Os sete selos
"...àquele que está sentado no trono,
e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio, pelos séculos
dos séculos." Ap.5:13b.
O livro de Apocalipse é um livro de revelações feitas
por Jesus. Os capítulos quarto e quinto são preparatórios para o
desenvolvimento destas revelações. Eles fornecem uma visão acerca do trono de
Deus, o Alfa e o Omega e mostra o "Livro selado", cujos selos começam
a ser abertos no sexto capítulo. Cristo é o único que tem poder e autoridade
para abrir os selos, Ap.5:4-9.
O livro e os sete
selos (5:1).
Esse livro nos é pintado
como um rolo selado ao longo de suas beiradas, com sete selos, dando a entender
que estava tão fechado pois somente um grande poder seria capaz de abrí-lo. Ou
então, segundo a opinião de alguns eruditos, o próprio rolo se compunha de sete
porções, cada um com seu próprio selo. É o livro das revelações de Jesus
Cristo, a profecia que passamos, agora, a considerar.
Os selos eram usados como
marca de autoridade ou autenticidade, também serviam de testemunho acerca de qualquer documento,
como se fosse uma espécie de autenticação. O simbolismo do selo é de uso comum
na literatura judaica. ( Ap.10:4;
22:10; Is.29:11; Dn.8:26 ).
1. 2 - Primeiro Selo - O
Cavalo Branco (conquista - 6:1-2).
É bom lembrar aos
leitores do Livro de Apocalipse que do capítulo seis até o capítulo dezenove,
as revelações escatológicas (que falam a respeito das coisas finais) são
direcionadas, na sua maioria, à Grande Tribulação. Inicialmente, vinte e uma
pragas serão reveladas (sete selos, sete trombetas e sete taças).
Um homem montado num
cavalo branco surgiu em cena. Há duas idéias sobre isto:
a) Alguns acham que o homem montado no cavalo branco representa Cristo,
unindo esta passagem com o capítulo 19:11-16. A cor branca sugeriria a pureza
celestial; a coroa, a realeza; o arco representaria o seu modo de vencer os
inimigos.
O cavalo era comumente
usado nas atividades guerreiras. Neste ponto,
o cavalo representa guerra, violência, tragédia, etc.
b) Outros, julgam ser este homem,
o Anticristo que imitará o verdadeiro Cristo com uma falsa pureza, falsa paz,
usando seu arco, v.2, que significa um instrumento de longo alcance, isto é, na
grande tribulação ele tentará persuadir todas nações. O texto diz "saiu
vencendo e para vencer". Cristo porém já venceu e é vencedor. O capítulo
5:5 mostra Cristo já como vencedor. Glória a Deus.
1. 3 - Segundo Selo - Cavalo
Vermelho (guerra 6:3-4).
Este segundo selo mostra
um cavaleiro mais pomposo. Nada disse. Apenas cavalgou, e permitiu que a cor de
seu cavalo o identificasse. Foi-lhe concedido "tirar a paz da terra e
levar os homens a se matarem uns aos outros". "Vermelho" é a cor
do sangue, dando a entender derramamento de sangue. Isto acontecerá na Grande Tribulação, Ap. 14:20 diz que o sangue chegará até os freios dos
cavalos, isto é, muito derramamento de sangue.
1. 4 - Terceiro Selo -
Cavalo Preto (fome - 6:5-6).
Aberto o terceiro selo,
identifica-se este terceiro cavaleiro com o a fome. Nos tempos de guerra,
escasseia o alimento, e ele é racionado e pesado para cada família. Os preços
dos gêneros de primeira necessidade se elevam assustadoramente; triplica ou
decuplica o preço do trigo para o pão; do óleo; do vinho, etc. A fome sempre vem
na esteira da guerra. Jesus já havia predito isto em Mt. 24:7- "haverá
fome".
1. 5 - Quarto Selo Cavalo Amarelo (pestilência - 6:7-8).
Um cavalo amarelo,
pálido, lívido entra em cena como uma figura hedionda. Seu nome é morte, e o
Hades, a região dos mortos, vem atrás dele para apanhar sua presa. Foi-lhe dado
o poder sobre a quarta parte da terra, podendo matar seus habitantes por todos
os modos concebíveis. Vemos aqui, o terrível efeito da peste que sempre vem
depois da guerra e da fome. Ele pode destruir mais vidas do que a própria
guerra ou fome. Este julgamento é parcial, pois que se estende apenas a
"um quarto da terra". Mas, consegue deixar forte impressão de horror
a visão deste cavalo que tem a lívida cor dos cadáveres.
Tudo o que foi
apresentado - a conquista militar, a guerra, a fome e a peste - são
manifestações da Ira do Cordeiro - Ap.6:l6-l7, sobre os homens que ficarem na
Grande Tribulação.
1. 6 - O Quinto Selo -
Lamento dos Mártires (6:9-11).
Na abertura do quinto
selo a cena se modifica dramaticamente. Até aqui vimos os meios pelos quais
Deus pode exercer seu julgamento. Agora, veremos a razão desse julgamento.
Debaixo do Altar João vê "as almas dos que foram mortos por causa da
palavra de Deus e por causa do testemunho que deram". O simbolismo do
altar trata-se do lugar, onde podemos nos aproximar de Deus, mediante
sacrifício e oração; lugar onde Deus vem ao encontro das necessidades humanas.
Quem são esses mártires? Possivelmente os judeus, juntamente com alguns crentes
gentios, que serão levados a crer devido ao súbito desaparecimento da Igreja, o
qual será antes da Grande Tribulação, ler Ap. 3:10 e I Ts.1:10. Simbolicamente,
os mártires da Grande Tribulação clamarão para que se vingue o sangue deles que
foi derramado. Parece ser uma atitude não cristã, mas não podemos esquecer que
isto é um símbolo, e o ódio ao pecado é parte essencial da retidão de Deus.
Este parágrafo reflete a necessidade moral do julgamento. Deus não seria um
Deus justo se deixasse sem vingança males tão grandes. A cada um deles se
conferiu um vestido branco, símbolo de sua vitória e pureza, e se lhes diz que
tenham paciência, pois o tempo ainda não
está maduro para a retribuição de Deus; outros ainda irão sofrer como eles.
O sexto selo representa os juízos na forma de
fenômenos cósmicos, v.12-14, terremotos.
1. 7 - O Sexto Selo -
Terremoto e Julgamentos (6:12-17).
Escurecimento do sol, lua tornar-se em sangue,
estrelas caem do céu, ventos fortes, gentes de todas classes sociais escondem-se
em cavernas e rochas, e chamam às montanhas para caírem sobre eles, e assim os
escondessem do rosto dAquele que está assentado no trono e da ira do cordeiro.
Ainda não está representando neste texto o juízo final, apenas é um julgamento
temporal por meio de calamidades naturais. Estes acontecimentos também se
referem ao período da Grande Tribulação, Mt.24:21; Ap. 7:14; Dn.9:27,
ultrapassando qualquer fenômeno da natureza jamais visto.