Apocalipse
19.7-9 revela que a consumação da união entre Cristo e a igreja precede a
segunda vinda. Em muitas passagens, como Mateus 25.1-13,22.1-14 e Lucas
12.35-41, o Rei é visto no papel do Noivo na Sua vinda, indicando que o
casamento já se realizou. Esse acontecimento, da mesma maneira, requer um
período de tempo e torna impossível que o arrebatamento e a manifestação sejam
acontecimentos simultâneos. Embora a extensão do período não esteja sendo
verificada nessa discussão, faz-se necessário um intervalo entre o
arrebatamento e a revelação.
Distinção
entre o arrebatamento e a segunda vinda.
Devemos observar várias
contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os
dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras. A existência
de dois planos separados é mais bem percebida pelas muitas contraposições
encontradas nas Escrituras entre os dois acontecimentos.
1) A
translação compreende a retirada dos crentes, enquanto o segundo advento
requer o aparecimento e a manifestação do Filho.
2) Na
translação os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo
volta à terra.
3) Na
translação Cristo vem buscar Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele retorna
com a noiva.
4) A
translação resulta na retirada da igreja e na instauração da tribulação,
enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino milenar.
5) A
translação é iminente, enquanto a segunda vinda é precedida por uma multidão
de sinais.
6) A
translação traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é
acompanhada por uma mensagem de julgamento.
7) A
translação está relacionada ao plano para a igreja, enquanto a segunda vinda
está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.
8) A
translação é um mistério, enquanto a segunda vinda é prevista em ambos os
testamentos.
9) Na
translação os crentes são julgados, enquanto na segunda vinda os gentios e
Israel são julgados.
10) A
translação deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma
mudança na criação.
11) Na
translação os gentios não são afetados, enquanto na segunda vinda são julgados.
12) Na
translação as alianças de Israel não são cumpridas, enquanto na segunda vinda
todas as alianças são cumpridas.
13) A
translação não tem relação particular com o plano de Deus para o mal, enquanto
na segunda vinda o mal é julgado.
14) É
dito que a translação ocorrerá antes do dia da ira, enquanto a segunda vinda se
segue a ele.
15) A
translação é apenas para os crentes, enquanto a segunda vinda tem efeito sobre
todos os homens.
16) A
expectativa da igreja em relação à translação é "perto está o Senhor"
(Fp 4.5), enquanto a expectativa de Israel em relação à segunda vinda é "o
reino está próximo" (Mt 24.14).
17) A
expectativa da igreja na translação é ser levada à presença do Senhor, enquanto
a expectativa de Israel na segunda vinda é ser levado ao reino. (W. E. Blackstone, Jesus is coming, p.
75-80) Essas e outras contraposições que poderiam ser apresentadas apóiam a
alegação de que se trata de dois planos diferentes que não podem ser unificados
num só.
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