Tesouro
a preço de sangue. Após
tratar dos que claramente rejeitaram a Cristo, Pedro focaliza os privilégios
e a posição dos que o abraçaram como Salvador. Devem agora viver o real valor
da nova vida (lPe 2:5; Cl 3:3,5). Todos os gloriosos direitos do antigo Israel
pertencem em sentido mais pleno aos que agora são o verdadeiro Israel de Deus.
1. Geração eleita. Os redimidos foram
escolhidos em Deus e por Deus antes da fundação do mundo. A fonte da nossa
eleição e redenção está no desígnio de Deus. "Eram teus." Mas a nova
raça ou geração não é fruto da descendência física. Somos nova criação em
Cristo Jesus.
2. Sacerdócio real. Graças ao relacionamento
com o Rei, que foi crucificado, somos "reino e sacerdotes". Pela graça
fomos feitos "reino e sacerdotes para o seu Deus" (Ap 1:6).
3.
Nação santa. O mundo não constitui "nação santa". O antigo
Israel era nação santa quando estava junto ao monte Sinai; mas prostituiu-se em
seus privilégios e tornou-se nação degradada e dividida. Pela obra redentora
de Cristo, todos os santos formam a sua nação ou povo consagrado.
4.
Povo adquirido. O termo "adquirido" significa que o povo é de
sua propriedade ou para seu uso especial (Ex 20:5). O termo traduzido por
"adquirido" na realidade significa "acima de tudo" e era
comum à vida secular dos romanos. A lei e os costumes permitiam que os
escravos adquirissem propriedades particulares por habilidades ou recursos próprios.
Se acumulasse uma soma considerável, o escravo poderia conquistar a liberdade
e assim ascender a altas posições. As economias desse escravo (chamadas em
latim peculium), sua verdadeira posse, eram direito assegurado por lei.
A figura de linguagem usada por Pedro revela o tipo de propriedade que Deus se
apraz em exigir com respeito àqueles que adquiriu de volta para si depois de
terem sido escravos do pecado. Todos, salvos por sua graça, são agora seu
estimado tesouro.
Outras
sementes do Mestre que Pedro desenvolve são a de Cristo como Pedra
e de sua Igreja como templo ou casa espiritual (lPe 2:4-8). Além
disso, como podemos ver, Pedro apreciava muito explicar suas figuras de
linguagem, o que mostra quão intimamente andou nos passos de Cristo. APedra à
qual nos achegamos não é morta, mas viva, o próprio Jesus que se
autodenominou a Pedra. Todos os seus tornam-se "pedras vivas",
polidas à semelhança de um palácio (SI 144:12; ICo 3:9). Juntas, as pedras
vivas formam a "casa espiritual", edifício que o tempo não pode deteriorar
nem destruir.
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