Texto áureo
A GUERRA ESPIRITUAL Ef 6.11
Revesti-vos de toda armadura de Deus (11). A palavra "toda" não é achada no original, e sua
inserção obscurece o sentido real, que é "vesti a panóplia de Deus".
"Panóplia" significa uma armadura completa, mas o original grego
salienta o fato que é de Deus. A necessidade da armadura de Deus é indicada
pelas palavras ciladas do diabo i. e., os métodos e estratagemas do maligno, que "faz guerra"
contra a alma do homem. (Veja 1Pe 2.11).
INTRODUÇÃO
DEIXA
IR O MEU POVO
Estes cinco capítulos formam uma parte distinta, cujo
conteúdo pode ser dividido em três pontos, a saber: os Dez Juízos do Senhor, a
resistência de "Janes e Jambres" e as quatro objeções de Faraó.
Pragas atingem o Egito (Êx 7.19—12.33).
Toda a terra do Egito tremeu debaixo dos golpes
sucessivos da vara de Deus. Todos, desde o monarca sentado no seu trono à
criada moendo no moinho, tiveram de sentir o peso terrível dessa vara.
"Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera. Fizeram entre eles os
seus sinais e prodígios, na terra de Cam. Mandou às trevas que a escurecessem;
e elas não foram rebeldes à sua palavra. Converteu as suas águas em sangue, e
assim fez morrer os peixes. A sua terra produziu rãs em abundância, até nas
câmaras dos seus reis. Falou ele, e vieram enxames de moscas e piolhos em todo
o seu território. Converteu as suas chuvas em saraiva e fogo abrasador, na sua
terra. Feriu as suas vinhas e os seus f igueirais e quebrou as árvores dos seus
termos. Falou ele, e vieram gafanhotos e pulgão em quantidade inumerável, e
comeram toda a erva da sua terra e devoraram o fruto dos seus campos. Feriu
também a todos os primogénitos da sua terra, as primícias de todas as suas
forças" (SI 105:26 -36).
Janes e Jambres
Vamos considerar agora, em segundo lugar, a oposição de
"Janes e Jambres", magos do Egito. Nunca teríamos conhecido os nomes
desses dois inimigos da verdade se o Espírito Santo os não houvesse mencionado
em ligação com os "tempos perigosos" dos quais o apóstolo Paulo avisa
seu filho Timóteo. É da máxima importância que o leitor crente compreenda
claramente o verdadeiro caráter da resistência que esses dois encantadores
opuseram a Moisés, e para que ele faça uma ideia completa do assunto, citaremos
toda a passagemda epístola de Paulo a Timóteo, passagem aliás profundamente
importante e solene.
Nos Últimos Dias
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos, semafeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes,
cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se
introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre,e nunca podem chegar ao
conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim
também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e
réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o
seu desvario, como também o foi o daqueles" (2Tm 3:1-9).
As Quatro Objeções de Faraó
Resta-nos considerar ainda o terceiro ponto desta parte
do livro, a saber, as quatro objeções ardilosas de Faraó à libertação completa
e inteira separação do povo de Deus do Egito.
A primeira
destas objeções encontra-se no capítulo
8:25. "Então, chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai
ao vosso Deus nesta terra". E desnecessário acentuar aqui que, quer
sejam os magos com a resistência que opõem ou Faraó com as suas objeções, é
realmente Satanás que está atrás de toda esta cena: e o seu objetivo, nesta
proposta de Faraó, consistia em impedir o testemunho do nome do Senhor—um
testemunho ligado com a separação completa entre o Seu povo e o Egito.
A resposta
que Moisés deu à primeira objeção de
Faraó é realmente notável: "E Moisés disse: Não convém que façamos assim,
porque sacrificaríamos ao Senhor, nosso
Deus, a abominação dos egípcios; eis que, se sacrificássemos a abominação dos
egípcios perante os seus, olhos, não nos apedrejariam eles?" (capítulo
8:26 - 27). O caminho de "três dias" é verdadeira separação do Egito.
Nada menos que isto podia satisfazer a fé. O Israel de Deus tem que ser
separado da terra e da morte e das trevas pelo poder da ressurreição.
A segunda
objeção do Faraó participava
muitíssimo do caráter e tendência da primeira. "Então, disse Faraó:
Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor
vosso Deus no deserto; somente que, indo, não vades longe" (capítulo
8:28). Não podendo retê-los no Egito, procurava ao menos retê-los perto das
fronteiras, para poder agir contra eles por meio das diversas influências do
país. Desta forma o povo podia ser reconduzido e o testemunho mais facilmente
aniquilado que se eles nunca tivessem saído do Egito.
A terceira
objeção de Faraó requer atenção
especial de nossa parte. "Então, Moisés e Arão foram levados outra vez a
Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao Senhor,
vosso Deus. Quais são os que hão-de ir? E Moisés disse: Havemos de ir
com os nossos meninos e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as
nossas filhas, e com as nossas ovelhas, e com os nossos bois havemos de ir;
porque festa ao Senhor temos.
Então ele lhes disse: Seja o Senhor assim
convosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos; olhai que há mal
diante da vossa face. Não será assim; andai agora vós, varões, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes.
A
quarta e última objeção de Faraó
relacionava-se com os rebanhos e as manadas. "Então, Faraó chamou a Moisés
e disse: Ide, servi ao Senhor: somente
fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas
crianças (capítulo 10:24). Com que perseverança disputou Satanás cada palmo do
caminho de Israel para fora do Egito! Em primeiro lugar procurou mantê-los no
país; então diligenciou tê-los perto do país; depois esf orçou-se por
reter parte do povo; e por fim, depois de haver falhado nestas três tentativas,
esforçou-se por fazê-los partir sem meios alguns para servir ao Senhor.
Já que não podia reter os servidores procurava ficar com os meios que eles
tinham para servir, pensando obter o mesmo resultado por um meio diferente. Já
que não podia induzi-los a oferecerem sacrifícios no país, queria
enviá-los fora do país sem vítimas para os sacrifícios.
A
resposta de Moisés a esta última objeção de Faraó dá-nos um relato dos direitos soberanos do Senhor
sobre o Seu povo e tudo que lhes pertence. "Moisés, porém, disse: Tu
também darás em nossos mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor nosso Deus. E também o nosso gado
há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar
para servirão SENHOR nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao
Senhor, até que cheguemos lá"
Conclusão:
Deus dá às vezes aos homens aquilo que está de acordo com
a verdadeira inclinação dos seus corações:".. .por isso, Deus lhes enviará
a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos
os que não creram a verdade; antes tiveram prazer na iniquidade" (2
Ts 2:11-12). Se os homens rejeitam a verdade quando lhes é apresentada, terão,
certamente, a mentira; se não querem Cristo, terão Satanás; se menosprezam o
céu, terão o inferno (¹). O Espírito incrédulo terá alguma coisa que
responder Antes de o fazer deve certificar-se de que aqueles que são
assim tratados judicialmente obram inteiramente de baixo da sua responsabilidade.
Por exemplo, no caso de Faraó, ele agiu, até certo ponto,
segundo a luz que possuía. Acontece o mesmo em todos os demais casos. O dever
de prova recai, incontestavelmente, sobre aqueles que estão dispostos a argumentar
com Deus acerca dos Seus juízos contra os que desprezam a verdade.
Rerison Brazão: