quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A falsa e a verdadeira interpretação da parábola:




Antes de iniciarmos, deve-se dis­pensar especial atenção a um prin­cípio fundamental, qual seja: a parábola precisa ser considerada no todo, como algo que ilustra ou real­ça alguma verdade central, obriga­ção ou princípio no governo divino, e as suas diferentes partes somente servem, em certo sentido, para cres­cer e se desenvolver. è de suma im­portância procurar saber com certe­za a real esfera de ação e o objeto da parábola.

Além do mais, é necessário exa­minar com cuidado e observar a re­lação da parábola com o ambiente em que foi produzida e com a situa­ção dos seus ouvintes, a fim de que se chegue o mais próximo possível da verdade que ela revela. Lisco diz: "Para que a parábola seja explicada e aplicada, primeiramente precisa­mos examinar sua relação com o que a precede e a segue, e descobrir, com base nisso, antes de qualquer outra coisa, a sua idéia principal. Enquan­to não chegarmos a esse ponto cen­tral, a esse cerne da parábola, da maneira mais precisa e conclusiva — para isso examinando de modo aten­to e reiterado o assunto e as circuns­tâncias dessa parábola—, nem pre­cisamos nos ocupar do significado de qualquer de seus integrantes, uma vez que cada um deles só pode ser corretamente compreendido toman­do por base esse ponto central.

O objetivo principal da parábola pode ser deduzido com base numa exposição mais genérica ou mais es­pecífica, quando não do objetivo pri­mordial do narrador, que se pode depreender quer da abertura, quer da conclusão. Por exemplo, observe o que vem antes e depois da parábo­la da Vinha do Senhor e da do Rico e Lázaro. Quanto a esse aspecto, uma leitura atenta do capítulo "The settingof parables" ["O ambiente das parábolas"], de Ada R. Habershon, ajudará o leitor.

Muito já se escreveu sobre a in­terpretação da parábola. Ela tem sofrido bastante com as várias interpretações errôneas. Tomemos primeiro as más interpretações. Quanto abuso tem havido no uso das parábolas! Muitos são culpados de aplicar certas parábolas de for­ma artificial e de forçar um signifi­cado que os seus autores jamais so­nharam! Há dois extremos que de­vem ser evitados na interpretação da parábola. Um extremo é dar-lhe muita importância —o outro é atribuir-lhe pouca importância. Cumming, em seu livro Lectures [Preleções], tratou desse erro duplo desta forma:

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