Chegamos
agora a uma fase muito importante do ministério de Cristo, elaborado com o
objetivo principal de estimular a observância da lição sobre estar em
constante vigilância, tendo em vista a sua segunda vinda. Ele falou
abertamente, sem qualquer restrição, sobre a certeza do seu retorno e advertiu
repetidamente aos seus que voltaria e apanharia o mundo de surpresa. Portanto
os seus seguidores deveriam estar preparados para, a qualquer momento, ter
esse encontro com ele. A proposta principal sobre o seu retorno, que ninguém
absolutamente sabe quando acontecerá, é apresentada sob diferentes aspectos,
mas sempre com a ênfase de que tal acontecimento está sempre às portas.
Mais
adiante, temos uma tripla repetição sobre o arrebatamento da Igreja:
"Porém, a respeito daquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu,
nem o Filho, mas unicamente o Pai" (Mt 24:43,44; 25:13). No cenário desse
fato há sempre o apelo para que desempenhemos conscientemente a nossa solene tarefa
como representantes, e também para que não deixemos de estar preparados, tendo
em vista que o momento de seu retorno é incerto. Nos discursos escatológicos à
nossa frente, resta-nos apenas ficarmos impressionados com a solenidade da
ocasião, i.e., foram as últimas horas de Cristo no templo, o qual estava para
deixar, e onde jamais entraria novamente. Ele o tinha chamado "casa de
Deus", "casa de oração", mas agora é "a casa de
vocês". Não mais de Deus, mas deles. "Agora a vossa casa
vos ficará deserta". Deus, em Cristo, ia abandoná-la completamente.
Campbell Morgan expressa isso fortemente: "Ele deixou o templo para não
mais voltar. A sua palavra havia excluído os judeus, não da salvação, ou da
possibilidade de serem salvos, mas do ofício que mantinham, por designação
divina, de serem o instrumento pelo qual o reino de Deus deveria ser
proclamado e revelado entre os homens. Ele havia proferido a sua palavra de
Rei, divina e final de excomunhão, quando disse à nação por intermédio dos
seus líderes: 'O reino de Deus vos será tirado, e será entregue a um povo que
produza os seus frutos'".
O
discurso com as seis figuras nesse capítulo, foi ininterrupto e
continha três partes distintas: Primeira, Jesus dirigia-se às multidões
à sua volta e aos discípulos que estavam perto dele (Mt 23:1-12). Segunda, embora
a multidão e os seus ainda estivessem ali, ele se dirigiu diretamente aos líderes
e aos que detinham autoridade, a quem não poupou em sua mensagem condenatória
(Mt 23:13-26). Quão aterrorizantes foram as suas palavras àquelas autoridades! Terceira,
ele falou sobre sua dor de coração em relação à cidade de Jerusalém,
representada pelos líderes. Ele se referiu à cidade construída ao redor do
templo, como a mãe da nação (Mt 23:37-39).
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