sábado, 21 de janeiro de 2017

A Grandeza do Apóstolo Paulo 2º PARTE

A Grandeza do Apóstolo Paulo

QUEM há de orar por nós, desde que Paulo partiu? Estes que são os imitadores de Paulo.
Apenas nos consideremos dignos de tal intercessão a fim de que não seja que ouçamos só a voz de Paulo aqui, mas que, no futuro, quando tivermos partido, sejamos também contados dignos de ver o lutador de Cristo. Ou, antes, se o ouvirmos aqui. certamente o veremos no outro mundo, se não perto dele, ainda o veremos com certeza, brilhando perto do trono do Rei. Onde os querubins cantam a glória, onde voam os serafins, lá veremos Paulo, com Pedro, e como chefe e líder do coro dos santos, e desfrutaremos seu amor generoso. Pois se quando estava aqui ele amava tanto os homens, que, tendo a escolha de partir e estar com Cristo, escolheu ficar aqui, muito mais ali ele mostrará um afeto mais caloroso.
Eu amo Roma até por isso, embora tenha-se de fato outra base para louvá-la, por sua grandeza, antigüidade, beleza, população nu­merosa, poder, riqueza e sucessos na guerra. Mas deixei passar tudo, e a estimo abençoada por conta disto: que em sua vida ele lhes escre­veu, amou-os tanto, falou com eles enquanto estava conosco e sua vida chegou a um fim ali. Portanto, a cidade é mais notável sob este aspecto do que sob todos os outros juntos. E como corpo grande e forte, tem como dois olhos brilhando os corpos desses santos. O céu não é tão luminoso, quando o sol envia seus raios, como é a cidade de Roma enviando estas duas luzes a todas as partes do mundo. Daquele lugar Paulo será tomado, como também Pedro. Apenas con­sidere e estremeça com o pensamento de que visão Roma verá, quan­do Paulo surgir de repente daquele depósito, junto com Pedro, e for elevado para o encontro com o Senhor. Que rosa Roma enviará para Cristo! Que duas coroas a cidade terá! Com que correntes douradas ela será cingida! Que fundações possuem! Portanto, eu admiro a cida­de, não pelo muito ouro, nem pelas colunas, nem por outro aparato ali encontrado, mas por estes pilares da Igreja.

O que seria se me fosse dado lançar-me em volta do corpo de Paulo, ser cravado ao túmulo e ver o pó daquele corpo que "supria o que estava faltando" de Cristo, que trazia "as marcas", que semeou o Evangelho em todos os lugares, sim, o pó daquele corpo pelo qual ele andou por todos os lugares! O pó daquele corpo pelo qual Cristo falou e a luz brilhou mais luminosa que um raio, e a voz saiu (mais terrível que um trovão para os demônios!), pelo qual ele arti­culou aquela voz abençoada, dizendo: "Eu mesmo poderia desejar ser amaldiçoado, por meus irmãos", com a qual ele falou: "Perante reis, eu não me envergonhei", com a qual viremos a conhecer Pau­lo, com a qual também viremos a conhecer o Mestre de Paulo. Não nos é tão terrível o trovão, como foi essa voz aos demônios! Pois se eles estremeciam ao ver as roupas dele, muito mais estremeciam diante de sua voz. Esta voz os levou cativos, limpou o mundo, pôs um basta às doenças, expulsou vícios, elevou a verdade bem alto, fez Cristo cavalgar sobre ela e em todos os lugares saiu com ele; e como de querubim era a voz de Paulo, pois assim como o querubim estava assentado sobre esses poderes, assim ele estava na língua de Paulo. Porque tinha se tornado merecedor de receber Cristo falando somente as coisas que eram aceitáveis a Cristo, e voando como serafim a alturas indizíveis! Pois que mais sublime do que aquela voz que diz: "Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o pre­sente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!" (Rm 8.38,39)? Que remígios este discur­so não parece ter a vocês? Que olhos? Era devido a isso que ele disse: "Porque não ignoramos os seus ardis" (2 Co 2.11). Por causa disso, os demônios não só fogem ao ouvi-lo falar, mas até ao verem as suas roupas.

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