domingo, 10 de novembro de 2013

As várias divisões da linguagem figurada 1° paparte 2° parte falaremos de METÁFORA, ALEGORIA. FÁBULA. TIPO

As várias divisões da linguagem figurada




São várias as figuras de lingua­gem que a Bíblia emprega, e todas são necessárias para ilustrar verda­des divinas e profundas. Como nos­sa tendência é agrupar todas essas palavras sem distinguir umas das outras, cada forma, parece-nos, me­rece atenção especial. Benjamin Keach, na sua obra antiga e um tan­to difícil, The metaphors [As metáfo­ras], apresenta uma dissertação introdutória a respeito da distinção de cada figura de linguagem. Há também o capítulo sobre "As figuras de linguagem da Bíblia", do Dr. A. T. Pierson. Insisto com o leitor para que leia a obra de Trench, de elevada perícia, On the definition of the parable [Sobre a definição da pará­bola] , em que diferencia a parábola da alegoria, da fábula, do provérbio e do mito.

Símile. O vocábulo símile signifi­ca parecença ou semelhança, exemplificado no Salmo dos dois homens: "Será como a árvore plan­tada junto a ribeiros de águas [...] Os ímpios [...] são como a moinha que o vento espalha" (Sl 1:3,4).
O símile difere da metáfora por ser apenas um estado de semelhança, enquanto a metáfora transfere a representação de forma mais vigo­rosa, como podemos ver nestas duas passagens: "Todos os homens são como a erva, e toda a sua beleza como as flores do campo. Seca-se a erva, e caem as flores..." (Is 40:6,7); "Toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Seca-se a erva, e cai a sua flor..." (lPe 1:24).
No símile, a mente apenas repou­sa nos pontos de concordância e nas experiências que se combinam, sem­pre alimentadas pela descoberta de semelhanças entre coisas que dife­rem entre si. O Dr. A. T Pierson ob­serva que "a parábola autêntica é, no uso das Escrituras, um símile, geralmente posto em forma de nar­rativa ou usado em conexão com al­gum episódio". Portanto, parábolas e símiles se parecem.

Provérbio. Ainda que os princí­pios da parábola estejam presentes em alguns dos pequenos provérbios, das declarações proféticas enigmá­ticas e das máximas enigmáticas da-Bíblia (ISm 10:12; SI 78:2; Pv 1:6; Mt 24:32; Lc 4:23), no entanto, diferem do provérbio propriamente dito, que é em geral breve, trata de assuntos menos sublimes e não se preocupa em contar histórias. Os apócrifos re­únem parábolas e provérbios num só grupo: "Os países maravilhar-se-ão diante de seus provérbios e parábo­las"; "Ele buscará os segredos das sentenças importantes e estará fa­miliarizado com parábolas enigmá­ticas" (Ec 47:17; 39:3).

Embora parábola e provérbio se-jam termos permutáveis no NT, Trench ressalta "que os chamados provérbios do evangelho de João ten­dem a ter muito mais afinidade com a parábola do que com o provérbio, e são de fato alegorias. Dessa forma, quando Cristo demonstra que o re­lacionamento dele com o seu povo se assemelha ao pastor com as ovelhas, tal demonstração é denominada provérbio, embora os nossos tradu­tores, mais fiéis ao sentido que o autor pretendia, a tenham traduzi­do por parábola (Jo 10:6). Não é di­fícil explicar essa troca de palavras. Em parte deve-se a um termo que no hebraico significa ao mesmo tem­po parábola e provérbio". (Cf. Pv 1:1 com ISm 10:12 e Ez 18:2.) De modo geral, provérbio é um dito sábio, uma expressão batida, um adágio.

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