quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O ÚLTIMO PORTA-VOZ DO MESSIAS: (1º parte) "O Amor do Senhor"

                                                 O Amor do Senhor (Cap. 1)

Malaquias proferiu sua mensagem aos seus contemporâneos no estilo tradicional dos grandes profetas do passado. Era profecia contra Israel! (1.1). Israel, apesar de tanto sofrer no exílio, não aprendera a lição espiritual. A desobediência a Deus acarreta infalivelmente o sofrimento e o juízo divino. Mesmo assim, Malaquias reafirmou logo de início que Deus ama o seu povo. "Eu vos tenho amado", diz o Senhor. Isto, sim, é uma boa nova em todos os séculos: apesar dos pesares, Deus nos ama. Quão trágico é quando o povo eleito nutre dúvidas quanto a esse amor infinito! "Em que nos tem amado?", inquiriu Israel. Como se não bastasse Deus tê-lo libertado da escravidão da Babilônia, Israel ficou insatisfeito, desejando uma prosperidade maior. Deus devia dar muito mais! Assim raciocinava a terceira geração de crentes. Davam mais valor às coisas materiais, negligenciando as espirituais.
A escolha de Deus se entende nestes termos. Esaú, o primogênito, foi rejeitado, e Jacó aceito. Deus indaga: "Não foi Esaú irmão de Jacó? Todavia, amei a Jacó" (1.2). Toda a história subseqüente da descendência de Esaú se explica pelo sistema de valores dele. No palco deste mundo, a vida humana interpreta os princípios fundamentais da Bíblia, os quais a história das nações corrobora. Edom (1.4), terra dos descendentes de Esaú, nunca poderia inverter as conseqüências dos princípios estabelecidos pelo eterno Deus.
Israel achou muito certo o julgamento de Edom, por ter se unido à Babilônia contra Israel, no tempo da queda de Jerusalém. O povo achava certo que Deus julgasse Edom conforme os seus estatutos inquebráveis, mas não se conformava com a idéia de que seria justo o julgamento de Israel pelas mesmas leis. E sempre mais cômodo apelar para o juízo divino contra "os pecadores": os corruptos, os tubarões, os lascivos, mas nunca contra nós! O mesmo Deus que julgará o mundo, também chamará a igreja ao tribunal de Cristo (Rm 14.12). São poucas as pregações baseadas em 1 Coríntios 3.15! O povo de Deus não quer saber do julgamento do Senhor para si, só para os outros. Todo verdadeiro profeta adverte o povo de Deus, tanto como "os pecadores", que seremos todos julgados.
Em Israel, todo o mundo sabia repetir de cor os dez mandamentos. O primeiro mandamento com promessa é o quinto: "Honra a teu pai e a tua mãe". Através do seu servo Malaquias Deus se queixou dos dirigentes do povo que se diziam ser "os filhos de Deus". Se Deus era de fato o pai deles, como se explicava a triste verdade que eles não lhe davam a honra que merecia? Os filhos de Deus não estavam dando honra ao Pai do céu! (1.6). Fingindo inocência, lhe replicaram: "Em que desprezamos nós o teu nome?" Neste diálogo com o Senhor, Deus apontou para o tipo de animal que eles lhe ofereciam como sacrifício. Animais coxos e enfermos eram trazidos, que eles nunca ousariam oferecer ao digníssimo governador do estado de Israel. Vinham assim indignamente à mesa do Senhor (1.7). No Novo Testamento, Paulo indica o mesmo perigo: "Examine-se pois o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si (1 Co 11.28, 29). Em todas as épocas existe o perigo de pecar contra o Senhor pela maneira como o cultuamos. Não é verdade que em geral há muita irreverência, muita superficialidade e até leviandade nos cultos mais solenes? A Igreja de hoje se assemelha ao povo de Israel nisso, que em bom número de casos está disposta a adotar atitudes de mais respeito e honra para com a presença de chefes políticos do que para a celebração da santa ceia do nosso Senhor Jesus Cristo. Com franqueza perturbadora, Deus declarou a Israel: "Eu não tenho prazer em vós" (1.10).
A falta de reverência em Israel levou o Senhor a afirmar que Seu nome é grande entre as nações (1.11). Se Israel não satisfizer o coração do seu Deus, ele chamará os desprezados pagãos, os gentios, para que o honrem. Mais uma vez, a promessa da entrada dos gentios no plano da salvação é revelada. Os planos divinos não admitem a menor possibilidade de fracasso. Se Israel falhar na sua missão, então Deus levantará os gentios para cumprir a sua invencível vontade. E se uma igreja qualquer não cumprir a vontade dele, ele suscitará outra para fazê-la.

é evidente que nos dias de Malaquias os netos dos crentes que saíram da escravidão babilônica eram de outra laia. Os avós ainda choravam de gratidão, lembrando os primeiros cultos maravilhosos, e os grandes sacrifícios oferecidos em Jerusalém, reerguida dos escombros. Era uma salvação tão grande! Mas, agora, os netos, acomodados, achavam os cultos enfadonhos. Não agüentavam as pregações que os velhos apreciavam tanto. Bocejavam no culto, anelando o fim, resmungando: "Que canseira!" (1.13) Discordavam altaneiramente com muita coisa, e davam muxoxos de desaprovação. "E me lançais muxoxos, diz o Senhor dos Exércitos". Nas ofertas, o que se dava não representava o melhor. Dava-se um pouco, do que a gente não sentia falta. Que contraste com o sacrifício desmedido dos avós, que tudo deram para reconstruir o testemunho! E possível contribuir para a obra do Senhor e ser enganador! Quando a cédula de Cr$ 500,00 é da mesma cor da de Cr$ 5.000,00 é fácil ... E Deus diz: "Maldito seja o enganador" (1.14). Ananias e Safira aprenderam esta verdade séculos depois de Malaquias. Pois Deus é um grande Rei! É o Senhor dos exércitos. E seu nome é terrível.

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