda vinda é prece­dida por uma multidão de sinais.
6)    A translação traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é acompanhada por uma men­sagem de julgamento.     
7)    A translação está relacionada ao plano para a igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.
8)    A translação é um mistério, enquanto a segunda vinda é prevista em ambos os testamentos.
9)    Na translação os crentes são julgados, enquanto na segunda vinda os gentios e Israel são julga­dos.
10) A translação deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma mudança na criação.
11) Na translação os gentios não são afetados, enquanto na segunda vinda são julgados.
12) Na translação as alianças de Israel não são cumpridas, enquanto na segunda vinda todas as alianças são cumpridas.
13) A translação não tem relação par­ticular com o plano de Deus para o mal, enquanto na segunda vinda o mal é julgado.
14) É dito que a translação ocorrerá antes do dia da ira, enquanto a segunda vinda se segue a ele.
15) A translação é apenas para os crentes, enquanto a segunda vinda tem efeito sobre todos os homens.
16) A expectativa da igreja em relação à translação é "perto está o Senhor" (Fp 4.5), enquanto a expectativa de Israel em relação à segunda vinda é "o reino está próximo" (Mt 24.14).
17) A expectativa da igreja na translação é ser levada à presença do Senhor, enquanto a expectativa de Israel na segunda vinda é ser levado ao reino. (W. E. Blackstone, Jesus is coming, p. 75-80) Essas e outras contraposições que poderiam ser apresentadas apóiam a alega­ção de que se trata de dois planos diferentes que não podem ser unifi­cados num só.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó

 Capítulo 33. Pouco antes de subir ao monte Nebo para contemplar a terra prometida e morrer, Moisés abençoou as tribos de Israel. Convocou-as, exceto a de Simeão e profetizou poeticamente as bênçãos que elas receberiam ao estabele­cer-se em Canaã. A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó contrastam muito entre si. Jacó sintetizou a história da conduta de seus filhos,  que às vezes foi triste e humilhante.   Moisés,  pelo

contrário, passa por alto os pecados deles e apresenta a graça que Deus revelou a seu favor.
Como se explica a diferença entre as duas bênçãos, uma vez que ambas se referem às tribos de Israel? Um comentarista, C. H. Mackintosh, observa: "Jacó contempla seus filhos do ponto de vista pessoal; Moisés os vê segundo a relação que existe com o Senhor em virtude do concerto.

Convém notar que as bênçãos se concretizariam com a colocação de cada tribo na terra de Canaã tal como foi dividida mais tarde. Com olho profético, o velho dirigente viu a terra prometida e a localização posterior de cada tribo. Também se relacionam as bênçãos de cada tribo com a necessidade ou função de cada uma delas. Para Rúben, que havia perdido a primogenitura, Moisés pediu a multiplicação de seus filhos. Judá teria grande poder; seria como o que toma a dianteira nas ações militares contra os inimigos de Israel. Levi recebeu o sacerdócio e o ministério de consultar ao Senhor em paga por seu zelo pela causa do Senhor na ocasião em que Moisés decretou a morte dos impenitentes adoradores do bezerro de ouro. Moisés contemplou a tranqüilidade futura de Benjamim ao habitar nos montes. Acerca das tribos de José, Efraim e Manasses, foi profetizada a fertilidade de sua terra e também sua grande força semelhante à de um búfalo. Zebulom e Issacar prosperariam em empresas comerciais nas costas do mar. Dã seria valente e forte como um leão jovem que chega à plenitude de suas forças. Naftali receberia uma terra fértil na região do mar da Galiléia. De Aser, Moisés profetizou grande abundância de oliveiras e segurança.

 O segredo para receber todas as bênçãos encontra-se no incomparável Deus de Jesurum. Os israelitas alcança­riam vitória sobre seus inimigos porque Deus lha concederia. Quando Israel se colocava nos braços eternos, esses mesmos braços o conduziam pelo campo de batalha e o utilizavam para executar o juízo divino contra os corrompidos cananeus.

A morte de Moisés: Capítulo 34. Como parte da recompensa por sua fidelidade, Deus permite a Moisés contemplar a terra prometida do topo do monte Nebo. Mas por sua desobediência no incidente das águas de Meribá, não se lhe permite entrar naquela terra. Demonstra que embora Moisés seja libertador, não é o libertador por excelência, pois não pôde alcançar para seu povo a vitória final. Não obstante, não houve profeta antes nem depois em Israel como ele. Deus levou o espírito de Moisés consigo e sepultou o corpo em um lugar desconhe­cido dos israelitas. Se o lugar de seu sepultamento fosse conhecido, o povo o teria convertido em um santuário idolatra. Muitos crêem que Josué escreveu este último capítulo como tributo final a Moisés.

Não entrou Moisés, nunca, na terra prometida? Não o vemos mais

nas páginas das Sagradas Escrituras? Sim, vemo-lo na Palestina falando com Cristo no monte da Transfiguração. Quão apropriado era conceder-lhe esta honra! Moisés havia tido uma grande parte na preparação da vinda e obra daquele cujo ministério foi prefigurado pelo grande líder de Israel.