A Segurança
proporcionada pela Fé
Quão grande é portanto a estultícia do débil mortal que
se levanta contra o Deus eterno arremetendo "com os pontos grossos dos
seus escudos" (Jó 15:26). Era como se o monarca do Egito tivesse procurado
deter com a sua fraca mão a maré do oceano, impedir a multiplicação daqueles
que eram objetos dos propósitos eternos do Senhor. Por isso, embora pusessem
"sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com as suas cargas...
quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais
cresciam". E assim há-de ser sempre. "Aquele que habita nos céus se
rirá: o Senhor zombará deles" (SI 2:4). Sobre a oposição dos homens e dos
demónios cairá eterna confusão. Isto dá doce descanso ao coração, num ambiente
onde tudo é, aparentemente, tão hostil a Deus e tão contrário à fé. Se não
tivéssemos a certeza de que "a cólera do homem louvará" o Senhor (SI
76:10) sentir-nos-íamos abatidos frequentemente em face das circunstâncias e
das influências que nos rodeiam neste mundo. Mas graças a Deus não atentamos
"nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem
são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2 Co 4:18) .Com esta
certeza bem
podemos dizer: "Descansa no Senhore espera nele; não te indignes por causa
daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos
intentos" (SI 37:7). Como a verdade destas palavras é claramente
discernida neste capítulo, tanto no caso dos oprimidos como no que se refere ao
opressor! Se Israel tivesse atentado nas coisas que se viam, que eram elas £ A
ira do Faraó, a severidade dos exatores, as aflições, um serviço rigoroso, a
amarga escravatura, barro e tijolos. Porém, as coisas que se não viam o que
eram1?- Os propósitos eternos de Deus, as Suas promessas infalíveis,
o dealbar de um dia de salvação e a "toda de fogo" da redenção de
Jeová. Que maravilhoso contraste! Só a fé podia compreender tudo isto, assim
como nada senão a fé podia habilitar qualquer pobre israelita oprimido a lançar
uma vista de olhos desde os fornos de tijolo do Egito para os campos
verdejantes e os ricos vinhedos da terra de Canaã. Só a fé podia reconhecer
nesses escravos oprimidos, que labutavam nos fornos de tijolo do Egito, os
herdeiros da salvação e os objetos do interesse e do favor celestiais.
Assim era então e assim é agora. "Andamos por fé e
não por vista" (2 Co 5:7). "Ainda não é manifesto o que havemos de
ser" (1 Jo 3:2). "Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do
Senhor" (2 Co 5:6). Como fato estamos no Egito, no entanto, em espírito,
estamos em Canaã celestial. A fé põe o coração sobre o poder das coisas divinas
e invisíveis e deste modo habilita-o a elevar-se acima de tudo o que existe
aqui, onde reinam "a morte e as trevas". Ah! se tivéssemos esta fé
infantil que se senta junto à fonte pura e eterna da verdade para beber da sua
água, a qual reanima o espírito prestes a desfalecer e comunica energia ao novo
homem em marcha para a casa do Pai!