quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Não há Deus" (SI 14:1).


            Louco sem Deus.                                                                                                     Davi mostra a imagem de um louco como a de um homem que afirma: "Não há Deus" (SI 14:1). O tempo verbal "há" foi adicionado para completar o senti­do da passagem. A expressão origi­nal é Não Deus, ou Deus Não, como se o louco fosse alguém que disse: "Não quero nenhum Deus para mim!" Isso não significa o ateísmo em si mesmo, ou seja, negar a exis­tência de Deus, mas o ateísmo prá­tico: negar-se a estar debaixo do go­verno moral de Deus. E por isso que louco e ímpio são termos tratados às vezes como sinônimos. Uma vida vi­vida sem Deus é uma existência em que Deus está ausente. Pode ser uma vida cheia de "muitas coisas", mas se Deus for subtraído dela, com cer­teza será uma existência vazia.
Pode ser que o homem, a que Je­sus se referiu aqui, não fosse má pes­soa. Não há sinais de que ele tenha acumulado riquezas por meio de qualquer prática fraudulenta. Ele aparenta ser um homem diligente e que se precavia com sagacidade. A sua grande insensatez foi o seu des­conhecimento da mão divina, que su­pria a sua prosperidade multiplica­da. Ele estava cego para o fato de que o homem não pode viver somen­te de pão. Esqueceu de que Deus es­tava por trás dos frutos, do milho, e de tudo o que ele possuía, O Todo-Poderoso, o único que dá todo o bem e todos os dons perfeitos. Ele não conseguiu ver a si mesmo como administrador de tudo aquilo com que Deus o enriquecera. Não reco­nheceu, com atitude de gratidão, que Deus é quem concede a chuva e as estações frutíferas, e também não houve um gesto de gratidão de sua parte em voltar-se para Deus, que é a fonte de onde nascem todas as bên­çãos. Ficamos admirados como o salmista colocou em imagens tão bem descritivas esse rico insensato e multidões semelhantes a ele: "Dos que confiam nos seus bens, e se glo­riam na multidão das suas riquezas [...] O seu pensamento íntimo é que as suas casas serão perpétuas e as suas habitações de geração em ge­ração; dão às suas terras os seus pró­prios nomes. Todavia, o homem, ape­sar das suas riquezas, não perma­nece; antes, é como os animais que perecem. Esse é o caminho daqueles que confiam em si mesmos, e dos seus seguidores que aprovam as suas palavras" (SI 49:6,11-13).


Nenhum comentário:

Postar um comentário