O verdadeiro Cristianismo não é se não a manifestação da vida de Cristo
implantada em nós pela operação do Espírito Santo, segundo os desígnios eternos
de Deus de graça soberana; e todas as nossas obras antes desta implantação de
nova vida não são mais que "obras mortas" (Hb 6:1), das quais a nossa
consciência deve ser purificada do mesmo modo que das "más obras" (Hb
9:14).
A expressão "obras mortas" inclui todas as obras que os homens
fazem com o fim de obter a vida. Se alguém busca a vida, é evidente que ainda
não a tem. É possível que seja muito sincero em a buscar, mas a sua própria
sinceridade forma evidente o fato que, por enquanto, ainda não a alcançou.
Assim, pois, todo o esforço feito com o fim de obter a vida é obra morta, tanto
mais que é feito sem a vida de Cristo, a única vida verdadeira, e a única fonte
de onde podem emanar as boas obras. Enote-se que não é uma questão de
"obras más"; ninguém pensaria em obter a vida por tais meios. Não!
Pelo contrário, ver-se-á como as pessoas recorrem constantemente às "obras
mortas" a fim de aliviarem a Sua consciência sob a sensação das
"obras más", ao passo que a revelação divina nos ensina que a
consciência necessita de ser purificada tanto de umas como das outras.
Além disso, quanto à justiça, lemos que "todas as nossas justiças são
como o trapo da imundícia" (Is 64:6). Não é dito aqui apenas que
"todas as nossas iniquidades são como trapo da imundícia". Quem
ousaria dizer o contrário? Porém o fato é que os melhores frutos que podemos
produzir, sob a forma de piedade e da justiça, são representados nas páginas
da verdade eterna como "obras mortas" e "trapo da
imundícia". Os mesmos esforços que fazemos para conseguir a vida provam
que estamos mortos; e os nossos esforços para alcançarmos a justiça provam
apenas que estamos vestidos com trapos de imundícia. É só como possuidores da
vida eterna e da justiça divina de podemos andar no caminho das boas obras que
Deus nos preparou. As obras mortas e os trapos imundos não podem ser permitidos
nesse caminho. Ninguém senão "os resgatados do Senhor" (Is 51:11)
pode passar por ele. Era na qualidade do povo remido que Israel guardava a
festa dos pães asmos e santificava os primogénitos ao Senhor., Já consideramos
a primeira destas ordenações; quanto a esta última é rica em instruções.
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