sábado, 4 de agosto de 2018

O pecado de Nadabe e Abiú:


De que natureza foi o pecado destes dois filhos de Aarão? Parece que acenderam seus incensários não com fogo do altar de holocaustos mas com fogo comum. Deveriam ter tomado fogo do altar, pois este foi enviado por Deus (16:12; Números 16:46). Possivelmente haveria inveja e rivalidade entre eles porque ambos os jovens ofereceram incenso simultanea­mente. O sumo sacerdote ou um sacerdote comum podia oferecê-lo, mas parece que não se permitiam que dois oficiassem juntos (Lucas 1:9). Demonstraram descuido das indicações concernentes ao culto e além disso irreverência e presunção ao fazer o que bem lhes parecia. Prestaram culto a Deus de uma forma não autorizada por ele. Esqueceram-se de que a glória e a bênção de Deus desciam sobre o tabernáculo mediante a condição em parte de uma cuidadosa atenção prestada às instituições divinas no tocante à sua construção. Além disso, parece que haviam tomado vinho antes de ministrar, e assim perderam sua capacidade de discernir entre o santo e o profano (8— 11). Daí em diante os sacerdotes não tiveram permissão para tomar vinho antes de ministrar as coisas sagradas.
2.  A severidade do castigo: Foi o castigo demasiado severo? Os sacerdotes acabavam de ser investidos da autoridade sacerdotal e de presenciar a glória de Deus. Se descuidaram as instruções de Deus no princípio, que fariam no futuro? Sendo sacerdotes, deveriam ter sido mais responsáveis. Seu ato envolveu toda a nação, pois eram seus representantes. Finalmente, a nação era muito jovem e acabava de ser inaugurada a dispensação do antigo concerto. Israel precisava apren­der que Deus é santo e que o homem não pode fazer a sua própria vontade e continuar a agradar-lhe. A igreja primitiva teve de aprender a mesma lição no caso de Ananias e Safira.
3. Lições práticas:
a)  Aos ministros se ensina que devem ter reverência, respeito e cuidado ao cumprir as instruções e os requisitos divinos. Nem o ofício divino em si, nem o êxito ministerial são escusa para descuidar as coisas espirituais.
b)  Fica ilustrada a relação entre privilégio e responsabilidade: "A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá" (Lucas 12:48).
c)  Ensina-se quão grave é, à vista de Deus, substituir as coisas sagradas pelas carnais. Ao longo da história da igreja os homens têm substituído o evangelho simples com a tradição, o culto de coração com os ritos, a revelação com o racionalismo, o evangelho de salvação com o evangelho de boas obras e o fogo do Espírito Santo com o fogo da paixão religiosa.
d)  O posto sagrado está acima das relações humanas mais íntimas. Aarão tinha de deixar todo sinal de luto para demonstrar sua lealdade a Deus.
e)  Nenhuma pessoa é indispensável. A metade dos sacerdotes daquele tempo foi tirada, mas o culto do tabernáculo continuava.

Rerison Brazão:

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