Os Líderes Reprovados ( Cap. 2
O exílio de 70 longos anos
foi o cumprimento da palavra de Deus. Já no tempo de Moisés, uns 700 anos
antes. Deus tinha estabelecido o princípio de que a obediência traz a bênção
divina, enquanto que a desobediência acarreta a maldição (Dt 28. 2, 15). A lei
adverte especificamente a respeito do exílio: "O Senhor vos espalhará
entre todos os povos" (Dt 28.64). Na Babilônia, cumpriu-se ao pé-da-letra
essa profecia severa. Menos de cem anos depois da volta do exílio, Deus é
obrigado a advertir o seu povo novamente sobre a maldição (2.2). Era necessário
que o povo de Israel aprendesse a verdade que ele poderia perder a sua bênção
pela segunda vez. Achavam que o mais importante era o culto, mas Deus, como
sempre, se preocupava com o coração.
Deus se lembrou dos
sacerdotes do passado que eram homens de Deus com quem ele mantinha uma aliança
de vida e de paz (2.5). Eles ensinavam a verdade, e suas vidas eram retas. Mas
a nova geração de líderes espirituais não era tão consagrada. Tinham se
desviado do caminho (2.8). Em nossos dias também não é tão incomum o triste
espetáculo de líderes cujas vidas não correspondem mais às elevadas normas
evangélicas. Pastores e missionários desviados violam a aliança, e fazem
tropeçar a muitos (2.8). Todo servo do Senhor deve ser realmente
"Mensageiro do Senhor" (2.7), como foi o último profeta do Velho
Testamento.
Deus queixou-se contra a
parcialidade dos seus pastores na aplicação da lei (2.9). Certa vez eu fui
cientificado de um caso de adultério cometido por um crente de uma igreja no
sertão. Quando falei com o pastor a respeito, este não quis fazer nada. Como
desculpa disse que diversos oficiais da igreja estavam na mesma situação, e se
agisse contra eles, iria perdê-los! ... Deus declara ser desprezível e indigna
tal parcialidade.
Depois de falar aos líderes
espirituais, o Senhor se dirigiu ao povo. O abandono do cônjuge estava
ameaçando o desmoronamento do lar em Israel. Malaquias continuou apresentando
perguntas retóricas. Se Deus é realmente Pai e Criador, então, como filhos e
criaturas dele numa relação vertical, os israelitas deviam mostrar lealdade uns
para com os outros, na relação horizontal. O profeta antecipou-se ao apóstolo
João, que escreveu o seguinte: "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a
seu irmão, é mentiroso " (1 João 4.20). A infidelidade marital profana a
aliança com Deus (2.10). Os crentes em Israel estavam abandonando as esposas, e
contratando o segundo matrimônio com mulheres não convertidas, "adoradoras
de deuses estranhos". O casamento misto entre crente e descrente
ocasionara a eliminação da congregação (2.12). Nisto Malaquias confirmou a
disciplina praticada por seu contemporâneo Neemias (Ne 13. 23-26), e ensinada
mais tarde pelo apóstolo Paulo em 2 Coríntios 6.14: "Não vos ponhais em
jugo desigual com os incrédulos". Os judeus choravam e gemiam no culto
(2.13), mas "o chorar não salva". Deus quer a obediência da
fé. A verdade nua e crua é que a Bíblia não permite o divórcio para o seu povo.
Num casamento, a testemunha principal é o próprio Senhor (2.14). São feitos os
votos no seu santo nome. Por isso, o divórcio é perjúrio abominável. Malaquias
apelou para "o bom senso" do leitor (2.15). São inúmeros os exemplos
de sofrimento e de infelicidade causados pelo divórcio. As principais vítimas
são os filhos. Nos Estados Unidos o divórcio já atingiu 50% dos casamentos na
Califórnia. Torna-se cada vez mais comum encontrar pessoas divorciadas nas
igrejas norte-americanas. No Brasil a lei do divórcio está aí. Por isso, é
preciso escrever em manchetes a palavra de Malaquias 2.16: DEUS ODEIA O
DIVORCIO. Em palavras figuradas, o profeta fala do divórcio como ato de
violência. De fato, toda vítima do divórcio é violentada psicologicamente. Os golpes
psicológicos precedem à separação física. Eis porque a Bíblia repete a solene
exortação: "não sejais infiéis" (2.16).
Nenhum comentário:
Postar um comentário