segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

As pragas divinas e as propostas ardilosas de Faraó


Texto áureo
A GUERRA ESPIRITUAL Ef 6.11
Revesti-vos de toda armadura de Deus (11). A palavra "toda" não é achada no original, e sua inserção obscurece o sentido real, que é "vesti a panóplia de Deus". "Panóplia" significa uma armadura completa, mas o original grego salienta o fato que é de Deus. A necessidade da armadura de Deus é indicada pelas palavras ciladas do diabo i. e., os métodos e estratagemas do maligno, que "faz guerra" contra a alma do homem. (Veja 1Pe 2.11).


INTRODUÇÃO

DEIXA IR O MEU POVO
Estes cinco capítulos formam uma parte distinta, cujo conteúdo pode ser dividido em três pontos, a saber: os Dez Juízos do Senhor, a resistência de "Janes e Jambres" e as quatro objeções de Faraó.

1.     AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
 
           Pragas atingem o Egito (Êx 7.19—12.33).

Toda a terra do Egito tremeu debaixo dos golpes sucessivos da vara de Deus. Todos, desde o monarca sentado no seu trono à criada moendo no moinho, tiveram de sentir o peso terrível dessa vara. "Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera. Fizeram entre eles os seus sinais e prodígios, na terra de Cam. Mandou às trevas que a escurecessem; e elas não foram rebeldes à sua palavra. Converteu as suas águas em sangue, e assim fez morrer os peixes. A sua terra produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis. Falou ele, e vieram enxames de moscas e piolhos em todo o seu território. Converteu as suas chuvas em saraiva e fogo abrasador, na sua terra. Feriu as suas vinhas e os seus f igueirais e quebrou as árvores dos seus termos. Falou ele, e vieram gafanhotos e pulgão em quantidade inumerável, e comeram toda a erva da sua terra e devoraram o fruto dos seus campos. Feriu também a todos os primogénitos da sua terra, as primícias de todas as suas forças" (SI 105:26 -36).


Janes e Jambres
Vamos considerar agora, em segundo lugar, a oposição de "Janes e Jambres", magos do Egito. Nunca teríamos conhecido os nomes desses dois inimigos da verdade se o Espírito Santo os não houvesse mencionado em ligação com os "tempos perigosos" dos quais o apóstolo Paulo avisa seu filho Timóteo. É da máxima importância que o leitor crente compreenda claramente o verdadeiro caráter da resistência que esses dois encantadores opuseram a Moisés, e para que ele faça uma ideia completa do assunto, citaremos toda a passagemda epístola de Paulo a Timóteo, passagem aliás profunda­mente importante e solene.

Nos Últimos Dias

"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avaren­tos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, semafeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obs­tinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre,e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles" (2Tm 3:1-9).


As Quatro Objeções de Faraó
Resta-nos considerar ainda o terceiro ponto desta parte do livro, a saber, as quatro objeções ardilosas de Faraó à libertação completa e inteira separação do povo de Deus do Egito.
A primeira destas objeções encontra-se no capítulo 8:25. "En­tão, chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra". E desnecessário acentuar aqui que, quer sejam os magos com a resistência que opõem ou Faraó com as suas objeções, é realmente Satanás que está atrás de toda esta cena: e o seu objetivo, nesta proposta de Faraó, consistia em impedir o testemunho do nome do Senhor—um testemunho ligado com a separação com­pleta entre o Seu povo e o Egito.

A resposta que Moisés deu à primeira objeção de Faraó é realmente notável: "E Moisés disse: Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao Senhor, nosso Deus, a abominação dos egípcios; eis que, se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus, olhos, não nos apedrejariam eles?" (capítulo 8:26 - 27). O caminho de "três dias" é verdadeira separação do Egito. Nada menos que isto podia satisfazer a fé. O Israel de Deus tem que ser separado da terra e da morte e das trevas pelo poder da ressurreição.
A segunda objeção do Faraó participava muitíssimo do caráter e tendência da primeira. "Então, disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor vosso Deus no deserto; somente que, indo, não vades longe" (capítulo 8:28). Não podendo retê-los no Egito, procurava ao menos retê-los perto das fronteiras, para poder agir contra eles por meio das diversas influências do país. Desta forma o povo podia ser reconduzido e o testemunho mais facilmen­te aniquilado que se eles nunca tivessem saído do Egito.

A terceira objeção de Faraó requer atenção especial de nossa parte. "Então, Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao Senhor, vosso Deus. Quais são os que hão-de ir? E Moisés disse: Havemos de ir com os nossos meninos e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as nossas filhas, e com as nossas ovelhas, e com os nossos bois havemos de ir; porque festa ao Senhor temos. Então ele lhes disse: Seja o Senhor assim convosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos; olhai que há mal diante da vossa face. Não será assim; andai agora vós, varões, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes.
A quarta e última objeção de Faraó relacionava-se com os rebanhos e as manadas. "Então, Faraó chamou a Moisés e disse: Ide, servi ao Senhor: somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças (capítulo 10:24). Com que perseverança disputou Satanás cada palmo do caminho de Israel para fora do Egito! Em primeiro lugar procurou mantê-los no país; então diligenciou tê-los perto do país; depois esf orçou-se por reter parte do povo; e por fim, depois de haver falhado nestas três tentativas, esforçou-se por fazê-los partir sem meios alguns para servir ao Senhor. Já que não podia reter os servidores procurava ficar com os meios que eles tinham para servir, pensando obter o mesmo resultado por um meio diferente. Já que não podia induzi-los a oferecerem sacrifícios no país, queria enviá-los fora do país sem vítimas para os sacrifícios.

A resposta de Moisés a esta última objeção de Faraó dá-nos um relato dos direitos soberanos do Senhor sobre o Seu povo e tudo que lhes pertence. "Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossos mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor nosso Deus. E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar para servirão SENHOR nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá"

 Conclusão:
Deus dá às vezes aos homens aquilo que está de acordo com a verdadeira inclinação dos seus corações:".. .por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes tiveram prazer na iniquidade" (2 Ts 2:11-12). Se os homens rejeitam a verdade quando lhes é apresentada, terão, certamente, a mentira; se não querem Cristo, terão Satanás; se menosprezam o céu, terão o inferno (¹). O Espírito incrédulo terá alguma coisa que responder  Antes de o fazer deve certificar-se de que aqueles que são assim tratados judicialmente obram inteiramente de baixo da sua responsabilidade.
Por exemplo, no caso de Faraó, ele agiu, até certo ponto, segundo a luz que possuía. Acontece o mesmo em todos os demais casos. O dever de prova recai, incontestavelmente, sobre aqueles que estão dispostos a argumentar com Deus acerca dos Seus juízos contra os que desprezam a verdade.

Rerison Brazão: