sábado, 27 de setembro de 2014

Copiando os Manuscritos Hebraicos ( parte 2) Versões da Bíblia



 Versão Vulgata

            No século II da era cristã, o latim substituiu o grego e foi por muitos anos a linguagem diplomática da Europa. Nesse tempo, foi feita a tradução das Escrituras no norte da África, a partir da Septuaginta, para que todo o povo de língua latina tivesse acesso a Palavra de Deus. Essa versão ficou conhecida como Vulgata, palavra latina que significa vulgar, fazer comum ou pública.
            A Vulgata foi usada pela Igreja da Europa e África até o tempo da Reforma Protestante, quando então, alguns eruditos começaram a produzir traduções para os seus próprios idiomas.
            No século IV, Jerônimo, estudante santificado que tinha acesso aos antigos Manuscritos hebraicos, fez uma revisão da Vulgata. Essa revisão foi tão importante que, junto com a Septuaginta, influenciou as traduções futuras. Por mil anos essa foi a Bíblia oficial da Igreja Católica.           

Versões da Bíblia em Inglês

 Versão de João Wycliffe  (1383)

            João Wycliffe foi um dos homens mais eruditos  de seu tempo. Tem sido chamado de primeiro protestante, porque pregou  por muitos anos, proclamando as  verdades Bíblicas e protestando contra a Igreja Católica, que então predominava a Inglaterra.
            Poucos sabiam ler o latim, e João Wycliffe defendeu o direito de cada homem ler a Bíblia, resolvendo assim dar aos ingleses uma versão no seu próprio idioma. Ele foi muitas vezes preso, perseguido e castigado, porém, com a ajuda milagrosa de Deus, conseguiu o seu intento e fez uma versão da Bíblia inteira para o inglês, a partir da Vulgata. Naqueles dias, um escriba demorava dez meses para copiá-la, e o preço de um exemplar era elevadíssimo.
João Wycliffe morreu em sua cama, apesar da ira de seus inimigos romanos. Quarenta anos depois de sua morte, por ordem do Papa, seu túmulo foi aberto, seu caixão e ossos foram queimados em praça pública. Suas cinzas foram atiradas no rio Swift, que deságua no Avon, este por sua vez desemboca no rio Sabrina, que segue-se ao grande Oceano. Assim, as cinzas de João Wycliffe são o símbolo de sua doutrina, que agora tem sido espalhada por todas as nações do mundo. 

 Versão de William Tyndale  (1537)

            Chegamos agora, ao tempo da invenção da impressora, por Gutemberg, na Alemanha (1954). Essa foi uma tremenda ajuda  para  a propagação da palavra de Deus. A versão de William Tyndale, a primeira do Novo Testamento do grego original, foi impressa na Alemanha ,em 1536. Ele completou a tradução do Pentateuco a partir do hebraico, em 1530, e seguiu traduzindo os demais livros do Antigo Testamento. Antes do seu martírio, em 1536, deixou seu amigo João Rodgers  incumbido de concluir a obra. A Bíblia inteira foi impressa em inglês, em 1537. Porém, por causa do ódio e perseguição ao mero nome de Tyndale, foi publicada sob o nome de Tomás Mateus, sendo conhecida até os dias de hoje na Inglaterra como a Bíblia de Mateus.
          Tyndale, do qual o mundo não era digno, não podia achar descanso em parte alguma na sua Inglaterra nativa. Ele a deixou, em 1524, para ir à Alemanha e outras partes do continente europeu, desterrado por causa de  sua fé e esforços para dar a Bíblia ao povo simples. Estudava e traduzia em segredo; buscava impressores evangélicos para imprimir seu Novo Testamento. Considera-se que não menos de 18.600 exemplares foram passados em contrabando para a Inglaterra, escondidos debaixo de telas, sacos de farinha, etc.
          Os bispos católicos, que mantinham soldados inspecionando os barcos que chegavam a todos os portos do oeste da Inglaterra, conseguiram achar centenas de exemplares do Novo Testamento, que foram queimados publicamente nas praças de Londres. Não obstante, os preciosos livros continuaram chegando e sendo vendidos, pois havia muitos comerciantes evangélicos, e o povo estava conhecendo a Bíblia com ansiedade.
            Até mesmo os bispos iam a Colônia e Antuérpia em busca dos livros sagrados, e pagavam enormes somas aos  impressores, comprando todos os que encontravam a fim de queimá-los. Mas esse fato fez com que a demanda de Bíblia aumentasse, e o dinheiro habilitava Tyndale a imprimir mais.
            Os romanitas procuraram Tyndale por muitos anos, enquanto ele ia de um país para o outro. Por fim, eles o prenderam e o queimaram em praça pública, em Antuérpia. Ainda, durante os meses que o mantiveram encarcerado, ele estava ocupado dia e noite com a sua tradução do Antigo Testamento. A obra de Tyndale não cessou até o dia de hoje, porque a influência da famosa versão autorizada inglesa de 1611 foi, praticamente, a revisão da versão de Tyndale, e é a Bíblia mais amada entre os que falam inglês, até hoje.
            A tradução de Tyndale é maravilhosamente exata. Ele sabiamente, usou a palavra amor em 1Co.13 - em vez de caridade, uma palavra um tanto alusiva (vaga ou indireta). É difícil dizer o quanto tem custado, aos líderes, o trabalho de produzir a Bíblia nos idiomas dos vários países.

Versão Autorizada

            Tradução dos idiomas originais por 47 eruditos ingleses  sob os auspícios de Tiago I , em 1611, é usada até o dia de hoje.

 Versão Revisada

            Revisão anterior feita por dois comitês, um na Inglaterra e outro nos Estados Unidos. O Novo Testamento foi publicado em 1881, e o Antigo Testamento em 1885.

 A Versão revisada normalizada (Standart)

            Tradução do hebraico e grego  à luz dos Manuscritos mais recentes... (1952).

 Versão da Bíblia em Português

            As primeiras porções da Bíblia publicadas em português datam de 1495, quando Dona Leonor, esposa do Rei João II, mandou publicar em Lisboa uma tradução da vida de Cristo, a qual incluía o Evangelho de São Mateus. Em 1505, pela mesma rainha, foram também publicados os Atos dos Apóstolos e as Epístolas de Tiago, João e Judas.
            O primeiro Novo Testamento, em Português, traduzido por João Ferreira de Almeida foi publicado em 1681, em Amsterdã, na Holanda.
            João Ferreira de Almeida traduziu também quase todo  Antigo Testamento, isto é, de Gêneses a Ezequiel 48. 21, sendo o restante da obra concluída por um grupo de missionários. O Antigo Testamento (Tradução Almeida) foi publicado em 1753. Em 1778 foi impresso, em seis volumes, o Novo Testamento traduzido pelo Padre Antonio Ferreira de Figueiredo, e de 1753 a 1790 foi publicado o Antigo Testamento do mesmo tradutor, em 17 volumes.
            Em 1819, na Inglaterra, foi publicada a Bíblia Brasileira, sob os auspícios das Sociedades Bíblicas Americanas e Britânicas. Há ainda, outras traduções menos conhecidas, porém sem a mesma aceitação pelo povo.
            A versão do Padre Matos Soares (tradução da Vulgata de 1592), em quatro volumes, foi publicada em 1946.
            O Novo Testamento, sistema braile, para deficientes visuais, em sete grandes volumes, obra recentemente publicada pela Sociedade Bíblica Americana.

            A primeira Bíblia impressa, no Brasil, e a edição  Revista e corrigida da Bíblia de Almeida foram publicadas pela Imprensa Bíblica Brasileira, em 1952.

extraído do curso médio em teologia CETADEB; Aluno Rerison Brazão  

domingo, 21 de setembro de 2014

Copiando os Manuscritos Hebraicos



            Nunca devemos subestimar a dívida de gratidão que temos com os judeus, pelo seu extremo cuidado na preparação e na preservação dos Manuscritos Antigos, nem das regras impostas a cada escriba, algumas das quais são: 






  • O pergaminho tinha de ser feito de pele de animais.
  • Cada palavra era contada e mesmo cada letra.
  • A peça toda era destruída imediatamente se um erro fosse encontrado.
  • Cada cópia precisava ser feita a partir de um manuscrito autêntico.
  • A escrita era feita com tinta negra, preparada por uma receita especial.
  • Era necessário que os escribas pronunciassem cada palavra em voz alta antes de escrevê-la, e em caso algum podiam escrever de memória.
  • Os escribas precisavam limpar suas canetas antes de escrever o Nome de Deus, e banhar o corpo inteiro antes escrever “JEOVÁ”.

Em vista desse cuidado extremo, da parte dos judeus, para preservar perfeitamente as Escrituras Sagradas, podemos ter plena confiança de que Deus tem guardado sua Palavra através dos séculos, desde quando Moisés escreveu as primeiras palavras (Ex.24.4), até o último trabalho de João, e também durante os séculos da dispensação da graça.
Nos tempos de Cristo, os judeus tinham a mesma reverência para com a Palavra de Deus, e Jesus pôs o seu selo de aprovação sobre as três divisões  das escrituras hebraicas (Lc.24.27 / Jo.12.14 / 1Co.2.12-13). Portanto, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento também, foram copiados com muita reverência pelos cristãos dos primeiros séculos. Podemos confiar na inspiração e autoridade da Bíblia.
A reverência dos judeus pode ser ilustrada pelas palavras de um ancião rabino a um jovem escriba: “Tem cuidado como trabalhas, porque tua obra é uma obra celestial. Cuidado para não omitir nem aumentar uma só letra de teus manuscritos, porque fazendo isto, tu  serás um destruidor do mundo”.



  As línguas da Bíblia     

            As línguas falada e escrita constituem um estudo muito interessante, mas de difícil  acesso a leigos, como é de se esperar.
          Não sabemos ao certo, se a linguagem falada, antes do dilúvio, era ideográfica, ou pictográfica – ou seja, constituída  de uma  série de desenhos, transmitindo idéias.
Partindo dessa idéia, o chacal representaria esperteza ou habilidade, uma mulher  tocando tamborim  ou um homem dançando significaria alegria, o braço de um homem segurando um pedaço de pau significaria força, etc..
          Mais tarde, esses desenhos passaram a representar sons equivalentes a letras ou sílabas. Por exemplo: uma águia A; uma perna – P; um leão – L; ou uma casa – C.
O escrito ideográfico foi realmente o que deu origem ao cuneiforme, encontrado em abundância, em muitas tabuinhas de barro descobertas, dentro e ao redor da antiga Babilônia.
          O escrito cuneiforme consiste de letras ou sílabas em forma de cunhas ou pontas de flechas, sendo predominante na Babilônia, Assíria e Pérsia, até  o tempo de Cristo.
          Quanto a mais antiga linguagem falada no mundo, temos certeza de que até o tempo de Babel era uma somente (Gn.11.6). É provável que depois da confusão das línguas, os descendentes de Sem, Cão e Jafé espalharam-se por diferentes regiões do mundo, desenvolvendo assim, aquelas linguagens ou dialetos que parecem haver formado a base de todas as línguas futuras.
A linguagem mais antiga falada depois do dilúvio, de que temos conhecimento, foi a de ACADE ou AKKAD, que vem a ser  a divisão noroeste da  antiga Babilônia. É interessante mencionar que as palavras ADÃO, ÉDEM, SÁBADO parecem ser acadianas e não hebraicas. Essa linguagem parece ter sido usada até o tempo de Abraão (2000 a.C.), passando a ser, a partir daí, linguagem morta. Mais tarde, a linguagem semítica babilônica tomou seu  lugar e continuou sendo usada até o tempo de Nabucodonosor.
          Talvez Abraão, ao deixar a sua terra natal e ir por ordem de Deus a Canaã, tivesse adotado a linguagem dos cananitas, entre  os quais passou a morar com seus descendentes. Os judeus mais tarde, durante os anos de cativeiro em Babilônia, deixaram sua linguagem de puro hebraico e adotaram a chamada “caldaìca-aramaìca”, que continuou a ser usada até o tempo de Cristo. Essa linguagem que Abraão adotou era o hebraico. Em Isaías 19.18 inferimos que o hebraico foi chamado de a língua de Canaã.
            Há uma ilustração interessante acerca do uso concorrente das duas linguagens (Gn.31.47); Labão, que pertencia a terra em que vivia Abraão, isto é, Harã, falou em caldaico ou aramaico. Jacó usou a linguagem de Canaã. Labão chamou  ao montão de pedras de Jegar-Saaduta, enquanto  Jacó denominou-o Geleede.
            É provável que tanto o povo quanto à linguagem adquirissem o nome hebreu de Héber ou Hiber, descendente de Sete e antepassado de Abraão (Gn.10.24-25 / Lc.3.35). Héber ou Hiber quer dizer o que vem do outro lado ou caminhando de um lugar para o outro, e essa é uma característica do povo hebreu ou judeu. E é curioso observar que  em Gêneses 14. 13 lemos acerca de Abraão, o hebreu. Em Gêneses 39. 14 a esposa de Potifar disse de José: “Vede, trouxe-nos meu marido este hebreu para nos insultar".
            A linguagem hebraica continuou sendo falada e escrita pelos judeus até o tempo do cativeiro, quando adotaram a aramaica. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, exceto estes pequenos trechos que foram escritos em caldaico: Ed.4.7 / 6.18 / 7.12 – 26 e Dn.2.4
            O grego foi a linguagem comum do império romano. Os judeus, porém, continuaram falando o aramaico em todos os seus negócios uns com os outros. Entretanto, nas sinagogas, os rabinos sempre falaram e leram em hebraico, havia sempre um intérprete ao lado para traduzir para o aramaico o que era dito, caso estivessem presentes judeus que não compreendessem o hebraico puro.
            É provável que o Senhor Jesus, e outros judeus tenham falado o hebraico, exceto quando abordou uma mulher siro-fenícia (Mc.7.26). Aqui, é provável que Ele tenha falado em grego, por ser esta a linguagem dela. Na realidade, as poucas palavras aramaicas proferidas por Jesus que chegaram até nós, na forma transliterada, são: “Talita cume” (Mc.5.41) e Eloí, Eloí, lamá sabactâni (Mc.15.34). O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego.   
           

     Traduções da Bíblia

            Com referência à Bíblia como a temos agora, devemos lembrar que as línguas do mundo, especialmente do mundo romano, sofreram modificações durante os últimos dois mil anos, desde que a Bíblia foi escrita e concluída. Por essa razão, de tempos em tempos, os Oráculos de Deus têm sido traduzidos por estudantes reverentes e dedicados para a língua predominante da época.
            Os tradutores mais antigos tiveram a vantagem de fazer seu trabalho a partir dos  documentos mais antigos, dos quais alguns agora, já se perderam, enquanto os tradutores mais recentes tiveram, por outro lado, o benefício de uma quantidade maior de documentos que foram descobertos.
            Vamos agora traçar as muitas etapas interessantes da história destas diversas traduções,  desde os tempos mais antigos até o presente:
           
     A Versão Septuaginta

Com a morte de Alexandre o Grande, em 323 a.C., o império foi divido entre seus generais, a Ptolomeu 1 coube o Egito como quinhão, incluindo a Palestina, em seu domínio. Tendo-se estabelecido em Alexandria uma grande biblioteca, Ptolomeu pensava que sua biblioteca estava completa, mas faltavam para completar seu grande acervo as leis dos Hebreus, até então mantidas em seu idioma original, o hebraico.
            Ptolomeu Filadelfo ficou entusiasmado com a notícia e solicitou ao sumo sacerdote Eleazer que preparasse uma cópia das referidas leis, feita por homens competentes que pudessem traduzir para o grego. O rei concedeu grandes privilégios aos judeus, além de ricos presentes, de modo que seu pedido foi alegremente atendido pelas autoridades judaicas.
            Foram, então selecionados setenta e dois sábios, sendo seis de cada tribo de Israel, e enviados a Alexandria, aí sendo recebido com festa pelo rei Ptolomeu. Ao fim dos festejos, aqueles ilustres representantes da Nação Israelense se isolaram em compartimentos previamente preparados, e ali traduziram o Antigo Testamento para o grego. Esse empreendimento ocorreu por volta do ano 250 a.C.. O nome Septuaginta vem de setenta, por ter sido setenta e dois o número dos que fizeram a tradução.

         Considerações acerca da Septuaginta

            Não obstante alguns suscitarem dúvidas quanto à origem e autenticidade dessa tradução, ela deve ser reconhecida como  de boa qualidade por várias razões, dentre as quais podemos destacar as seguintes:

  • A tradução foi feita por homens escolhidos e de reconhecida competência, pertencentes a todas as tribos de Israel e procedentes de Jerusalém, havendo até sacerdotes entre eles, segundo Flávio Josefo, e não por estudantes de Alexandria.

  • A tradução não foi imposta pelo rei Ptolomeu, embora Israel estivesse sob seu domínio. Ao contrário, houve negociação, na qual Israel obteve grandes vantagens, entre elas a libertação de 120 mil judeus escravos no Egito. Tais vantagens não foram exigidas pelos judeus, mas liberalmente concedida por iniciativa do soberano Filadelfo.

  • Tudo nos faz crer que essa tradução foi providência Divina por dois motivos: Primeiro - Por força do domínio grego, seu idioma e cultura dominaram as nações. A tradução, pois tornou possível a leitura da Bíblia por todos os povos. Segundo - Com a dispersão (depois do cativeiro babilônico), muitos Israelitas em todo o mundo perderam a identidade de sua língua pátria e passaram a falar em grego. A Septuaginta os beneficiou, contribuindo para sua integração.

Mesmo depois da queda do domínio grego, que deu lugar ao império romano, a cultura grega continuou prevalecendo sobre os povos, inclusive sobre os próprios romanos. Isso levou os escritores do Novo Testamento a adotarem o grego.
Segundo se sabe, foi nessa versão que os títulos familiares, pelos quais os livros da Bíblia são conhecidos atualmente, foram adotados pela primeira vez. A ordem de colocação dos livros que também conhecemos foi adotada pela primeira vez nessa versão, embora a mesma seja muito diferente da ordem e que se encontram nas Escrituras hebraicas originais.
         Contudo, a Septuaginta do Antigo Testamento formou a base para muitas versões futuras. As cópias que temos hoje estão acompanhadas de cópias em grego do Novo Testamento. Os originais dessa versão estão perdidos. Mas, suas três mais antigas e melhores cópias estão guardadas. São elas:

  • Manuscrito Vaticano - É conhecido como o mais antigo documento existente. É propriedade da Igreja Católica Romana e encontra-se guardado no Museu do Vaticano em Roma, a cerca de 500 anos. Foi escrito no mais belo estilo, mas não totalmente perfeito, pois faltam algumas parte do Gêneses, alguns Salmos e uma parte do Novo Testamento - data do quarto século, aproximadamente (325 d.C.).

  •  Manuscrito Sinaítico - A história desse documento é muito interessante: em 1844, o Dr. Tischendorf, professor público alemão, em viagem a vários países em busca de Manuscritos Bíblicos Antigos, chegou ao Mosteiro de Santa Catarina, ao pé do Monte Sinai na Arábia. Ali viu no corredor uma canastra (cesta larga), cheia de materiais que iam ser usados para ascender o fogo, no fogão. Os monges lhes disseram que já haviam queimado duas canastras dos mesmos pergaminhos. O Dr. Tischendorf não poderia disfarçar seu deleite ao reconhecer um tesouro de inestimável valor. Porém, os monges ignorantes suspeitaram que havia ali algo que poderiam vender por alto preço e não deixaram o professor ler os pergaminhos. Os monges não sabiam ler os pergaminhos e por isso os estavam destruindo.
            Venderam ao professor somente 43 folhas que pensaram não ter nem um valor. Essas folhas contudo, era uma parte do Antigo Testamento, e, ainda se encontraram na universidade de Leipzig, na Alemanha. Em 1853, Tischendorf visitou novamente o mosteiro, porém não encontrou nada.
            Em 1859, fez outra visita, dessa vez comissionada pelo Imperador da Rússia, mas tudo indicava que sua viagem seria novamente em vão.  Porém, ao sair bem sedo, pela manhã, o mordomo lhe disse que possuía um exemplar da versão dos Setenta e levou o professor ao seu quarto. Ali, ele retirou um pacote envolto num pano vermelho. Ao abrí-lo revelou-se aos olhos do visitante encantado, não somente os pergaminhos do Antigo Testamento, que havia visto quinze anos antes, como também o Novo Testamento completo.
            Permitiram ao professor passar mais uma noite no Mosteiro, ele então levou os Manuscritos ao seu quarto, a fim examiná-los. Sentiu que a ocasião era por de mais sagrada para dormir, e passou a noite inteira copiando tudo o que podia dos tesouros que havia encontrado. Depois, todo Manuscrito, ou Códice, foi emprestado ao Imperador da Rússia e, no final de 1859 ele os conseguiu dos monges, sendo levados para a grande biblioteca russa, tornando-se propriedade do governo da Igreja Ortodoxa do Oriente.
            Durante a Revolução de 1917, esses Manuscritos caíram em poder dos Bolcheviques ateus.  Estes, muito astutos, ao calcularem o preço dos Manuscritos, os venderam aos protestantes da Inglaterra, que os depositaram no Museu Britânico de Londres - tiveram que pagar 100 mil libras esterlinas por eles. Foi a maior compra literária já registrada.
             Esse códice também foi escrito muito cuidadosamente em belo estilo, sobre o couro de cem antílopes. O Novo Testamento é perfeito, nem uma folha está faltando. Trata-se do segundo mais antigo documento existente hoje (350 d.C.).

  • Manuscrito Alexandrino - A data desse manuscrito é de 450 d.C., e faltam neles dez folhas do Antigo Testamento. Encontra-se atualmente, no Museu Britânico, em Londres. Diz-se que foi escrito por "Thecla, o mártir". Talvez tenha sido escrito em Alexandria, no Egito. Em 1621, foi levado a Constantinopla, e em 1624 presenteado ao embaixador britânico, na Turquia, para ser estudado pelo rei Tiago I da Inglaterra, que posteriormente autorizou a versão de toda a Bíblia em inglês. O Manuscrito foi aceito por Carlos I em 1627 e guardada na biblioteca Real. Finalmente, em 1757, o Rei Jorge II doou a biblioteca da família real à nação, e assim, o famoso Manuscrito chegou ao Museu Britânico. Esse foi o Manuscrito originalmente usado pelos tradutores bíblicos.


sábado, 20 de setembro de 2014

Discipulado

      


            Discipular, ou fazer discípulo, é cumprir a risca aquilo que o Mestre Jesus nos ensinou: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"  (Mt. 28. 19).
           
1. 1 - Uma Visão Panorama do Assunto
Queremos começar esse assunto, fazendo uso de uma passagem bíblica que deixou os discípulos estarrecidos, João 13. 12 - 15.  É bem verdade que as palavras de Jesus expressas nesta passagem, não contêm a palavra “discípulo”, mas na realidade fazem alusões a respeito das responsabilidades daqueles que reconhecem que Jesus é o “Mestre”, contribuindo, portanto, com algo para o entendimento do que é ser um discípulo.

 O Mestre aclara o significado do ato de servir que ele acabou de realizar para os seus discípulos: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem; porque eu  sou. Ora, se eu, sendo  Senhor e  Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Vamos entender isso melhor - “Mestre”. Jesus é Senhor, bem como o Mestre, daqueles doze que o seguiam. A palavra “Mestre” ou "Senhor", confere um peso que, talvez, nem sempre se associe com aquela atitude de Jesus, (lavar os pés dos apóstolos). Esta palavra tem uma conotação um tanto parecida com: “Autoridade, Poder, Soberania” – o mestre que tem o direito de exigir obediência de seus discípulos, mostra que um ensinador ou mestre, deve acima de tudo, se revestir de humildade, se revestir com um "espírito" de cooperativismo.

Jesus ensina-nos que um discípulo é mais que um aluno, no sentido de um mero ajuntador de informações, mas é, na verdade, alguém comprometido para acolher e seguir o ensino de seu mestre. Ele não só aprende com o mestre; deve também ser imbuído do espírito de seu mestre e imitar em detalhes a sua vida.

Essas verdades do discipulado são mais uma vez confirmadas, em João 13. 34 - 35, quando o Mestre Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vós ameis uns aos outros; assim como eu vos ame. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulo,  se tiverdes amor uns aos outros.”

Os discípulos devem demonstrar o mesmo amor para com o próximo, como Jesus demonstrou para eles. Aquele amor que o levou a morte, morte de cruz (sacrifício). Quando as pessoas testemunham esse mesmo amor entre os discípulos, elas farão a ligação com Jesus e serão capazes de reconhecer que aqueles que têm tal amor devem ser seus discípulos. Assim, somos, mais uma vez, levados a concluir que o discipulado implica em estarmos imbuídos do espírito do Mestre, seguindo-o.

Em Lucas 6. 40 encontramos algo interessante com respeito ao discipulado, vejamos: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.”
A verdade contida neste versículo merece uma reflexão: “Quando ele (o aluno) estiver completamente formado, será como seu mestre”
Isso nos ensina que não somos o mestre. Somos os discípulos. Quando estivermos aperfeiçoados, seremos como o Mestre. Mas ainda não chegamos lá.
Ao longo desta caminhada cristã deparamos com muitas pessoas que deixaram de ser discípulos, deixaram de aprender, deixaram de seguir. Pessoas que preferem ser chamadas de Mestres, Doutores, Senhores, etc.

O que podemos extrair desta passagem, é que Jesus está sempre a disposição para nos ensinar, Ele é Mestre por Excelência, e espera que nós alunos dedicados, estejamos sempre prontos a aprender e por fim passar a outros o que com Ele aprendemos.


“É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem.” (Salmos 118:8)




A fé nos mostra como devemos agir perante o Senhor, e Ele nos mostra à luz de Sua palavra como devemos agir como cristãos perante o mundo. Muitos se sentem confusos em relação a como saber qual a vontade de Deus e perdem-se tentando achar a solução. Sabemos que a leitura bíblica e a oração são fundamentais. Nossa fé deve ser solidificada em constante busca ao Senhor, estando sempre interessados no Seu querer para nossas vidas, o qual pode não se manifestar imediatamente (ou quando queremos).
O segredo definitivamente é abandonar todo tipo de dúvida e confiar na fidelidade do Deus que sustenta nossas almas, o mesmo Deus que enviou Seu Filho para pagar nossos pecados. Às vezes é realmente difícil confiar quando não conseguimos enxergar motivos para tal. Você confiaria em alguém que não conhece? Bem provável que não. Por isso, uma das formas mais poderosas de confiarmos no Senhor é buscando conhecê-Lo, ou seja, é orando e pedindo entendimento para compreender os Seus ensinamentos contidos na Bíblia. Ali está exposta toda a Sua vontade e Seu divino plano de salvação.
A cada vez em que nos sentirmos sem direção, devemos utilizar a Palavra como bússola. Através dela nossa fé é fortalecida, pois passamos a conhecer a maneira como o Senhor age, e podemos nos identificar com o sofrimento de algum personagem e nos deleitar no fato de que os justos sempre têm suas orações ouvidas… Necessitamos nos alimentar do que provém de Cristo. Um coração contrito e atordoado só pode ser verdadeiramente liberto por Ele, afinal, Ele é quem nos conhece como ninguém e estará sempre disposto a nos receber quando tropeçarmos em pecado.
Todas as dúvidas são dissipadas no momento em que decidimos depositar toda a nossa confiança no Pai. Não é uma tarefa muito fácil, na verdade pode ser um desafio diário, mas o importante é não desistir e crer que Ele suprirá todos os nossos desejos de acordo com os Seus princípios. É maravilhoso confiar neste Deus incrível, pois através dEle enxergamos todo o potencial do que podemos nos tornar em Cristo; muita sabedoria, longanimidade e paz são reservadas àqueles que confiam no Senhor.
Podem haver momentos de fraqueza e desilusão, o que é em certa medida até natural, mas que estas coisas sirvam apenas para honrar o nome do Senhor, o qual nos resgata da escuridão e nos faz enxergar um novo horizonte, e nos cerca de esperança e bondade todos os dias. Que nossas vidas sejam escritas pelo Senhor para que Seu nome seja glorificado em nós, e que Seus belos propósitos sejam cumpridos em nossas vidas. Busquemos nEle e somente nEle as respostas das quais necessitamos, jamais em homens, muito menos em falsos profetas.
Portanto, procuremos fincar-nos mais e mais a cada dia na rocha que é Jesus Cristo, nosso amado e divino Mestre, O qual jamais nos abandona e sempre tem algo para nos ensinar! Permitamos que Seu amor seja a base de nossas vidas, dirigindo nossos passos e guiando-nos em cada uma de nossas decisões. Oremos para que a Sua vontade seja feita em nós e através de nós, de maneira que sejamos sal e luz.
Que Deus os abençoe!
http://leiaabiblia.blog.br/ fote 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O LIVRO DE RUTE

                    Um Breve Resumo



Autor: O Livro de Rute não revela especificamente o nome do seu autor. A tradição é que esse livro foi escrito pelo profeta Samuel.
Quando foi escrito: Não sabemos exatamente quando o Livro de Rute foi escrito. No entanto, a visão predominante é uma data entre 1011 e 931 AC.
Propósito: O Livro de Rute foi escrito para os israelitas e ele ensina que o amor verdadeiro pode às vezes exigir um sacrifício intransigente. Independentemente do que a vida nos traga, podemos viver de acordo com os preceitos de Deus. Genuíno amor e bondade serão recompensados. Deus abençoa abundantemente aqueles que procuram viver uma vida obediente. Vida obediente não permite “acidentes” no plano de Deus. Deus estende misericórdia aos misericordiosos
Versículos-chave: Rute 1:16: “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.”
Rute 3:9: “Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador.”
Rute 4:17: “As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.”
Resumo: A configuração do Livro de Rute começa no país pagão de Moabe (região nordeste do Mar Morto) e então se muda para Belém. Este relato verdadeiro ocorre durante o Período dos Juízes, período marcado por dias sombrios de fracasso e rebelião dos israelitas. A fome faz com que Elimeleque e sua mulher, Noemi, saiam de sua casa israelita ao país de Moabe. Elimeleque morre e acaba deixando Noemi com seus dois filhos, que logo acabam se casando com duas moças moabitas, Orfa e Rute. Mais tarde os dois filhos morrem e Noemi fica sozinha com Orfa e Rute em uma terra estranha. Orfa volta a seus pais, mas Rute decide ficar com Noemi enquanto viajam para Belém. Esta história de amor e devoção fala do eventual casamento de Rute com um homem rico chamado Boaz, por quem ela tem um filho, Obede, que se torna avô de Davi e o ancestral de Jesus. Obediência traz Rute à linhagem privilegiada de Cristo.
Prenúncios: Um dos temas principais do Livro de Rute é o de redentor. Boaz, um parente de Rute por ser parente do seu marido, agiu de acordo com o seu dever como delineado na Lei de Moisés para resgatar um parente pobre das suas circunstâncias (Levítico 25:47-49). Este cenário é repetido por Cristo, que nos redime, os espiritualmente pobres, da escravidão do pecado. Nosso Pai Celestial enviou o Seu próprio Filho à cruz para que nos tornássemos filhos de Deus e irmãos e irmãs de Cristo. Por ser o nosso Redentor, nós nos tornamos Seus parentes.
Aplicação Prática: A soberania do nosso grande Deus é claramente vista na história de Rute. Ele guiou cada passo do caminho para que Rute se tornasse Sua filha e cumprisse o Seu plano de se tornar um ancestral de Jesus Cristo (Mateus 1:5). Da mesma forma, podemos ter certeza de que Deus tem um plano para cada um de nós. Do mesmo jeito que Noemi e Rute confiaram que Deus cuidaria delas, assim também devemos fazer.
Vemos em Rute um exemplo da mulher virtuosa de Provérbios 31. Além de ser dedicada à sua família (Rute 1:15-18; Provérbios 31:10-12) e fielmente dependente de Deus (Rute 2:12, 31:30), vemos em Rute uma mulher de discurso piedoso. Suas palavras são amorosas, gentis e respeitosas, tanto com Noemi quanto com Boaz. A mulher virtuosa de Provérbios 31 “Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua” (v. 26). Seria difícil encontrar uma mulher hoje tão digna de ser o nosso exemplo como Rute

domingo, 14 de setembro de 2014

Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa


O ADULTÉRIO
Terminologia e Conceito O adultério é uma ruptura da fidelidade e da aliança nupcial por parte de um dos cônjuges, constituindo-se no intercurso sexual de uma pessoa casada com outra que não é o seu cônjuge. Etimologicamente, o termo “adultério” em sua acepção hebraica é a tradução do termo “ni up”, procedente de “na AP”, cujo sentido literal é “praticar adultério” do ponto de vista histórico gramatical é a violação do leito conjugal, O sentido do termo de acordo com a terminologia latina indica um desejo ávido e voluntário de entrega-se ao outro. O adultério é, juntamente com o divórcio, outro ato que demonstrava a crise pela qual as famílias e os cônjuges passavam nos remotos tempos do Antigo Testamento. INTRODUÇÃO
Sabemos que Satanás tem mobilizado os sistemas desde mundo para desestruturar a vida familiar usando assim o advento das mídias eletrônicas, e de forma mais específica as redes sócias facilitou e muito para a possibilidade de alguém vir a ter um “caso” extraconjugal. No entanto, a igreja de Cristo, como “sal” da terra e “luz” do mundo, deve confrontar, por intermédio da palavra de Deus, os ataques do maligno. Não podemos nos esquecer que estamos lutando contra principados e podestades (Ef.6.12). Se desejarmos uma vida familiar vitoriosa, precisamos viver em total dependência do Senhor. Carecemos da armadura de Deus para que possamos enfrentar as lutas e desafios do nosso tempo. ORIENTAÇÃO PARA UMA VIDA SEXUAL SADIA I. A ATIVIDADE SEXUAL NA NATUREZA: Sua finalidade é garantir a manutenção das espécies de seres vivos. É por isso que o impulso sexual é algo tão forte. A energia sexual é seguramente a energia biológica mais poderosa que existe, pois é através dela que nos tornamos parceiros de Deus no processo da Criação. É a única energia natural capaz de gerar Vida (Gn. 1.22,28). O Sexo na espécie humana e nas demais espécies de seres vivos: a diferença está no fato de que o ser humano é o único animal que usa o sexo não só para procriar, mas como fonte de prazer e expressão de amor. Grifamos a conjunção "e" para realçar o fato de que as duas coisas vêm necessariamente juntas: à luz da Palavra de Deus, o sexo apenas como fonte de prazer torna-se pecaminoso, como veremos no decorrer do estudo. 1.- O plano de Deus para a sexualidade humana: à luz de Gn. 2.24 e Mt. 19.3-11 compreendemos que o plano de Deus é que o ser humano exerça sua sexualidade no plano de companheirismo entre o homem e a mulher numa parceria de vida, e não só de sexo. Uma união tão completa que torna dois indivíduos de sexos opostos parte de uma unidade que, idealmente, deve ser indissolúvel (ver também I Co. 7.4). A importância que a Bíblia dá à relação sexual fica clara no texto de I Co. 6.16, onde podemos perceber que o vínculo criado por esse relacionamento é intenso, mesmo quando exercido de modo leviano e irresponsável. A intimidade compartilhada gera uma espécie de compromisso implícito, que a qualquer momento pode surgir na forma de cobranças afetivas ou materiais. AS CAUSAS DO ADULTÉRIO
Concupiscência. Todos temos certos desejos. Esses desejos, a princípios, são legítimos. Em muitos casos a satisfação deles é indispensável para a sobrevivência do indivíduo ou da raça. Por exemplo, a fome é o desejo de comer. Sem a satisfação desse desejo ou impulso, morreríamos de fome. De modo semelhante, o impulso sexual busca satisfação. Caso ele permanecesse insatisfeito, não haveria reprodução humana e, portanto, não haveria preservação da raça humana. Todo ser humano tem uma série de desejos que, embora bons em si e por si, são áreas potencias para a tentação e o pecado, por isso o sábio Salmão aconselha: “Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos” Pv.6.25. Carências. Muita gente acha que o relacionamento sexual entre marido e mulher tem como único objetivo a procriação. Isso é um erro. Na bíblia, encontramos vários textos que incentivam o casal a desfrutar das alegrias conjugais. Em Provérbios 5.18-23, os cônjuges são exortados a usufruírem da intimidade matrimonial. Por outro lado, o homem é advertido contra “a mulher estranha”, a adúltera. Em seguida, é incentivada a valoriza a união matrimonial e santa, exaltando sempre a monogamia, a fidelidade e o amor. (Ec.9.9; Ct.4.1-27; 7.1-9). AS CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO Afastamento de Deus. A palavra de Deus diz que “os lábios da mulher estranhas destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite” (Pv.5.3). O pecado, a principio, pode até ser “prazeroso”, mas o preço a ser pago é muito alto; não vale a pena; traz sofrimento e muita dor. A imoralidade sexual e a infidelidade destroem a família. Todos no lar são afetados de alguma forma. Alguns minutos de prazer ilícitos podem levar um homem, ou uma mulher, para o inferno, para a perdição eterna. (1 co.6.10). O adultério a fasta os cônjuges da presença de Deus. Um lar despedaçado. O adultério aflige toda a família. Os filhos, independentemente de sua idade, são sempre os maiores prejudicados. Em geral, ficam decepcionados com os pais e tendem a desconfiar sempre de todos. Alguns filhos acabam, além de carregarem mágoas de seus pais, levando ressentimentos e dor para suas futuras famílias. Por isso, Deus abomina a infidelidade e a deslealdade. (Ml.2.5). CONSELHOS CONTRA A INFIDELIDADE Fuja das tentações. É preciso ser prudente e evitar o mal. Jesus ensinou os discípulos a terem uma atitude de prudência e sensatez diante das tentações (Mt.10.16;26.41). Ante o perigo, façamos como José. Ele preferiu fugir a pecar contra Deus. Temendo ao Senhor, rejeitou o pecado. E embora viesse a pagar um alto preço por sua fidelidade, foi honrado por Deus no devido tempo (Gn.39-41), diante do pecado, fuja (1Ts.4.3). Aprecie seu cônjuge. Ter apreço significa vê-lo como algo valioso. A palavra de Deus nos diz que “onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração”, (Lc.12.34). Se o seu cônjuge é o seu tesouro, ou seja, uma jóia que você protege e zela com carinho e respeito, o adultério não terá vez em sua vida. Há esposas e maridos que cuidam bem da casa, do carro, da conta bancária, da igreja, mais não tem cuidado nem interesse pelo cônjuge. Valorize-o e alegrem-se juntos no Senhor. Não busque jamais beber água de outra cisterna (Pv.5.1-23). CONCLUSÃO Muitas famílias têm sido destruídas por causa por da infidelidade conjugal. Para que tenhamos uma vida conjugal bem-sucedida precisamos investir diariamente em nosso relacionamento. É necessário orar, vigiar e demonstrar afeto, apreço, investir no diálogo franco e não abrir mão do respeito. relacionamento conjugal são prioridades. Uma família bem constituída é uma benção para a obra de Deus.

MARCIO FERREIRA

PROFESSOR E COORDENADOR GERAL DA EBD EM AREIA BRANCA -RN

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O julgamento e a soberania pertencem a Deus - Lição 11



Neste capítulo, abordaremos duas questões principais: o perigo de se fazer julgamentos indevidos contra pessoas e a capacidade de reconhecer os atos de Deus em nossos planos. Ambas as questões fazem parte do nosso dia a dia. Quem nunca emitiu um juízo de valor sobre uma atitude ou sobre a vida de outra pessoa? E quem nunca fez planos pessoais sem se lembrar de Deus? É sobre isso que discorreremos aqui.

I.         O PERIGO DE SE COLOCAR COMO JUIZ

Mais uma vez, Tiago aborda a questão da fala e o cuidado com aquilo que falamos. Sabemos que é possível falar com as pessoas exortando-as, aconselhando-as e ensinando-as a serem melhores e estarem mais próximas de Deus. Mas também é possível falar mal das pessoas e atrair para si um duro julgamento.
Tiago trata do perigo de nos colocarmos no lugar de Deus para exercer juízo contra uma pessoa. Mas de que forma pode um servo de Deus aparentemente assumir a posição de juiz? Quando abre a boca para falar mal de outras pessoas. O apóstolo não entra em detalhes. Basta a ele apenas dizer que não devemos falar mal uns dos outros, pois quem fala mal de seu irmão fala mal da lei, e por sua vez, quem fala da lei não é mais observador, e sim juiz.
Timothy B. Cargal comenta:
1)  Ao condenar os outros, estamos principalmente condenando a própria lei. 

Talvez Tiago acreditasse que esse era o caso porque quando condenamos as pessoas estamos condenando aqueles que foram “feitos à imagem de Deus” (3.9), e assim, implicitamente, estamos condenando o próprio Deus (Cf. Rm 14.1-8, esp. w 4, 8).

2)   Aqueles que julgam seus semelhantes estão se posicionando como juízes acima da lei, em vez de submeterem-se a ela (“se tu julgas a lei não és observador da lei, mas juiz”, Tg 4.11). (Comentário Pentecostal do Novo Testamento, CPAD)
Ao condenar os outros, estamos nós mesmos sendo julgados e condenados pelo próprio Deus.
Quem pode realmente criar a lei e aplicá-la? Tiago deixa claro que apenas Deus pode fazer essas funções. Apenas Ele tem integridade suficiente para não ser movido por paixões humanas. Podemos resumir o que Tiago fala da seguinte forma: Apenas Deus pode fazer e executar a lei, mas se eu falo mal do meu irmão estou me colocando no lugar de Deus (E Deus não fala mal de seus atos, pois são perfeitos!). Quem critica seu irmão e fala mal dele vai ter de acertar as contas com Deus, pois na prática está se colocando no lugar dEle. Dura é essa palavra, mas igualmente verdadeira. Quão duro será o julgamento daqueles que se colocam no lugar de Deus!
Tiago está dizendo que a congregação não pode exercer um julgamento objetivo para agir de forma disciplinar em alguns casos? Não, Tiago não está abordando esse fato. Ele, como pastor principal em Jerusalém, sabia que a igreja tem o dever de agir de forma sistemática e direta em alguns momentos. Ananias e Safira foram julgados duramente por Deus, por intermédio de Pedro, e Paulo ordenou a exclusão do crente coríntio que tinha relações sexuais com a mulher do próprio pai. Há situações em que a igreja precisa ser enfática na forma como administra os erros de seus membros, sob pena de se igualar ao mundo.
Claro que a disciplina sempre deve ter os objetivos de corrigir e reabilitar. Não podemos lançar no mundo uma pessoa que Jesus salvou, mas não podemos também compactuar com um pecado cometido, como se nada de errado houvesse ocorrido. Portanto, antes de exercer a disciplina no tocante a um pecado de um membro da congregação, a igreja deve se certificar de que ensinou àquela pessoa sobre aquele assunto, se ela entendeu, e posteriormente, se incorre no erro, deve passar pelo processo de disciplina para ser corrigida e reabilitada na congregação.

Aqui cabe uma observação. E importante que o novo crente tenha a consciência de que a igreja como instituição possui normas específicas de comportamento e convivência para seus membros. Essas normas têm por objetivo fazer com que a convivência entre os congregados possa ser mais amigável, em clima de respeito e confraternização, e também para que a liturgia do culto possa ter uma metodologia que favoreça o respeito pelo sagrado. Um culto em que cada pessoa faz o que quer acaba se tornando uma bagunça, e como Deus não é Deus de confusão, mas um Deus ordeiro e que preza pelo culto racional, o nosso culto deve seguir esse princípio. E as normas da igreja devem ser pautadas na Palavra de Deus e no bom senso, pois os costumes variam de povo para povo, conforme a época e o lugar, mas a Palavra de Deus é imutável.
É evidente que não é sobre esse tipo de julgamento que Tiago está falando, e sim sobre o ato de uma pessoa da congregação emitir de forma gratuita e indevida uma opinião sobre uma outra pessoa. E isso deve nos levar à reflexão: é correto falar mal de outra pessoa? Ou invertendo os poios, como eu agiria se soubesse que meu nome foi citado em uma conversa, sendo mal falado ou tendo minha imagem denegrida de forma indevida e injusta? Da mesma forma que eu gostaria de ser tratado, deve igualmente tratar. Se não desejo ver meu nome sendo citado de forma negativa, devo conter meus lábios para não incorrer no mesmo erro.

II.   A BREVIDADE DA VIDA E O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA DIVINA

A Carta de Tiago apresenta outro assunto muito corrente em nossos dias: o fazer planos para o futuro. Qual é a concepção de Tiago? Ele entende que podemos fazer planos, desde que dependamos de Deus para realizá-los.
O apóstolo compara a vida humana a um vapor ou fumaça, que se desvanece em pouco tempo. Por causa da brevidade da nossa vida, não somos impedidos de planejar o futuro, mas sim excluir Deus dos nossos planos.
Apresentando nossos planos a Deus
Tiago escreve: “...Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo”. Para alguns pregadores modernos, essas palavras de Tiago deveriam ser retiradas do texto. Não são poucos os púlpitos de nossas igrejas em que mensagens empolgantes orientam os crentes a colocarem Deus contra a parede, “obrigando” o Eterno a realizar sonhos e desejos de riquezas e poder. Esse tipo de atitude deturpa o verdadeiro evangelho. Disse certa vez Isael de Araújo, autor da célebre obra Dicionário do Movimento Pentecostal·. “Deus não vai julgar o que o evangelho faz conosco, mas vai julgar o que fazemos com o evangelho”. Deus não é um escravo à disposição de satisfazer nossos desejos. Ele é o Senhor, e nós, seus servos. Não podemos tentar constranger Deus a realizar nossos desejos e ignorar a vontade divina para nossas vidas.

Tiago chama a atenção de seus leitores sobre a realidade do fato de que não podemos controlar a nossa própria vida. Pelo texto, Tiago parece descrever algumas atividades relacionadas à vida de membros da congregação. São atividades aparentemente não relacionadas à vida eclesiástica: viajar para determinada localidade, lá residir por um ano, fazer contratos, estabelecer negócios e ganhar dinheiro.
Deus preza pelo trabalho? Sim. Ele espera que com seu fruto possamos angariar recursos para nossa subsistência e daqueles que dependem de nós. Se ganhamos a vida de forma honesta, não temos nada a temer.

Deus condena planejamentos? Claro que não. Se olharmos para os dias da Criação, veremos que Deus planejou primeiro o ambiente em que o homem seria colocado, e depois de esse ambiente ser criado, Deus criou o homem. Ele proveu a terra de todos os recursos para a vida humana, e depois estabeleceu a humanidade. Ele não fez o caminho inverso. Por isso, tudo em nossa vida precisa de um direcionamento, um planejamento: onde quero chegar, por qual caminho vou chegar, quanto tempo levarei para chegar e quais recursos precisarei ter para essa finalidade.
Tiago, de forma direta, nos desafia a incluir Deus em nossos planos, e de forma indireta nos ensina que isso implica a busca pela vontade de Deus em nossas vidas. Se temos de fazer planos, devemos fazê-los de acordo com os projetos de Deus para nós.
A Bíblia não é um livro de curiosidades que diz com quem uma pessoa solteira vai se casar, se vai chover hoje ou amanhã, ou ainda, o tipo de profissão que devo seguir ou quantos filhos devo ter. Há muitas situações em que Deus nos permite usar nosso bom senso, analisar aquilo de que dispomos e seguir uma carreira de acordo com nossos talentos pessoais, e isso não é pecado. Mas não é certo deixar de apresentar a Deus nossos planos. Na prática, isso não significa que Deus não saiba o que queremos, pois Ele sabe o que vamos pedir antes mesmo de orarmos. Porém, nossos planos devem estar sujeitos a Deus, até mesmo quando Ele nos diz um necessário “não”.
Lembre-se também de que a minha obediência a Deus hoje pode garantir a orientação divina no futuro. Pensemos no caso do rei Saul. Ele foi escolhido por Deus, ungido, e até profetizou, mas com o passar do tempo se tornou um homem rebelde a Deus e à sua orientação, e Deus deixou de falar com ele. No final de sua vida, Saul foi procurar uma feiticeira para se consultar, porque Deus não mais falava com ele. Há uma lógica nesse fato? Sim. Se eu confio na orientação de Deus e a obedeço hoje, Deus certamente continuará a me orientar, pois sabe que eu não apenas ouço sua voz, mas a obedeço também. De nada adianta buscar a orientação divina se eu não tenho a menor intenção de obedecê-la.

Outro caso foi o do rei Josafá, diante de uma batalha, em 2 Crônicas 18. Acabe, o rei ímpio de Israel, procurou Josafá para que ambos se aliassem em uma batalha, e Josafá foi consultar ao Senhor. Deus o respondeu por intermédio do profeta Micaías, mas Josafá ignorou a Palavra do Senhor. Por ter ouvido a Palavra de Deus e tê-la ignorado no tocante à aliança com Acabe, Josafá foi duramente repreendido pelo Senhor. Na prática, podemos escolher ouvir a Palavra de Deus e obedecê-la ou ignorá-la, mas os resultados sempre seguem as pessoas nos dois casos. Saul se tomou um rei rebelde e perdeu o reino, além de ter se tornado uma figura mal vista nas Escrituras. Josafá foi repreendido pelo Senhor, coisa que não ocorreria se tivesse obedecido a Deus.
Podemos evitar muitos problemas em nossas vidas quando decidimos buscar ao Senhor e obedecer-lhe a voz. Deus não é contra fazermos planos, mas orienta-nos a que os apresentemos a Ele. Provérbios 16 nos mostra a melhor forma de lidar com nossos planos pessoais para o futuro: “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca.
Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos. Confia ao SENHOR as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos” (Pv 16.1-3). Esses versos nos ensinam basicamente 3 verdades: a) o homem pode preparar seus planos, mas Deus é que dá a última palavra; b) nossos projetos podem estar certos aos nossos olhos, mas ao mesmo tempo serem reprovados por Deus; c) quando confiamos ao Senhor nossos planos, dependendo realmente da aprovação dEle, podemos ter a certeza de que se esses planos forem aprovados por Ele, eles serão realizados.
Deus não deseja estar distante de nossos projetos pessoais. Ele quer participar de cada esfera de nossa vida, mas quer que confiemos nEle mesmo que precisemos abrir mão de nossos planos em prol dos dEle. Façamos projetos e invistamos neles dentro de nossas possibilidades, mas nunca nos esqueçamos de que nossa vida é muito breve, que não temos controle sobre ela, e que Deus tem sempre planos melhores do que os nossos: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29.11).
E fácil render nossos planos ao Senhor? Claro que não, principalmente quando não confiamos plenamente nEle ou quando achamos que Ele vai frustrar os nossos planos. Mas à medida que andamos com Ele, vamos crescendo na comunhão e confiança naquilo que Ele quer para nós. Quando andamos com Deus e temos uma confiança contínua no que Ele está fazendo ou vai fazer, não teremos dificuldades para confiar nossa vida terrena àquEle que já tem um grande projeto eterno para todos nós.

III.       OS PECADOS DA ARROGÂNCIA E DA AUTOSSUFICIÊNCIA

Ainda vinculado ao assunto anterior, em que Tiago abordou o perigo de se fazer planos sem que Deus participe deles, passamos agora a tratar da arrogância atrelada à autossuficiência. No tópico anterior, parece que estamos contemplando crentes esquecidos, e que no tópico atual, há crentes que se omitem em fazer o que é certo. Um se esquece de Deus quando não o inclui em seus planos, e outro se esquece de Deus quando conscientemente deixa de fazer o que é certo. A omissão de quem sabe fazer o certo e não o faz é tida como um pecado. E uma lição bem prática, bem ao estilo do irmão do Senhor.
A arrogância, ao que parece, no texto de Tiago, está vinculada às pessoas que queriam viajar e fazer negócios sem que Deus fosse consultado ou participasse de suas vidas. Isso pode demonstrar também que essas pessoas acreditavam que Deus estava restrito à esfera espiritual de suas vidas, e não à esfera material também. Essa forma de ver a vida cristã é errada, pois somos cristãos dentro e fora da igreja. Nosso cristianismo deve ser demonstrado não só no santuário, mas igualmente fora dele. Na verdade, Deus espera que possamos dar testemunho de nossa fé com nossas atitudes fora do âmbito da comunidade cristã. E a reprimenda de Tiago nos mostra que aqueles crentes estavam agindo de forma errada.
Esse é um dos erros mais comuns dos cristãos de nossos dias. Não raro, há crentes que imaginam que podem ser uma pessoa na igreja e outra fora dela. Há pessoas crendo que é possível adorar a Deus no domingo e quando chega a segunda-feira, agir de acordo com as regras deste mundo, como se não tivéssemos um Deus. Um comerciante cristão pode acreditar que não há qualquer problema em repassar a um consumidor uma mercadoria reconhecidamente defeituosa. Um estudante cristão pode acreditar que não há problemas em se utilizar de meios ilícitos para se obter uma boa nota numa avaliação. Um funcionário cristão pode crer que não há problema algum em se apropriar de um objeto da empresa em que trabalha, imaginando que não vai fazer falta lá. Mas se Deus os pesar em uma balança, com certeza será achado em falta.
Não existe dualidade na vida cristã. Preciso ser fiel a Deus tanto na igreja quanto fora dela, ou provavelmente esvaziarei meu testemunho diante dos ímpios. Quantos de nós já não ouvimos críticas sobre pessoas da igreja que nem mesmo parecem servir a Deus? Mas também já ouvimos opiniões de pessoas que não conhecem Jesus, mas que tem contato com homens e mulheres cujos testemunhos irradiam uma comunhão imensa com nosso Senhor, por meio de sua vida e atitudes.

Tiago conclui seu pensamento no verso 17 informando que quem sabe fazer o bem e não faz, comete pecado. Para Tiago, a comissão é fruto direto da omissão em relação ao pecado. Esta não se realiza apenas quando agimos de forma errada, mas também quando deixamos de agir de acordo com o padrão que Deus espera de nós. Jesus certa vez disse: “E o servo que soube a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.47). Esta parábola de Jesus fala sobre serviço e obediência, e Jesus utiliza a figura de um servo que teve à sua disposição os bens de seu senhor. Nessa história, o mordomo inicialmente é um homem fiel e prudente, que apesar da ausência de seu amo, faz aquilo que é certo. Mas Jesus apresenta a possibilidade de esse mesmo servo aproveitar a ausência de seu senhor para maltratar seus conservos, e aproveitar-se dos mantimentos que deveriam ser distribuídos a todos. Esse tipo de servo será duramente punido por sua atitude de covardia e de desperdícios.
Se atentarmos bem para essa história, podemos nos ver sendo enquadrados em qualquer uma das duas categorias desse mesmo servo. Podemos ser fiéis e prudentes, obedecendo a Deus e respeitando nossos conservos, como podemos também
A mensagem final: Não sejamos arrogantes nem imaginemos que somos autossuficientes a ponto de não precisar depender de Deus. E que os recursos que recebemos de Deus nos lembrem de que um dia prestaremos contas a Deus de nossa mordomia.


Alexandre Coelho