A peregrinação
de Israel no deserto até o Sinai
Introdução
gostaria de despertar interesse por ele no coração
do leitor, para que o estudasse, por si mesmo, com oração, desde a primeira vez
que o encontramos nas Escrituras até chegar àquela consoladora declaração:
"Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e
eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E
Deus limpará de seus olhos toda a lágrima"(Ap 21:3-4).
A Partida para o Deserto
"Depois, fez
Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur, e
andaram três dias no deserto; e não acharam águas" (versículo 22). E
quando entramos na experiência do deserto que somos postos à prova, a fim de
que se manifeste até que ponto conhecemos Deus e o nosso próprio coração. O
princípio da nossa vida cristã é acompanhado por uma vivacidade e de um gozo
exuberantes, que logo as rajadas de vento do deserto procuram deter; e então, a
não ser que haja um profundo sentimento daquilo que Deus é para nós, acima e
além de tudo mais, sentimo-nos desfalecer, e em nossos corações tornamos ao
Egito (At 7:39). A disciplina do deserto é necessária, não para nos dar o
direito a Canaã, mas para nos tornar familiarizados com Deus e os nossos
próprios corações, para nos habilitar a compreendermos o poder do nosso
parentesco e para nos dar capacidade para gozarmos da terra de Canaã, quando lá
chegarmos (veja-se Dt 8:2 - 5).
Mara: as Águas Amargas
Os versículos finais
deste capítulo mostram-nos Israel no deserto. Até aqui parece que tudo lhes
havia corrido bem. Terríveis juízos haviam caído sobre o Egito, mas Israel fora
perfeitamente excluído; o exército do Egito jazia morto nas praias do mar, mas
Israel estava em triunfo. Tudo isto era bastante; mas, enfim, o aspecto das
coisas depressa mudou! Os hinos de louvor foram depressa substituídos pelas
palavras de descontentamento. "Então, chegaram a Mara; mas não puderam
beber as águas de Mara, porque eram amargas: por isso, chamou-se o seu nome
Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de bebera
(versículos 23 a 24).
"E toda a
congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no
deserto. E os filos de Israel disseram-lhes:
Quem dera que nós
morrêssemos pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados
junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes
tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (capítulo
16:2-3).
Eis aqui as
provações do deserto. "Que havemos de comera" e "que havemos de
bebera" As águas de Mara puseram à prova o coração de Israel e mostraram o
seu espírito murmurador; mas o Senhor mostrou-lhes que não havia amargura que
Ele não pudesse dulcificar com a provisão da Sua graça: "...e o Senhor mostrou-lhe
um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces: ali lhes deu
estatutos e uma ordenação, e ali os provou". Que formosa figura d'Aquele
que foi, em graça infinita, lançado às águas da morte, para que essas águas
nada mais nos pudessem dar senão doçura, para todo o sempre. Verdadeiramente,
podemos dizer: "Na verdade já passou a amargura da morte", e nada
mais nos resta senão as doçuras eternas da ressurreição.
Elim: Doze Fontes e Setenta Palmeiras
Todavia, o
deserto tem os seus Elins bem como os seus Maras; as suas fontes e palmeiras,
bem como as suas águas amargas. "Então, vieram a Elim, e havia ali doze
fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas
(versículo 27).
O Senhor graciosa
e ternamente prepara verdes lugares no deserto para o Seu povo; e embora sejam,
quanto muito, oásis, refrescam, todavia, o espírito e animam o coração. A
permanência temporária em Elim era evidentemente calculada para tranquilizar os
corações do povo e fazer cessar as suas murmurações.
ISRAEL AO PÉ DO MONTE SINAI
O Pacto da Graça
Eis-nos agora
chegados a um ponto muito importante na história de Israel. O povo fora
conduzido ao pé do "monte palpável, acesso em fogo" (Hb 12:18). A
cena de glória milenial, que nos apresenta o capítulo anterior, desaparecera.
Fora apenas um momento breve de sol durante o qual fora proporcionada uma viva
imagem do reino; porém o sol desvaneceu-se rapidamente e grossas nuvens
amontoaram-se sobre esse "monte palpável", onde Israel, num espírito
funesto e insensível de legalismo, abandonou o pacto de graça de Jeová pela
aliança das obras do homem. Impulso fatal! Que foi seguido dos resultados mais
funestos. Até aqui, como temos visto, nenhum inimigo pôde subsistir diante de
Israel — nenhum obstáculo pôde deter a sua marcha vitoriosa. Os exércitos de
Faraó haviam sido destruídos; Amaleque e o seu povo haviam sido passados a fio de
espada: tudo fora vitória, porque Deus interviera a favor do Seu povo, em
conformidade com as promessas que fizera a Abraão, Isaque e jacó.
Professor Rerison Brazão
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