sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O ÚLTIMO PORTA-VOZ DO MESSIAS parte 3º ( O Juízo do Senhor Ml Cap. 3)

O Juízo do Senhor ( Ml Cap. 3)
A religião vã, de palavras vazias, e divorciada da moral, desafia o Senhor Deus do juízo (2.17). Os judeus, voltados do exílio, esperavam o Messias como "Deus do juízo", que iria julgar as nações opressoras.
Antes da vinda do Senhor chegaria o "meu mensageiro" (no hebraico, Malaquias), e aqui há uma profecia que se refere a João Batista. O "anjo da aliança" se refere a Cristo. Os judeus sempre achavam que o Messias estaria do seu lado contra os inimigos pagãos. Na realidade sua vinda se tornaria insuportável para Israel, devido à desobediência deste. Malaquias prometeu um Messias que seria o refinador do seu povo (3.2). A igreja pode cair no mesmo erro, quanto à segunda vinda de Cristo. O Dia do Senhor anunciará o julgamento da igreja. A igreja, como Israel do passado, é responsável pela sua mordomia e dará contas ao Senhor no dia da vinda dele. Compete-nos no século XX dar ouvidos à pergunta de Malaquias: "Quem pode suportar o dia da sua vinda?"
Embora praticando a sua religião escrupulosamente, os judeus não tinham um testemunho coerente. O Senhor tinha que condenar diversos pecados no seio do seu povo. O espiritismo atraía alguns. O adultério era tolerado. Contratos eram quebrados. O salário mínimo não era pago. A obra social era negligenciada. Os estrangeiros eram explorados. E tudo isto pela simples razão que o povo de Deus não temia o Senhor. Ainda hoje o horóscopo, a zona, a exploração econômica, a mentira e o racismo minam o testemunho dos "filhos de Deus" que não temem o Juiz do mundo, que não muda (3.6). Tal pai, qual filho, os novos crentes estavam andando na devassidão. Negligenciavam a leitura da Palavra de Deus que contém os seus estatutos. Pecavam contra o Senhor mais ainda nisto, que estavam roubando-o (3.8). Segundo a lei de Moisés, o judeu devia dar o dízimo dos seus bens como oferta principal, e depois as ofertas voluntárias. O não dar o dízimo é roubo, pois pertence ao Senhor. Nunca pertencia àquele que ganha o salário. O homem não dá o dízimo. Ele o devolve. E mordomia. Para o judeu, toda transgressão da lei trazia uma maldição. Por ser o dízimo parte da lei, quem não entregava o dízimo caía automaticamente na maldição: "Com maldição sois amaldiçoados" (3.9).
O propósito de Deus é patente. Ele estabeleceu o dízimo como meio de cooperação com o homem, pelo qual ele pudesse abençoá-lo. Todo dizimista testifica o fato de que Deus é fiel. Quantas histórias comoventes provam a maravilhosa verdade que Deus, ainda hoje, abre as janelas do céu, e derrama bênçãos sem medida sobre aqueles que são fiéis na sua mordomia, dando 10% para a obra do Senhor!
Ao mesmo tempo, é importante lembrar que a lei do dízimo se aplicava a um povo terrestre do Senhor, e bênçãos terrestres lhe eram garantidas. A igreja é povo celeste, e as nossas bênçãos são principalmente celestiais (Ef 1.3). A prosperidade material não é garantida ao crente. A suficiência, sim. Paulo recomendou: "tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes" (1 Timóteo 6.8). Na sociedade de consumo, estamos realmente longe daquele contentamento apostólico. Deus abençoa materialmente conforme a situação e a necessidade de cada um de seus servos. O que é "suficiência" varia muito. Se Deus precisa de alguém em Copacabana, para evangelizar os cariocas, o "suficiente para este servo talvez seja bem diferente do de um evangelista em Xique Xique, alcançando o pessoal do Rio São Francisco.
Nunca se deve pensar no dízimo como uma apólice que assegura a prosperidade material. Não é "investimento". Muitos dizimistas fiéis têm sido chamados pelo Senhor a viver com menos recursos, e não mais. Foi precisamente a atitude materialista que Malaquias condenou nos judeus que diziam: "É inútil servir a Deus, Que nos aproveitou (isto é, materialmente) termos cuidado em guardar os seus preceitos?" (3.14). A religião dos judeus era um negócio: "quem pagasse o dízimo deveria ter um lucro maior nos negócios! " Como mencionado acima, não se dá o dízimo, pois o dízimo do salário nunca foi nosso; muito menos ele não se paga". O dízimo pertence sempre ao Senhor. Devolve-se o dízimo ao seu legítimo dono. Por esta razão, Deus não tem obrigação nenhuma de nos recompensar com bênçãos materiais por sermos honestos com a propriedade dele, a não ser a obrigação de cumprir a sua promessa graciosa.
Os contemporâneos de Malaquias queixavam-se do fato de que os descrentes, nada dando ao Senhor, prosperavam materialmente, sem sofrerem castigo: "felizes os soberbos"; que felicidade! (3.15). Quem rouba a Deus não é capaz de amá-lo. Em contraste, os fiéis falam bem dele constantemente. Deus grava a sua conversa como memorial. Aquele que ama ao Senhor, que contribui materialmente para a causa do Evangelho com alegria, é considerado o "particular tesouro" do Senhor, tornando-se objeto do seu amor e proteção (3.17). Só o Dia do Juízo revelará quem foi fiel, e quem foi mesquinho, na mordomia do dízimo do Senhor.

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