domingo, 24 de novembro de 2013

As várias divisões da linguagem figurada METÁFORA.ALEGORIA.FÁBULA 2° parte



Metáfora. A Bíblia é rica em lin­guagem metafórica. A metáfora afir­ma de modo inconfundível que uma coisa é outra totalmente diferente. O termo origina-se de dois vocábu­los gregos que significam estender. Um objeto é substituído a outro. Aqui temos dois exemplos do uso de me­táforas:

Pois o Senhor Deus é sol e es­cudo (Sl 84:11);

Ele é o meu refúgio e minha fortaleza (Sl 91:2).

Dessa forma, como pode ser observada, metáfora é um termo co­nhecido por nós "na área da experi­ência que faz sentido, e indica que determinado objeto, possuidor de propriedades especiais, transfere-as a outro objeto pertencente a uma área mais elevada, de modo que o anterior nos dá uma idéia mais com­pleta e realista das propriedades que o último deve ter". Nas passa­gens supracitadas, tudo o que é re­lacionado ao Sol, ao escudo, ao re­fúgio e à fortaleza é transferido para o Senhor. O Sol, por exemplo, é fon­te de luz, calor e poder. A vida na Terra depende das propriedades do Sol. Portanto, o Senhor como Sol é a fonte de toda a vida.
No evangelho de João não exis­tem parábolas propriamente ditas,
Mas há, entretanto, uma série de metáforas impressionantes como:


Eu sou o bom pastor (Jo 10:11).

Eu sou a videira verdadeira (Jo 15:1).

Eu sou a porta (Jo 10:7).

Eu sou o pão da vida (Jo 6:35).

Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).

Alegoria. Não é fácil distinguir entre parábola e alegoria. Esta úl­tima não é uma metáfora ampliada e dela difere por não comportar a transferência de qualidades e de propriedades. Tanto as parábolas como as metáforas abrangem ex­pressões e frases, servindo para des­vendar e explicar algumas verdades ocultas que não poderiam ser facil­mente compreendidas sem essa rou­pagem. Num verbete de Fairbairn sobre as "parábolas", em sua renomada Biblical enciclopaedia [Enciclopédia bíblica], ele diz: "A alegoria corresponde rigorosamen­te ao que se encontra na origem da palavra. E o ensinamento de uma coisa por outra, da segunda pela primeira; deve existir uma seme­lhança de propriedades, uma se­qüência de acontecimentos seme­lhantes de um lado e de outro; mas a primeira não toma o lugar da se­gunda; as duas se mantêm incon­fundíveis. Considerada dessa forma, a alegoria, em sentido mais amplo, pode ser tida como um gênero, do qual a fábula, a parábola e o que geralmente chamamos alegorias são espécies".
A. alegoria, explica o Dr. Graham Scroggie, "... é uma declaração de fatos supostos que aceita interpretação literal, mas ainda assim exige ou admite, com razão, interpretação moral ou figurada". A alegoria dife­re da parábola por conter aqueles menos mistérios e coisas ocultas que esta. A alegoria se interpreta por si só e nela "a pessoa ou objeto, ilus­trado por algum objeto natural, é imediatamente identificado com esse objeto". Diz o dr. Salmond: "Quando nosso Senhor conta a grande alego­ria da vinha, do agricultor e dos ra­mos, em que ensina aos seus discí­pulos a verdade sobre o relaciona­mento que ele próprio tinha com Deus, começa dizendo que ele pró­prio é a videira verdadeira e seu Pai, o agricultor (Jo 15:1).
Desejando uma melhor compre­ensão das figuras de linguagem men­cionadas na Bíblia, recomendamos ao leitor a obra de grande fôlego do Dr. E. W. Bullinger sobre o assunto, a qual, sem dúvida, é o melhor estu­do já feito sobre o método figurado empregado pela Bíblia. O Dr. Bullinger lembra que há grande con­trovérsia sobre a definição e signifi­cado exato de alegoria e declara que, na verdade, os símiles, as metáforas e as alegorias são todos baseados na comparação.

Símile é a comparação por se­melhança.
Metáfora é a comparação por correspondência.
Alegoria é a comparação por implicação.

Na primeira, a comparação é afirmada; na segunda, é substituí­da; na terceira, é subentendida. A alegoria é então diferente da pará­bola, pois esta é um símile continu­ado, enquanto aquela representa algo ou dá a entender que alguma coisa é outra.
Há uma alegoria a que Paulo se refere de modo inequívoco: "... Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a car­ne, mas, o que era da livre, por pro­messa. O que se entende por alego­ria..." (coisas que ensinam ou dizem mais do está escrito — v. Gl 4:22,24). Bullinger chega a provar que a ale­goria pode algumas vezes ser fictí­cia; no entanto, Gaiatas 4 mostra que uma história verdadeira pode ser alegorizada (ou seja, pode mostrar algum ensinamento além daquele que, na verdade, se observa), sem no entanto anular a verdade da histó­ria. A alegoria é sempre apresentada no passado e nunca no futuro. Dessa forma, distingue-se da profecia. A ale­goria oferece outro ensinamento com base nos acontecimentos do passado, enquanto a profecia trata de aconte­cimentos futuros e corresponde exa­tamente ao que se diz.
Hillyer Straton, em seu A guide to the parables of Jesus [Guia das parábolas de Jesus], comenta que "a alegoria é uma descrição codificada. Ela personifica coisas abstratas; não põe uma coisa ao lado da outra, mas faz a substituição de uma pela outra. Cada aspecto da alegoria se tor­na importante". O dr. Straton, então, acaba por citar a mais famosa ale­goria de toda a literatura, O peregri­no, em que John Bunyan usou a sua imaginação notavelmente fértil para ressaltar a verdade da peregrinação cristã.


Fábula. A fábula é uma narração fictícia que pretende ilustrar um princípio ou uma verdade (Jz 9:8-15; 2Rs 14:9). A missão primordial da fábula é reforçar o conceito da pru­dência. A fábula, usada poucas ve­zes nas Escrituras, está a quilôme­tros de distância da parábola, em­bora uma possa, em alguns momen­tos, ser semelhante à outra nos as­pectos externos. Comparando qual­quer das fábulas de Esopo com as parábolas de Jesus, percebe-se que a fábula é um tipo inferior de lingua­gem figurada e trata de assuntos menos elevados. Está associada à terra e focaliza a vida e os negócios comuns a todos. Tem por função transmitir lições de sabedoria pru­dente e prática e gravar nas mentes dos ouvintes as virtudes da prudên­cia, da diligência, da paciência e do autocontrole. Também trata do mal como loucura e não como pecado, além de ridicularizar as falhas e des­denhar os vícios, escarnecendo deles ou os temendo. Essa é a razão por que a fábula faz grande uso da ima­ginação, dotando plantas e animais de faculdades humanas, fazendo-os raciocinar e falar. A parábola, no entanto, age numa esfera mais su­blime e espiritual e nunca se permi­te a zombaria ou a sátira. Tratando das verdades de Deus, a parábola é naturalmente sublime, com ilustra­ções que correspondem à realidade—nunca monstruosas ou anti-natu-rais. Na parábola, nada existe con­tra a verdade da natureza. Fairbairn diz: "A parábola tem um objetivo mais admirável [...] A parábola po­deria tomar o lugar da fábula, mas não o contrário". Desejando informa­ções acerca da narrativa mítica, o leitor deve ler o parágrafo "Os mi­tos", de Trench.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

TEMA : A MULHER VIRTUOSA PV 31:10


PV 31,10 FALA DÁ MULHER VIRTUOSA E O SÁBIO SALOMÃO FAZ 

REFERENCIA Á ELA COMO UMA JOIA RARA ELE PERGUNTA QUEM O 

ACHARÁ? E ELE COMEÇA Á ATRIBUIR AS DEVIDAS QUALIDADES E

E ÉÁ 1) DESSAS QUALIDADES É QUE ELA INSPIRA CONFIANÇA VS 

11. 2) ELA CONQUISTA ISTO É ELA VAI Á LUTA. VS 11 AINDA 3)

ELA LHE FAZ BEM VS 12. 4) ELA TEM PRAZER EM TRABALHAR VS 

13. EM FIM. SÃO TANTAS VIRTUDES E VALORES QUE LHE É 

ATRIBUÍDAS Á ESSA MULHER E É IMPORTANTE VER QUE O 

MARIDO RECONHECE OS SEUS VALORES O QUE MOSTRA UMA 

COMBINAÇÃO QUE FORTALECE O RELACIONAMENTO QUE DEUS 

ABENÇOE Á TODOS AMEM    

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

LIÇÕES BÍBLICAS DO 1º TRIMESTRE/2014: UMA JORNADA DE FÉ - A FORMAÇÃO DO POVO DE ISRAEL E SUA HERANÇA ESPIRITUAL



Comentarista: Antonio Gilberto

Temas Semanais:

1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito
2 - Um Libertador para Israel
3 - As pragas Divinas e as Propostas Ardilosas de Faraó
4 - A Celebração da Primeira Páscoa
5 - A Travessia do Mar Vermelho
6 - A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai
7 - Os Dez Mandamentos do Senhor
8 - Moisés - sua Liderança e seus Auxiliares
9 - Um Lugar de Adoração a Deus no Deserto
10 - As Leis Civis Entregue por Moisés aos Israelitas
11 - Deus Escolhe Arão e seus Filhos para o Sacerdócio
12 - A Consagração dos Sacerdotes
13 - O Legado de Moisés



domingo, 10 de novembro de 2013

As várias divisões da linguagem figurada 1° paparte 2° parte falaremos de METÁFORA, ALEGORIA. FÁBULA. TIPO

As várias divisões da linguagem figurada




São várias as figuras de lingua­gem que a Bíblia emprega, e todas são necessárias para ilustrar verda­des divinas e profundas. Como nos­sa tendência é agrupar todas essas palavras sem distinguir umas das outras, cada forma, parece-nos, me­rece atenção especial. Benjamin Keach, na sua obra antiga e um tan­to difícil, The metaphors [As metáfo­ras], apresenta uma dissertação introdutória a respeito da distinção de cada figura de linguagem. Há também o capítulo sobre "As figuras de linguagem da Bíblia", do Dr. A. T. Pierson. Insisto com o leitor para que leia a obra de Trench, de elevada perícia, On the definition of the parable [Sobre a definição da pará­bola] , em que diferencia a parábola da alegoria, da fábula, do provérbio e do mito.

Símile. O vocábulo símile signifi­ca parecença ou semelhança, exemplificado no Salmo dos dois homens: "Será como a árvore plan­tada junto a ribeiros de águas [...] Os ímpios [...] são como a moinha que o vento espalha" (Sl 1:3,4).
O símile difere da metáfora por ser apenas um estado de semelhança, enquanto a metáfora transfere a representação de forma mais vigo­rosa, como podemos ver nestas duas passagens: "Todos os homens são como a erva, e toda a sua beleza como as flores do campo. Seca-se a erva, e caem as flores..." (Is 40:6,7); "Toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Seca-se a erva, e cai a sua flor..." (lPe 1:24).
No símile, a mente apenas repou­sa nos pontos de concordância e nas experiências que se combinam, sem­pre alimentadas pela descoberta de semelhanças entre coisas que dife­rem entre si. O Dr. A. T Pierson ob­serva que "a parábola autêntica é, no uso das Escrituras, um símile, geralmente posto em forma de nar­rativa ou usado em conexão com al­gum episódio". Portanto, parábolas e símiles se parecem.

Provérbio. Ainda que os princí­pios da parábola estejam presentes em alguns dos pequenos provérbios, das declarações proféticas enigmá­ticas e das máximas enigmáticas da-Bíblia (ISm 10:12; SI 78:2; Pv 1:6; Mt 24:32; Lc 4:23), no entanto, diferem do provérbio propriamente dito, que é em geral breve, trata de assuntos menos sublimes e não se preocupa em contar histórias. Os apócrifos re­únem parábolas e provérbios num só grupo: "Os países maravilhar-se-ão diante de seus provérbios e parábo­las"; "Ele buscará os segredos das sentenças importantes e estará fa­miliarizado com parábolas enigmá­ticas" (Ec 47:17; 39:3).

Embora parábola e provérbio se-jam termos permutáveis no NT, Trench ressalta "que os chamados provérbios do evangelho de João ten­dem a ter muito mais afinidade com a parábola do que com o provérbio, e são de fato alegorias. Dessa forma, quando Cristo demonstra que o re­lacionamento dele com o seu povo se assemelha ao pastor com as ovelhas, tal demonstração é denominada provérbio, embora os nossos tradu­tores, mais fiéis ao sentido que o autor pretendia, a tenham traduzi­do por parábola (Jo 10:6). Não é di­fícil explicar essa troca de palavras. Em parte deve-se a um termo que no hebraico significa ao mesmo tem­po parábola e provérbio". (Cf. Pv 1:1 com ISm 10:12 e Ez 18:2.) De modo geral, provérbio é um dito sábio, uma expressão batida, um adágio.