terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O ÚLTIMO PORTA-VOZ DO MESSIAS


MALAQUIAS:                 Introdução 

Nos dias de Malaquias, a volta dos judeus da Babilônia já era fato histórico do tempo dos avós. Os octogenários ainda se lembravam com emoção da dedicação do templo reconstruído, e os poucos centenários contavam a história inolvidável da volta à cidade arruinada. A história épica da chegada dos judeus em Jerusalém em 537 a.C, onde o famoso templo de Salomão jazia em escombros, desde o seu saque impiedoso em 587 a.C. pelas forças babilônicas, estava escrita indelevelmente na memória do povo de Israel. Os avós não cansavam de narrar para os netos como eles arregaçaram as mangas e começaram a reconstruir a cidade santa e o santuário de Deus, não obstante a hostilidade aberta dos seus inimigos. Com a ajuda do Senhor, a obra foi levada a cabo depois de esforços ingentes, e o povo heróico, com lágrimas nas faces, contemplou a beleza fulgurante do segundo templo, o de Zorobabel. Completou-se em 516 a.C, exatamente 70 anos depois da destruição do primeiro, conforme a palavra do Senhor.
A volta foi acompanhada por uma renovação espiritual de notável vigor. Os sacerdotes pregavam a necessidade imperiosa de uma vida santificada. A leitura pública da Palavra de Deus durante horas inteiras tornou-se popular. Nunca mais seria o povo de Israel réu da idolatria. A justiça prevalecia e todos trabalhavam para a causa com espírito abnegado.
No entanto, com a passagem do tempo, o fervor da renovação se perdeu, e o elevado padrão moral cessou de dominar a maioria. Sessenta anos depois da dedicação do segundo templo, a terceira geração de crentes se acomodara às práticas religiosas, sem se importar tanto para a vida interior. As lutas do passado eram lembradas principalmente pelos avós. A nova geração de netos via as coisas sob um novo prisma. Tendo o templo restaurado, e os cultos estabelecidos normalmente, que mais precisavam fazer?
Entre os mais antigos sempre se falava da vinda do Messias, que iria garantir a supremacia indisputa dos judeus permanentemente. Mas a sua vinda demorava. E com a demora, o fervor religioso da nova geração decrescia. Não é que os cultos não fossem freqüentados. Tudo corria com um programa bem elaborado, segundo reza a lei. E que o povo não praticava mais a religião pessoal com tanto afã. Por conseguinte, os alicerces do lar começaram a ruir. O divórcio estava se tornando mais comum entre o povo da aliança. Tornou-se socialmente aceitável no arraial dos crentes um segundo casamento com uma das belas mulheres estrangeiras que não seguiam ao Senhor. Os avós achavam que tudo estava muito mudado desde os grandes dias de Daniel, de Ezequiel, e dos demais gigantes da fé.
Nessa época de fé acomodatícia, e de valores tradicionais questionados, vivia Malaquias, o último dos profetas do Velho Testamento. O seu nome significa em hebraico "Meu Mensageiro". O nome não ocorre em nenhum outro livro da Bíblia, somente neste que leva o seu nome. é bem possível que seja um pseudônimo, como opinam São Jerônimo, Calvino e outros.
O leitor nota com facilidade o estilo indutivo do autor. O livro de quatro capítulos contém nada menos que 27 perguntas. Em diversos trechos do livro, Deus fala diretamente com Israel na primeira pessoa, num diálogo profundamente pessoal. Malaquias enfatiza a aliança sagrada entre Deus e o seu povo. Nove vezes ele menciona o nome sacrossanto de Deus.

O povo que voltou do exílio babilônico esperava a prosperidade material como recompensa pela sua obediência em voltar. Isso não ocorreu, e por conseguinte muitos sentiram que a busca de Deus era perda de tempo (3.14). Malaquias se dirigiu a este e a outros problemas espirituais. Depois da sua mensagem, seguiu-se um silêncio de quatro séculos, no período chamado intertestamentário. Por mais de 400 anos o povo de Israel esperou o cumprimento do recado profético de Malaquias. Aconteceram as horrendas guerras dos Macabeus, mas o Messias não surgiu da famosa família Macabeu. Rompeu-se o silêncio com João Batista, com a voz daquele que clamou no deserto: "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Mt 3.3). Malaquias previu a vinda do precursor, a quem aplicou o sugestivo título do livro: "Meu Mensageiro".

O Amor do Senhor (Cap. 1)            1º parte 
Os Líderes Reprovados (Cap. 2)    2] parte 
O Juízo do Senhor (Cap. 3)            3º parte
O Encontro com Deus (Cap. 4)      parte final


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